Durante palestra na Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), em Belo Horizonte, ao lado do vice-presidente José Alencar (PRB/MG), Dilma Rousseff (PT) ressaltou a importância de ter um Estado forte, que planeje o país e crie condições para o desenvolvimento:
“Qual é o papel do Estado? Sem ser concorrente do setor privado, ele tem o papel de planejar. O Estado não pode olhar o depois de amanhã, ele tem que olhar o longo prazo. Em que área tem que fazer isso, em energia, por exemplo, senão vai repetir o que vai aconteceu de 2001 e 2002 com o racionamento de energia”, disse.
Ela lembrou o papel do governo Lula durante a crise financeira internacional, garantindo o crédito para as empresas:
“Havia alguns que diziam que nosso governo era fruto da sorte. Mas, aí quando veio a crise internacional mostramos que não. Passamos com louvor no quesito vencer a crise, fazendo parte da solução como governo e garantindo liquidez para os empresários. Não deixamos que o choque externo se tornasse um tsunami aqui no Brasil. E o presidente Lula, apesar de criticado por dizer que a crise seria uma marolinha no país, não deixou que o tsunami chegasse aqui...
... Nós não podemos conceber um sistema capitalista que não tenha crédito. Hoje achamos natural, mas partimos de um patamar que um crédito total no Brasil não chegava a R$ 400 bilhões e hoje fechamos com um total de R$ 1,4 trilhão”, acrescentou.
Reforma tributária
A ex-ministra do governo Lula disse ainda que o Brasil precisa enfrentar o problema tributário:
“Fizemos política muito forte de desoneração, tão forte que tivemos que compensar estados e municípios, e essa política mostrou que deu certo, que aumenta as vendas e o consumo. Tem conflito federativo para fazer reforma? Tem, porque parte expressiva dos tributos são estaduais. Não conseguimos fazer a reforma que queríamos, simplificar a tributação e não conseguimos por causa do conflito e temos guerra fiscal completamente maluca”, disse.
Por fim, mandou um recado otimista ao empresariado mineiro e brasileiro:
"O Brasil vai continuar crescendo. Nós tivemos uma série de conquistas nesses dois períodos do governo Lula, tiramos da pobreza absoluta 24 milhões de pessoas, segundo o último dado. Hoje o Brasil é um país que está em outro patamar e os empresários da Fiemg, de Minas Gerais e do Brasil tiveram um papel estratégico nisto, porque eles são responsáveis nesse crescimento junto com o governo," afirmou.
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