Junto com o Presidente Lula, a ministra Dilma, visitou ontem à base sindical que projetou Lula na política. "Suas greves marcaram aqueles que esperavam derrotar a ditadura. Foi aqui que as forças democráticas começaram a devorar a ditadura. E a palavra é essa, devorar. Se hoje este governo é capaz de promover políticas populares como o Bolsa Família e a recuperação da renda do trabalhador é porque a democracia que temos nasceu aqui", disse a ministra ao discursar na noite de ontem nas comemorações dos 50 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo.
Egressa dos movimentos clandestinos que combateram a ditadura pela luta armada, uma das três forças que compuseram o PT - sindicalistas e militantes da Igreja Católica são os outros dois - parece já ter sido incorporada pela base originária do presidente. "Todo guerreiro reconhece um quando vê. E Dilma é uma guerreira", disse Sérgio Nobre, levando os cerca de 700 sindicalistas que lotaram o auditório, a entoar o mesmo olê, olê, olá, com que haviam saudado a entrada de Lula, para Dilma.
Último a falar na cerimônia, Lula citou um sindicalista da platéia, a quem chamou de Afonso. Disse que esse ex-colega de sindicato, durante uma assembléia em 1974 pediu um minuto de silêncio pelos presos da ditadura: "E vejam vocês que naquele momento Dilma estava presa. Uma menina de vinte e poucos anos que acreditava na utopia de transformar o mundo".
Na mesa, além de Lula, Dilma, do atual presidente do sindicato Sérgio Nobre, perfilaram-se todos os ex-presidentes da entidade. A ministra recebeu um buquê de flores anunciado pelo mestre de cerimônias: "Estamos ao seu lado nessa luta". Cumprimentada efusivamente pelos sindicalistas, a ministra, que está sendo submetida a tratamento quimioterápico contra câncer linfático, levou seguidas vezes as mãos à cabeça demonstrando preocupação e desconforto com o cabelo.
A Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tinham a expectativa de entregar ontem ao ao Presidente uma carta em que pedem o empenho do governo na regulamentação da norma constitucional que prevê a representação sindical em empresas. Em até dois meses, as entidades pretendem apresentar um projeto de lei para regular o dispositivo, previsto na Constituição e que determina a eleição de representantes sindicais nas empresas para negociar com empresários.
"Somos favor que a negociação prevaleça sobre a lei mas com a condição de que haja representação sindical nas empresas. E que as empresas em que não houver esta representação fiquem regidas pelas regras da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas)", afirmou Carlos Alberto Grana, presidente da CNM.
A regulamentação, embora fundamental, não é a principal demanda do movimento. De imediato, os sindicalistas estão mobilizados para evitar que o veto presidencial a emenda 3 seja derrubado hoje no Congresso, quando haverá sessão conjunta da Câmara e do Senado para analisar vetos polêmicos; concluir a votação do projeto de lei que fixa a política nacional de valorização do salário mínimo em função do crescimento do PIB; e a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que assinada pelo Brasil em 1982, foi revogada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.)
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