Os 10 negociadores de Dilma
Preocupada com a aceleração do ritmo da pré-campanha presidencial, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), convocou generais nos partidos aliados a fim de formar um arco de alianças com cinco partidos, capazes de derrotar a oposição na corrida pelo Palácio do Planalto. Dilma tem a colaboração de pelo menos 10 políticos petistas e de legendas governistas que só pensam em como superar as dificuldades regionais e nacionais para costurar um projeto de poder que dure mais quatro anos, pelo menos. Cada um dos “costureiros de Dilma” tem uma tarefa pré-estabelecida. Uns estão focados em unificar suas legendas, outros se empenham em convencer aliados de que o governo não pode se dividir. E o ex-ministro José Dirceu pensa em como tratorar interesses regionais do PT e jogar todo o peso da máquina partidária para a eleição nacional. Os jantares de confraternização de Dilma com os aliados são marcados pela presença dos seguidores. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, o presidente da legenda, Ricardo Berzoini, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, além do deputado Cândido Vaccarezza, não desgrudam dela. Os três primeiros são quase sombra da pré-candidata petista. Nos holofotes, Palocci está fazendo o papel de Dirceu na campanha de 2002, de Lula. Claro que, nos bastidores, ele ainda não tem o peso que o ex-ministro e deputado cassado exerce sobre o PT. Pimentel foi trazido para a linha de frente dos negociadores graças à proximidade e amizade com Dilma. Pelo papel institucional, Berzoini é quem opera o acerto idealizado por Lula com o PMDB. O presidente do partido trabalhou de acordo com o roteiro desenhado pelo presidente e conseguiu o principal entendimento nesse período de pré-campanha ao relegar para o segundo plano os problemas estaduais e alinhavar o acordo nacional com os peemedebistas. Esse trabalho foi facilitado graças ao empenho do presidente da Câmara e licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), e do líder da bancada Henrique Eduardo Alves (RN). Partiu desses peemedebistas, ao lado do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, a ideia de firmar primeiro a aliança presidencial. A formalização do acordo, que inclui ceder a vice para um peemedebista, está marcada para a próxima semana em encontro da cúpula dos dois partidos com Lula e Dilma. O quarteto petista foi o responsável também por aproximar sua candidata dos aliados. Dilma se reuniu com PCdoB, PDT, PR para se confraternizar e debater eleições. Os comunistas estão fechados em trabalhar por uma única candidatura representante do governo Lula. O ex-ministro e deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) tem assumido conversas com os partidos da base para defender que a melhor maneira de derrotar a oposição em 2010 é fazer da eleição um plebiscito, exatamente como quer o presidente da República. O PDT entrou nessa barca graças ao empenho do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado da legenda. Ele descartou de pronto um acordo com o PSB e ajudou a desidratar a candidatura presidencial do deputado Ciro Gomes (CE). Aldo e Lupi têm mantido conversas com a cúpula socialista para convencê-los da proposta pró-Dilma. No PR, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, não vê alternativa se não fechar com o PT. Jantar A próxima rodada de negociações ocorre com o PP. O jantar está marcado para o dia 27 deste mês. “Este é um trabalho de construção e conquista. Os partidos da base estão ajudando. Mas eu, o ministro Dornelles e o ministro Márcio Fortes (Cidades) estamos empenhados em fazer essa aliança sair”, disse o líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA).
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