sábado, 30 de maio de 2009

Serra é vaiado e chamado de ditador


Professores das escolas estaduais de São Paulo anunciaram ontem greve por tempo indeterminado a partir da quarta-feira contra mudanças na carreira do magistério divulgadas no início do mês pelo governo. Eles querem que o governador José Serra (PSDB) retire da Assembleia Legislativa dois projetos de lei enviados para votação.

Um deles institui um exame para professores temporários e outro torna obrigatório que aprovados em concurso se submetam a um curso de formação e uma prova. A Secretaria de Estado da Educação não se pronunciou sobre a paralisação.

Na segunda e na terça, os professores estarão nas escolas para conversa com os pais, explicando a greve e seus motivos. A partir de quarta, eles farão audiência pública na Assembleia. Em 2005, uma greve de professores e uma passeata de 8 mil docentes na Avenida Paulista fizeram com que o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) desistisse de um projeto de lei que limitava o tempo de contratação de temporários.

A greve foi decidida ontem pelo sindicato dos professores (Apeoesp) durante manifestação em frente ao prédio da secretaria, na Praça da República. Segundo nota da Apeoesp, projetos "retiram direitos e precarizam (sic) ainda mais a vida funcional dos admitidos em caráter temporário".

Eles enviaram uma carta aos deputados estaduais reafirmando as críticas contra os projetos e as alterações na carreira. Outras reivindicações dos professores são 27,5% de reposição salarial e cumprimento de um terço da jornada em atividades extra classes.

O pacote anunciado pelo governador e pelo secretário da Educação, Paulo Renato Souza, prevê um curso de formação de quatro meses e uma prova para todos os ingressantes no magistério da rede estadual a partir do próximo concurso público. Outra medida é a criação de 50 mil vagas mais concurso para preencher outras 10 mil.

As alterações tornam obrigatória a prova para atribuição de aula para os temporários - aplicada pela primeira vez no fim do ano passado e suspensa pela Justiça em fevereiro. Apenas os aprovados poderão dar aulas. Os outros ficarão na rede em carga horária reduzida e atividades fora da sala de aula.

Ontem, o governador José Serra foi recebido com vaias e protestos de professores em entrega de hospital em Presidente Prudente (a 562 quilômetros da capital). Vaiado e chamado de ditador, Serra ironizou: "Eles são contra a saúde. São de seitas e partidecos. Nós governamos para toda a população de São Paulo." A entrevista coletiva foi tumultuada e seguranças reprimiram jornalistas com truculência. Um segurança agarrou o repórter na frente do governador.

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