sexta-feira, 24 de abril de 2009

PAC deve elevar média de gastos em saneamento


Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) promoverão melhoria na área do saneamento básico na maioria dos municípios brasileiros, a partir de 2011, com a conclusão das obras que estão em andamento, segundo o secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades Leodegard Tiscoski. Ele fez a afirmação baseado na média de investimentos feitos no setor entre 2001 e 2007 e os recursos previstos para as obras que estão em execução.

De acordo com Tiscoski, enquanto nos últimos sete anos a aplicação anual de recursos nessa área variou de R$ 3,9 bilhões para R$ 4,8 bilhões, os projetos do PAC envolvem R$ 40 bilhões, com os recursos da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, da Fundação Nacional de Saúde e do Ministério da Integração Nacional. Desse total, R$ 21,8 bilhões estão disponibilizados do Orçamento da União e de fontes de financiamento.

No momento, 76% das obras de saneamento previstas no PAC estão em andamento. Dessas, 80% deverão estar concluídas no próximo ano. Segundo Tiscoski, já foram contratadas 1.620 obras em 852 municípios. Ele disse que o setor de saneamento "estava desmobilizado e passou a andar depois da formalização dos projetos do PAC, que já teve 76% das obras iniciadas, sendo que 10% já foram executadas".

O programa já desembolsou 20% dos recursos previstos e deverá deslanchar neste ano, afirmou Tiscoski. O investimento em esgoto sanitário vai envolver 43% do orçamento.

O Ministério das Cidades divulgou ontem a 13ª edição do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto relativo a 2007, que mostra o atendimento naquele ano de 94% da população urbana com água encanada. Segundo o documento, 50% desse total conta com esgoto sanitário e 32% da água passa pelas estações de tratamento. Tiscoski ressaltou que "o governo resolveu reverter essa diferença e em todos os projetos para fornecimento de água inclui esgoto e tratamento sanitário".

De acordo com o Diagnóstico, as empresas concessionárias do serviço de fornecimento de água no país têm perda anual aproximada de R$ 4,4 bilhões, com os vazamentos na rede e o consumo que não é contabilizado, as chamadas ligações diretas. Detectar o problema e consertar os pontos em que há vazamentos ou mesmo identificar usuários que não estão no sistema é uma operação complexa, segundo o coordenador do Programa de Modernização de Saneamento do Ministério, Hernani Ciríaco.

De acordo com ele, 39% da água manipulada pelas empresas é desperdiçada, mas espera-se que esse índice diminua nos próximos anos. Ciríaco observou também que índices altos de desperdício não ocorrem só no Brasil, mas até mesmo em países desenvolvidos.

A questão envolve a necessidade de melhora no gerenciamento das empresas e nos métodos utilizados na área operacional. Essas deficiências, de acordo com Ciríaco, são reconhecidas pelas concessionárias. As empresas alegam que a redução esperada do desperdício deve vir das obras que estão em andamento na área do saneamento, no âmbito do PAC.

As concessionárias atendem a 4.556 municípios no fornecimento de água e a 1.355 municípios na prestação de serviços de esgoto, de acordo com o diagnóstico do setor. Na área urbana, são atendidas 149,7 milhões de pessoas no fornecimento de água e 117 milhões de pessoas na prestação de serviços de esgoto.

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