quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Dilma se emociona durante discurso


“São longas aves em curtos céus.” Foi com a frase do escritor Guimarães Rosa que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, definiu a atuação dos 11 amigos e ex-alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que morreram durante o regime militar, homenageados na segunda-feira à noite na universidade, em Belo Horizonte. Emocionada e com a voz embargada, a ministra lamentou que os colegas não estejam vivos para desfrutar do momento do país, porque “hoje nossos céus são largos”.

Acompanhada do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, companheiro da luta armada, e do ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Patrus Ananias, a ex-guerrilheira elogiou os amigos que, segundo ela, ultrapassaram os limites do normal egoísmo para se dedicar ao povo brasileiro.

Em seu discurso, Dilma recordou uma frase pichada nas paredes do Presídio Tiradentes (SP), onde ficou detida por três anos. “Logo que cheguei (no presídio), vi escrito: ‘Feliz do povo que não precisa de heróis’. Na época, não fez sentido e fui aprender de uma forma bastante profunda”, disse, com lágrimas nos olhos e destacando que não tinha o mesmo controle emocional que Pimentel: “É muito difícil para mim falar hoje”.

A economista, que estudou na UFMG, se surpreendeu ao receber uma medalha e um diploma das mãos do reitor. “Eu confesso que esperei no passado”, afirmou, lembrando que em 1973 foi impedida de concluir o curso de graduação, devido ao Decreto 477, por subversão da ordem pública: “Trinta e cinco anos depois me diplomo na UFMG”. Dilma saiu às pressas, sem dar entrevista.

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