A vida política é cheia de imprevistos. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva está redescobrindo essa antiga verdade. O chefe do Estado, a quem a Constituição impede de disputar um terceiro mandato de quatro anos, escolheu como princesa herdeira Dilma Rousseff, 61, chefe da Casa Civil desde 2005, o que faz dela uma espécie de primeira-ministra não oficial. Ele a convenceu a se candidatar pelo Partido dos Trabalhadores (PT), no poder desde 2003, à eleição presidencial de outubro de 2010
Mas em 25 de abril, algo inesperado aconteceu. Dilma Rousseff revelou que ela sofria de um câncer do sistema linfático e acabava de ser operada, tendo se submetido à primeira de uma série de seis sessões de quimioterapia. Ela foi hospitalizada na terça-feira (19), em São Paulo, após se queixar de dores nas pernas. Segundo seus médicos, foi uma reação a seu tratamento. Uma vez que sua doença foi detectada no estágio inicial, ela tem 90% de chances de cura em cinco anos.
A transparência que ela demonstra frente à doença contrasta com dois precedentes desagradáveis: em 1969, a trombose cerebral que atingiu o general presidente Arthur da Costa e Silva só foi revelada três dias mais tarde; em 1985, o presidente eleito Tancredo Neves provocou um trauma nacional ao renunciar a seu cargo, às vésperas de sua posse, depois de ter escondido a gravidade de sua enfermidade.
"Não há plano B"
Antes de sua operação, o caminho de Rousseff, que nunca disputou uma eleição, estava traçado: percorrer o território para se fazer conhecida, aparecer o máximo possível ao lado do presidente Lula para aproveitar sua forte popularidade - 65% de opiniões favoráveis apesar da crise. Objetivo: compensar a grande desvantagem que ela mostra nas pesquisas (20 pontos a menos) em relação ao governador de São Paulo José Serra, seu provável futuro adversário sob a bandeira do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB).
A doença modificou esse plano de rota. Muito trabalhadora, Rousseff é encarregada de colocar em ação o programa de aceleração do crescimento (PAC), que agrupa os principais investimentos do governo. Ela será obrigada a aliviar seu fardo. Mas seu futuro político, por enquanto, não está sendo questionado.
Em viagem à Ásia, o presidente Lula disse novamente, na quarta-feira (20), que Rousseff continuava sendo sua candidata à sucessão. "Não há plano B", repetem os dirigentes do PT, "nem plano C, somente um plano D, o plano Dilma". Ainda assim os rumores continuam à toda. Vários nomes de "substitutos" circulam: Antônio Palocci, ex-ministro da Economia, Fernando Haddad, ministro da Educação, Jaques Wagner, governador da Bahia.
Alguns políticos do PT voltam a lançar a hipótese de um terceiro mandato do presidente Lula, por meio de uma votação de uma emenda constitucional no Congresso. Uma perspectiva rejeitada categoricamente pelo principal interessado. O chefe do Estado não quer sucumbir à tentação da presidência eterna, como fez seu colega venezuelano Hugo Chávez, ou como sonha o colombiano Álvaro Uribe.
Mas em 25 de abril, algo inesperado aconteceu. Dilma Rousseff revelou que ela sofria de um câncer do sistema linfático e acabava de ser operada, tendo se submetido à primeira de uma série de seis sessões de quimioterapia. Ela foi hospitalizada na terça-feira (19), em São Paulo, após se queixar de dores nas pernas. Segundo seus médicos, foi uma reação a seu tratamento. Uma vez que sua doença foi detectada no estágio inicial, ela tem 90% de chances de cura em cinco anos.
A transparência que ela demonstra frente à doença contrasta com dois precedentes desagradáveis: em 1969, a trombose cerebral que atingiu o general presidente Arthur da Costa e Silva só foi revelada três dias mais tarde; em 1985, o presidente eleito Tancredo Neves provocou um trauma nacional ao renunciar a seu cargo, às vésperas de sua posse, depois de ter escondido a gravidade de sua enfermidade.
"Não há plano B"
Antes de sua operação, o caminho de Rousseff, que nunca disputou uma eleição, estava traçado: percorrer o território para se fazer conhecida, aparecer o máximo possível ao lado do presidente Lula para aproveitar sua forte popularidade - 65% de opiniões favoráveis apesar da crise. Objetivo: compensar a grande desvantagem que ela mostra nas pesquisas (20 pontos a menos) em relação ao governador de São Paulo José Serra, seu provável futuro adversário sob a bandeira do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB).
A doença modificou esse plano de rota. Muito trabalhadora, Rousseff é encarregada de colocar em ação o programa de aceleração do crescimento (PAC), que agrupa os principais investimentos do governo. Ela será obrigada a aliviar seu fardo. Mas seu futuro político, por enquanto, não está sendo questionado.
Em viagem à Ásia, o presidente Lula disse novamente, na quarta-feira (20), que Rousseff continuava sendo sua candidata à sucessão. "Não há plano B", repetem os dirigentes do PT, "nem plano C, somente um plano D, o plano Dilma". Ainda assim os rumores continuam à toda. Vários nomes de "substitutos" circulam: Antônio Palocci, ex-ministro da Economia, Fernando Haddad, ministro da Educação, Jaques Wagner, governador da Bahia.
Alguns políticos do PT voltam a lançar a hipótese de um terceiro mandato do presidente Lula, por meio de uma votação de uma emenda constitucional no Congresso. Uma perspectiva rejeitada categoricamente pelo principal interessado. O chefe do Estado não quer sucumbir à tentação da presidência eterna, como fez seu colega venezuelano Hugo Chávez, ou como sonha o colombiano Álvaro Uribe.
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