sábado, 11 de julho de 2009

Obama monta agenda com o Brasil


Se for aprovado pelo Senado nos próximos dias, como se espera, Thomas Shannon, o atual secretário de Estado Assistente para o Hemisfério Ocidental, ocupará o posto de Sobel. E, segundo este, encontrará um clima ainda melhor do que o de três anos atrás — quando o bom entendimento entre os presidentes Bush e Luiz Inácio Lula da Silva já estava consolidado.

Barack Obama, disse Sobel, “deu cara nova aos Estados Unidos”, e a sua disposição de dialogar, de ouvir “aceitando que cada nação tem algo a contribuir”, tornará ainda mais estreito o relacionamento bilateral Brasil-EUA.

— As políticas do Brasil estão evoluindo, assim como a dos Estados Unidos. E nós estamos prestando um bocado de atenção nisso. O governo Obama ainda está em seus primeiros seis meses, mas está montando uma agenda na qual o Brasil está definitivamente bem no centro — disse.

Segundo Sobel, a sintonia entre Obama e Lula é perfeita.

Num encontro entre ambos na Casa Branca, em março passado, o principal tema da conversa, lembrou, foi a crise financeira e a necessidade de ambos desenvolverem políticas, inclusive conjuntas, de forma a que “ninguém seja deixado para trás”.

Perspectiva comum entre Lula e Obama

A necessidade de se combater a pobreza e a desigualdade, sob o risco desses males gerarem instabilidade, tornouse um objetivo comum a ambos, afirmou Sobel: — Eu já nem sei dizer se foi Obama ou Lula quem levantou esse assunto, porque o que temos visto é que, quando um deles começa uma frase, o outro é capaz de terminar essa mesma frase. Existe uma agenda e uma perspectiva comuns entre eles.

Sobel disse acreditar que se, por um lado, Obama deu um novo rosto aos EUA, o Brasil também adquiriu uma nova cara nos últimos anos. E isso estaria colaborando para que a parceria entre os dois países se torne mais intensa.

— O Brasil vive um momento muito especial. É uma ilha de estabilidade, tanto política quanto financeira. Quando olhamos para os temas que temos de confrontar, a energia, o clima, a gripe, as crises financeiras, o Brasil tem que ser parte da solução.

Sobel confidenciou que captou algo intrigante no trato diário com os brasileiros: — Eles são incapazes de dizer não. Mas isso não significa, necessariamente, que estejam sempre dizendo sim.

Segundo ele, a mídia americana começou a descobrir o Brasil, dando mais atenção ao que acontece no país. Por isso, os americanos agora sabem onde fica o Brasil no mapa-múndi: — Não me fazem mais aquelas perguntas malucas sobre o país. E já deixaram de pensar que Buenos Aires é a capital do Brasil.

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