Tentando novamente estabelecer canais de diálogo com a Síria e o Irã sobre a pazno Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou, inesperadamente, ontem pela manhã que o chanceler Celso Amorim embarcasse de Amã para Damasco. O presidente israelense, Shimon Peres,havia pedido ao Brasil que negociasse com a Síria para fazer avançar negociações.
Também ontem, em mais um capítulo da tensão entre EUA e Israel, a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, conversou por telefone com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu.
O enviado de Washington para o Oriente Médio, George Mitchell, deve desembarcar no fim de semana naregião para retomar o diálogo, informou o Departamento de Estado. Aviagem de Mitchell havia sido temporariamente suspensa depois que Israel anunciou novas 1.600 casas em Jerusalém Oriental.
Amorimdeixou Amã, na manhã de ontem, com dificuldade de explicar à imprensa qual a contribuição que o Brasil poderá dar com esses movimentos. O ministro alegou que seria um "novo olhar" para o conflito, sem possibilidade de detalhar o significado. Mas reconheceu que o ator fundamental no processo de paz entre israelenses e palestinos continuaa ser os EUA, e disse que o Brasil não tem a ambição de substituí-los.
"Não estou dizendo que o Brasil influenciará (a solução do conflito). Não chega a tanto a nossa megalomania", ponderou, referindo-se com ironia aos que assim qualificam a política externa do governo Lula. Na Síria,Amorim foi recebido pelo presidente Bashar Assad. De lá, também telefonou para o chanceler da Turquia, Ahmet Davutoglu.
Damasco eTeerã. Reforçada ontem por Lula na Jordânia, a avaliação brasileira é ade que o sucesso do diálogo entre palestinos e israelenses depende do engajamento de outros países influentes, mas que estão fora da mesa de negociações. Um deles é o Irã, por seu apoio financeiro ao Hamas, grupo que domina a Faixa de Gaza e tem relações rompidas com o Fatah, que controla a Autoridade Palestina.
Lula se dispôs a tratar do temano Irã, com Mahmoud Ahmadinejad, na sua visita a Teerã, em maio. Na quarta-feira, em Ramallah, o presidente da AP, Mahmoud Abbas, pediu a Lula que aborde a questão com o iraniano. O outro país relevante é a Síria, país tecnicamente em guerra com Israel, que exige a devolução das Colinas do Golan, ocupadas pelos israelenses em 1967.
"Anossa mensagem é que a Síria é importante para o processo de paz no Oriente Médio porque o Golan faz parte disso. Seria importante retomarc onversas entre Síria e Israel para encaminhar bem a solução do conflito entre Israel e os palestinos", explicou Amorim.
Ao comentar a decisão de enviar o chanceler a Damasco, Lula indicou que oBrasil se beneficia com a ausência de diálogo com a Síria e o Irã e coma ineficácia da ONU. "Se EUA e a UE não conversam (com a Síria), nós vamos conversar. Se tiver de conversar com o Irã, vamos conversar."
Esse é o Lula.
ResponderExcluirTudo pela negociação, pelo entendimento, de forma a beneficiar o maior números de pessoas,
com emprego, renda e dignidade.
Parabéns Lula.
E a Dilma já assimilou essa forma de ser e governar.
É Dilma em outubro com as mulheres e para as mulheres com o apoio de nosostros também.