O PSDB, com o auxílio inestimável de grande parte da mídia, costuma apresentar-se como a oposição “responsável”. No dia a dia, o partido não deixa, porém, de praticar aquele populismo típico de quem está fora do poder. Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nos brindou com novas análises sobre a degenerência da vida política brasileira, como se os tucanos não fizessem parte do cenário. É como aquela indignação míope da elite brasileira, que se enxerga apenas vítima e não parte do problema. Cabe sempre uma pergunta: a que classe pertencem os juízes, os financiadores de campanha, os amigos dos políticos de profissão?
O risco sempre, no caso dos paladinos da moral e da ética, é uma pedra atingir o telhado de vidro. Eis o caso do senador Tasso Jereissati para corroborar essa tese. Na quinta-feira 2, a Folha de S.Paulo informou que Jereissati tem utilizado parte de sua verba oficial de passagens aéreas para fretar jatinhos. À tarde, o senador cearense ocupou a tribuna para rebater as acusações, afirmando ter feito uma operação legal. O diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, também divulgou nota em defesa de Jereissati, atestando não haver irregularidades no procedimento.
Trata-se de mais um episódio da troca de acusações que teve início com a vitória de José Sarney à presidência da Casa. Desde então, começaram a aparecer na imprensa denúncias de irregularidades administrativas no Senado, atribuídas ao grupo derrotado, formado pela inédita aliança entre o PSDB e o PT para eleger Tião Viana. Logo viria o revide. Viana optou pelo silêncio depois de vir à tona o fato de ele ter emprestado um celular do Senado à filha, em viagem ao México. ( Da Carta Capital)
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