A ministra Dilma Rousseff, disse que o Brasil não tem interferido em assuntos internos do governo de Honduras. Ainda que tenha dado abrigo ao presidente deposto, Manuel Zelaya; "o Brasil simplesmente acompanha o assunto de forma a ter uma posição que representa a nossa convicção de direitos humanos, de direito internacional e de respeito mínimo a tudo que é estipulado em termos de abrigo"disse Dilma.
O Ministério de Relações Exteriores de Honduras confirmou a intenção de o presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, processar o Brasil junto ao Tribunal Penal Internacional de Haia por suposta "ingerência" em assuntos internos do governo hondurenho. Nesta quarta o representante do país caribenho em Haia, Julio Rendón, informou já ter entrado com processo na Corte internacional para pedir uma indenização ao governo brasileiro por abrigar, desde 21 de setembro, em sua embaixada em Tegucigalpa o presidente deposto, Manuel Zelaya.
"O golpista é quem fez isso (disse que iria processar o Brasil)? O governo golpista deve explicações à comunidade internacional sobre o golpe, um golpe anti-democrático. O Brasil não está interferindo em nada. Não podemos levar uma posição do governo golpista como sendo uma posição conseqüente", declarou a ministra.
Em Brasília, o Palácio do Itamaraty disse considerar que não será bem sucedida a ameaça do governo golpista de Honduras. Embora ressalte ainda não ter conhecimento oficial da iniciativa de Micheletti, mesmo que o processo seja formalmente impetrado em Haia, não existem chances de o Tribunal Penal fixar sanções pelo Brasil. Isso porque, informam diplomatas, o colegiado a quem recorreu Micheletti não o reconhece como legítimo presidente de Honduras. Pelo fato de o governo golpista não ser avalizado internacionalmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas, instância a que se subordina o Tribunal Penal, o Brasil acredita que serão em vão os esforços do presidente de facto contra o governo brasileiro.
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