Há quase dois meses no noticiário, a CPI da Petrobrax do PSDB, na opinião da área técnica da estatal, não terá qualquer consequência prática para a companhia, em função de um quadro corporativo altamente qualificado e máquina azeitada. O assunto também não gera preocupação e nem dúvidas, até o momento, entre analistas e investidores da companhia. "Não vai dar em nada, o único problema para a companhia é de imagem", avalia um funcionário de carreira da estatal que prevê também alguma dificuldade para a empresa dar respostas sobre denúncias tão genéricas como as que estão surgindo. O que a empresa vem repetindo é que existem 240 mil contratos em andamento e daí a dificuldade com relação ao que o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, chama de denúncias genéricas.
O que se avalia é que a CPI veio para desviar as atenções sobre o Congresso, que se encontra sob críticas de empreguismo no Senado e sob investigação sobre gastos com passagens aéreas na Câmara. E a motivação de alguns políticos é eleitoreira. No caso do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) o objetivo, sao os holofotes para disputa do governo do Paraná e da parte do senador Tasso Jereissatti (PSDB - CE), o que se identifica é retaliação por causa da decisão da Petrobras de não levar adiante um contrato de fornecimento de gás a preços subsidiados para viabilizar o projeto de uma siderúrgica no Estado que teria se mostrado oneroso para a companhia.
Ao atacar a estatal e fazer uma devassa nos contratos da companhia, a oposição visa a ministra Dilma Rousseff, que preside o Conselho de Administração da Petrobras e é a candidata preferida do Presidente Lula para a eleição de 2010.
"Qualquer coisa que aparecer eles vão querer vincular com a Dima, tentando atacar a imagem dela de dama de ferro e boa gerente. Vão dizer que tudo aconteceu debaixo das saias dela", avalia um petista.
"A oposição não conseguiu encontrar um discurso próprio depois de seis anos chamando o Bolsa Família de Bolsa Esmola e agora querem ampliar o programa", avalia outro petista.
Sem discurso próprio, PSDB e DEM estão em posição diferente do PMDB, que, desde o governo Fernando Collor (1990-1992), não tem candidato próprio à Presidência mas briga com o PT no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, na Bahia e em Minas em torno da eleição estadual. O PMDB tem o ministro Edison Lobão no Ministério de Minas e Energia, ao qual a Petrobras está subordinada, mas Lobão deve se afastar em março para disputar as eleições parlamentares.
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