O Presidente Lula inaugura hoje a primeira obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na área de energia. A usina hidrelétrica de Baguari, no município de Governador Valadares (MG) com 140 megawatts (MW) de potência, mas com geração média de apenas 80 MW, será a menor de matriz hídrica no sistema de Furnas, que participa com apenas 15% do consórcio. Os demais sócios são a Neoenergia (51%) e a Cemig (34%). No sistema das 63 usinas da estatal mineira Cemig, Baguari será a oitava colocada em potência instalada. A estimativa dos responsáveis pela obra é que a usina gere energia para um abastecimento equivalente a uma cidade de cerca de 450 mil habitantes.
O empreendimento se destaca, contudo, no aspecto ambiental: a nova usina conta com turbinas horizontais, que ficam submersas, diminuindo a necessidade de alagamento da área. A previsão é de uma geração de aproximadamente R$ 1 milhão anual em geração de crédito de carbono A operação da usina será feita pela Energisa.
O consórcio entre as três empresas poderá ser repetido no leilão para a construção da Usina Belo Monte, no Pará, previsto para dezembro, mas sem uma data confirmada pelo governo. Belo Monte será a maior obra do PAC, com 11,2 mil MW, estimada inicialmente pelo governo federam em pelo menos R$ 16 bilhões. Algumas empreiteiras já afirmaram que a obra vai exigir muito do que o previsto pelo governo
"As empresas têm interesse em apresentar proposta em Belo Monte, mas a Cemig ainda não definiu parceiros", afirmou Luiz Henrique Carvalho, diretor de geração e transmissão da Cemig. "O consórcio pode ser repetido em Belo Monte. Tudo é possível", comentou o superintendente de Geração de Furnas, Clovis Ribeiro.
As estatais Furnas e Cemig já fazem parte do consórcio de construção da usina de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, que terá 3,1 mil MW instalados quando concluída. A usina em Rondônia está sendo construída com o mesmo sistema adotado em Baguari, que minimiza a área total inundada. No consórcio da obra no rio Madeira estão outras quatro empresas, um sinal evidente de que o porte da obra em Belo Monte vai exigir a formação de um consórcio muito mais amplo.
Tanto Furnas quanto a Cemig quanto a Neoenergia, uma sociedade que tem a espanhola Iberdrola como principal acionista, estão capitalizadas para investimentos. De acordo com Carlos Baldi, diretor da Neoenergia, a empresa conta com uma disponibilidade de caixa para investimentos de R$ 3 bilhões, equivalente a 30% do patrimônio total da empresa.
Para a construção da usina de Baguari, o consórcio investiu R$ 584 milhões, 70% dos quais financiados pelo BNDES. Do total investido, R$ 62 milhões foi usado para compensações ambientais, que ultrapassaram em mais de 100% o orçamento inicial para esse tipo de dispêndio. O principal gasto na área ambiental foi a construção de um sistema de transposição dos peixes da área alagada para o rio Doce.
A usina de Baguari foi incluída no PAC como todas as demais que foram licitadas em 2005, segundo afirmou Ribeiro, de Furnas. Este foi o primeiro leilão realizado dentro da nova modelagem legal instituída pelo governo federal, concebida à época em que a ministra Dilma Rousseff, era ministra das Minas e Energia.
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