segunda-feira, 15 de junho de 2009

Juristas examinam pedido da PF para acesso a papéis


O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem, por meio de sua assessoria, que vai consultar os juristas da Casa para saber se remete ou não para a Polícia Federal documentos sobre as transações de empréstimos consignados, colocadas sob suspeita. De acordo com a assessoria do senador, se não houver impedimento legal, os documentos serão remetidos "o mais rápido possível".

Depois de insistir sem sucesso na obtenção dos dados, a PF passou a avaliar a hipótese de entrar com recurso na Justiça para conseguir os documentos e instruir o inquérito que investiga o envolvimento do ex-diretor João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) em esquema de favorecimento pessoal.

O inquérito foi aberto em 13 de maio pelo delegado Gustavo Buquer para investigar a atuação da Contact Assessoria de Crédito como intermediária em contratação de crédito consignado pelos servidores, ramo que movimenta R$ 12 milhões mensais no Senado. A empresa tem como sócia Maria Izabel Gomes, 83 anos, uma ex-babá de Zoghbi que teria sido usada como laranja. Ele já confessou que autorizava servidores a tomarem empréstimos acima do valor permitido.

Ontem, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) pediu, que as investigações sejam feitas "com equilíbrio e sem estardalhaço, sem espetacularização". Sobre a imagem do Senado ficar mais arranhada após a eventual autorização da Justiça para a busca de documentos na Casa, ele lamentou. "Os fatos que já estão postos são desagradáveis para a imagem da instituição. Por isso, quero que as investigações ocorram."

Três ofícios foram enviados pelo delegado da PF à presidência do Senado em menos de um mês solicitando processos envolvendo as instituições bancárias conveniadas. Nenhuma resposta foi dada. Um apelo, sem resultados, também foi feito ao senador Romeu Tuma (PTB-SP).

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