O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que programas sociais do governo, como o Bolsa Família, ajudam a manter a economia em meio à crise mundial. Segundo Bernardo, estes programas funcionam como "guarda-chuvas para a crise", mantendo em alta o consumo interno.
O ministro reconhece que o desempenho da economia no primeiro trimestre ficará "muito aquém do que se imaginava", mas afirmou também estar convencido que o Brasil terá posição mais forte no cenário mundial ao fim da crise. Bernardo destacou que, ao contrário de crises anteriores, o país mantém estabilidade sem precisar recorrer a organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Antes, o governo sempre quebrava. Tinha que aumentar impostos, cortar gastos de maneira profunda, paralisando certos programas. Para resolver o problema, tinha que buscar ajuda do FMI, do Banco Mundial... Era tanta condição que se colocava para conseguir dinheiro, que tínhamos que, praticamente transferir a tarefa de governar para eles", afirmou.
Bernardo estimou que a arrecadação do governo ao longo de 2009 cairá R$ 61 bilhões em relação ao ano passado, devido à crise e a reduções de impostos para manter a atividade econômica. O cálculo do governo aponta que as desonerações somarão R$ 21 bilhões. "Há dois anos que ouvimos notícias sobre a crise, mas o Brasil se mantém estável. Em 2007 e 2008, crescemos acima dos 5%. Se avaliarmos os últimos 30 anos, foram poucas as vezes que crescemos nesse padrão."
Bernardo, que participou de cerimônia de assinatura de contrato para a implantação de um novo sistema de Recursos Humanos no Rio, disse que o governo federal prepara para julho um recadastramento dos servidores públicos federais, nos moldes do levantamento realizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), iniciado em 2005 e que atingiu mais de 17 milhões de pessoas.
O objetivo é finalizar a primeira etapa do processo em 60 dias e atingir até 99% dos cerca de 1,2 milhão de servidores da ativa, inativos e pensionistas. O ministro revelou que o governo federal tem hoje 538 mil servidores da ativa, 370 mil inativos e 330 mil pensionistas e contou que já houve algumas simulações em órgãos federais. "Não temos uma clara noção do quanto pode ser economizado, mas, pelo que fizemos, verificamos que há incoerências, incongruências", disse Bernardo
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