Os CEUs (Centro Educacionais Unificados) não são uma prioridade para a Prefeitura de São Paulo. O secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, afirmou anteontem que os recursos serão direcionados para as creches e as Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil). A intenção agora, segundo ele, é reduzir a quantidade de estudantes por sala de aula.
"O CEU é bacana, é importante, mas primeiro vamos utilizar o dinheiro para garantir a educação infantil", disse em audiência na Câmara.
As palavras de Schneider contrastam com a velocidade de inauguração de centros no fim do ano passado. Durante a campanha eleitoral, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirmou que entregaria 25 CEUs até o fim do seu primeiro mandato, quatro a mais do que a antecessora Marta Suplicy (PT). Para cumprir a promessa, o prefeito tinha de abrir 12 novos centros em menos de quatro meses.
Durante a campanha, o prefeito disse que uma das prioridades era acabar com as escolas de lata e com o chamado turno da fome.
Um tapume para Kassab
Ainda bem que as autoridades admitem: a ideia dos CEUs (Centros Educacionais Unificados) é uma boa coisa. "É bacana", disse o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider.
O que não é tão bacana é o que ele disse depois: a prioridade é outra, o dinheiro da prefeitura vai ser redirecionado para a educação infantil. Como se fosse o caso de escolher entre uma coisa e outra. A cidade precisa de creches, de Emeis (escolas de educação infantil) e também de CEUs. Precisa bem menos, por exemplo, da publicidade a favor da Prefeitura --e nesse tipo de gastos a administração Kassab não faz economia. Ao contrário, até aumenta a verba.
Quando era candidato, Kassab disse que ia construir 25 novos CEUs, quatro a mais do que a administração de Marta Suplicy. No ano passado, foram inaugurados dez. Outros dois estão ainda em obras. Deixar uma obra incompleta é jogar dinheiro do contribuinte no lixo.
Na Vila Formosa, a prefeitura promete deixar tudo pronto em dezembro. No CEU Uirapuru, a parte esportiva está em compasso de espera. Quanto ao resto do prometido, vai depender do Orçamento, diz o secretário da Educação. Ninguém se lembrou de dizer isso na campanha eleitoral.
O fim do chamado "turno da fome", outra promessa de Kassab, ainda está para acontecer. Por enquanto, 67 unidades de ensino da prefeitura ainda conhecem três turnos de atividades. Os estudantes do CEU Formosa convivem há meses com um cenário de armações de ferro e de tapumes. Os tapumes poderiam ter outra serventia: bem que as autoridades municipais poderiam se esconder atrás deles cada vez que renegam as promessas de campanha.
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