"O PT precisa assumir a paternidade da política de crescimento com distribuição de renda", disse Dilma , sob aplausos da plateia.
A reunião do Diretório Nacional do PT e a festa dos 29 anos da legenda, realizada ontem à noite em um clube de Brasília, serviram para a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, consolidar sua condição de candidata à sucessão de Lula. Segundo avaliação de integrantes do diretório petista, a ministra tem condições de "incorporar" as conquistas do governo Lula e assumir a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho de um presidente que conta com 84% de aprovação popular.
Ninguém tratou claramente Dilma como candidata. Nem mesmo ao ser convidada para compor a mesa de debates, na noite de segunda-feira, ao lado do presidente do Ipea, Márcio Pochmann, e do secretário-geral da CUT, Quintino Severo. Foi tratada como ministra-chefe da Casa Civil. Mas não havia dúvidas de que ela era a grande estrela do debate. De acordo com o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), alguns setores da legenda ainda acreditam que não será Dilma a candidata do PT em 2010. "No imaginário do eleitorado, contudo, ela é a candidata do presidente. Nas pesquisas, cada vez mais ela surge em condições de competir com outros presidenciáveis, como os tucanos José Serra e Aécio Neves ou Ciro Gomes (PSB)", acrescentou Fontana.
Fontana lembra que o PT ainda tem que seguir os ritos burocráticos de reuniões e plenárias para definir os rumos na sucessão presidencial. Mas, acrescenta que um encontro como o de segunda-feira serve para que os integrantes do diretório levem para seus Estados e municípios as percepções que tiveram sobre Dilma. "Eles vão levar à militância a mensagem de que ela é fundamental para o governo, que tem uma imagem íntegra e uma capacidade administrativa invejável. Os debates darão o verniz político a ela".
Por isso, o PT decidiu optar por convidá-la, e não ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discorrer sobre as ações do governo no combate à crise. Dilma baseou sua intervenção no debate sobre o papel e a intensidade da ação do Estado nas medidas de desenvolvimento. Segundo a ministra, a concepção de que o Estado deve ser mínimo, idealizada durante a gestão republicana de Ronald Reagan, no início da década de 80, está na gênese da atual crise financeira. "O que aconteceria conosco se tivéssemos privatizado os bancos públicos? Não fizemos isso. A reação, nos primeiros momentos, só foi possível porque o governo tinha quatro bancos", declarou a ministra.
Dilma mostrou ainda que o modelo americano de estímulo ao consumo interno, privilegiando as mais altas camadas da população, provocou um esforço para que outros setores da sociedade, sem condições de endividamento, buscassem maneiras de ter acesso ao financiamento. Esse desequilíbrio resultou na crise do subprime, quando os bancos emprestaram recursos para mutuários sem pedir qualquer garantia de crédito.
Aproveitou também para criticar a oposição e setores da imprensa, que afirmavam que o governo do PT se beneficiava do bom momento da economia internacional: "Hoje uma clara percepção de que o Brasil está em melhores condições do que qualquer outro país, e de que o governo está tomando todas as medidas necessárias para o enfrentamento". A ministra ainda afagou as bases do partido ao garantir que o governo só irá promover desonerações e empréstimos se houver contrapartida de garantia de emprego.
Apesar da posição contrária do PT à alta taxa de juros, Dilma não criticou a política monetária executada pelo Banco Central. Preferiu mostrar que a relação dívida/PIB no Brasil vem diminuindo e que outras ações, como o fortalecimento do mercado interno de consumo e o aumento das reservas internacionais brasileiras, foram fundamentais para garantir a solidez do Brasil.
Frases
Da Dilma Rousseff - Ministra da Casa Civil
"O PT precisa assumir a paternidade da política de crescimento com distribuição de renda"
"Vamos ter o cuidado de viajar pelos Estados prestando contas do PAC, verificando as obras que estão em atraso. É aquela história, o olho do dono engorda o boi.
O nosso boi é o PAC e ele já está um boi gordinho"
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