quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Vistoria aponta que sistema de bomba do rio Tietê não teve problemas em dia de megaenchente e desmente Serra e Kassab

Vistoria feita por técnicos da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras da capital paulista e do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (Daee), entre 9 e 15 de dezembro, revelou que todas as bombas da marginal Tietê funcionaram normalmente no último dia 8, data em que uma megaenchente provocou caos na cidade.


Segundo a Coordenação das Subprefeituras, foi realizada uma vistoria "rigorosa" nas 26 bombas que compõem o sistema. Três delas - sob as pontes das Bandeiras, Anhanguera e da Casa Verde, locais mais atingidos na enchente do dia 8 - estão sob responsabilidade da prefeitura. Todas as restantes são administradas pelo governo do Estado.

No dia da megaenchente, o governador José Serra (PSDB) atribuiu as inundações na marginal Tietê - um dos locais mais afetados naquele dia - a um problema no funcionamento de uma bomba do sistema da usina de Traição, que fica ao lado da ponte Ary Torres, na marginal Pinheiros. "Isso comprometeu 25% da capacidade de bombeamento e estrangulou ainda mais a capacidade de escoamento do Tietê", havia afirmado o governo, em nota.

No dia seguinte, a secretária de Saneamento e Energia do Estado, Dilma Pena, contradisse a afirmação do governador e minimizou a importância do equipamento que falhou na usina de Traição: "o que aconteceu no Tietê e em Pinheiros não pode ser creditado à bomba. Houve uma chuva muito intensa, torrencial. A bomba ajudaria ali naquele ponto, ali na Cidade Universitária. Ali a bomba ajudaria, o nível ficaria mais baixo. Ali fez falta a quarta bomba, mas para o Tietê não tem influência nenhuma", disse.

A Prefeitura de São Paulo, na época, disse também que não ocorreram falhas em nenhuma das bombas da marginal Tietê sob sua administração. No entanto, o engenheiro Ubirajara Tannuri Félix, superintendente do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), disse que as bombas sob a ponte das Bandeiras "não conseguiram operar a contento e atrasaram o escoamento". "Fui ao local com técnicos da Prefeitura e constatei isso", afirmou Félix.

A gestão Kassab se negou a dar detalhes sobre falhas no sistema de escoamento de água na ponte das Bandeiras. O prefeito falou em intrigas: "Foram algumas pessoas que quiseram intrigar a prefeitura com o governo", afirmou. Já Dilma Pena confirmou problemas no local, mas não falou em falha nas bombas. "[O problema] Foi um muro de arrimo, que protege contra passagem das águas para pista", disse.

O resultado da vistoria na marginal Tietê e a afirmação da secretária Dilma Pena minimizando o impacto da falha na bomba da usina de Traição afastam a hipótese de que problemas em bombas potencializaram os alagamentos do dia 8 na marginal Tietê. O argumento de governo e prefeitura é que a quantidade de chuva "acima do normal" foi agente causador das enchentes.

Contudo, levantamento feito pelo uol mostrou que historicamente a cidade já enfrentou com muito mais tranquilidade índices pluviométricos similares ou maiores do que o registrado no dia 8 deste mês. Em várias ocasiões a chuva foi maior do que no dia da mega-enchente, mas a cidade não viveu o mesmo caos.

Segundo estudo realizado pela liderança do PT na Câmara Municipal, a gestão Kassab deixou de investir R$ 353 milhões em obras de combate a enchentes. Entre 2006 e hoje, a prefeitura usou apenas 68% da verba previstas no orçamento para canalização de córregos, serviços de drenagem e construção de piscinões.Com informações da Agência Estado e Uol

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