O sistema bancário e financeiro brasileiro não foi contaminado pela crise e contou com o apoio imediato do Banco Central (BC) quando o financiamento externo escasseou e até mesmo desapareceu.
No fundo já estávamos sendo favorecidos nas últimas semanas pelo afluxo de recursos que entraram no mercado. São investidores que estão encontrando no Brasil mais rentabilidade e segurança do que investir em outros países.
MERCADO PREFERENCIAL
O Brasil é hoje o que se poderia chamar de mercado preferencial, o que explica a enxurrada de dólares que vem entrando nas últimas semanas no País , a ponto de levar o Banco Central a intervir no mercado de câmbio para evitar a forte valorização do real.
É um situação excepcional neste momento de alta tensão externa.
O resultado do teste de estresse nos maiores bancos americanos vai ajudar o mundo a enfrentar a crise financeira mundial, ao aumentar a liquidez no mercado.
É nesse item que nós entramos. O sistema financeiro não foi contaminado porque não se arriscou na aventura dos ganhos generosos e fáceis.
Não deixou de ser afetado pela falta de financiamentos externos, mas estava inteiro quando a crise eclodiu e, quando foi preciso, acabou sendo atendido pelo Banco Central que, direta e indiretamente, injetou recursos no mercado.
DIVERSIDADE
E não são apenas investimentos na bolsa de valores, mas na compra de títulos do Tesouro e ativos do governo. Papéis em que só se investe quando se confia, quando se tem retorno, oferecendo condições de liquidez e segurança.
Depois de três anos e meio, os investidores sabem que as regras não vão mudar. Assim, quase tudo o que saiu do País no auge da crise, está voltando.
Mais uma vez, posso afirmar que estamos bem nesse vendaval sem fim que vem que assolando o mundo.
Com a melhora ou não da situação nos Estados Unidos. Estamos até nos aproveitando do que ocorre lá fora porque soubemos armar diques e construir portos sustentáveis para acolher os náufragos do mercado financeiro internacional.Se quem escreveu texto? Alberto Tamer
Brasil tem o maior saldo cambial em sete meses
O bom desempenho da balança comercial permitiu que o Brasil retomasse, em abril, o saldo positivo no ingresso de moeda estrangeira. Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram saldo de US$ 1,43 bilhão em abril, o melhor resultado desde setembro de 2008. Mas o fluxo cambial dá sinais de melhora. O dólar voltou a ficar perto de R$ 2,10 e, segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, os números "consolidam a sensação de que o pior já passou".
Balança comercial ajudou Brasil a obter superávit de US$ 1,43 bi nas transações em moeda estrangeira em abril
O fluxo cambial dá sinais de caminhar para uma situação mais próxima daquela vista antes da crise. "A melhora tem contribuído para a valorização do real, que também acompanha um movimento de desvalorização do dólar ante as várias moedas", afirma o economista do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, em relatório sobre os resultados de abril.
"O dólar, que bateu em R$ 2,50, voltou a ficar perto de R$ 2,10. Estamos longe do piso de antes da crise, mas já melhorou bastante", diz o economista da Austin Rating, Alex Agostini.
Para ele, os números consolidam a sensação de que o pior já passou. "A sangria ficou para trás e agora estamos em um estágio de estabilidade com perspectiva de melhora."
O ingresso de quase US$ 1,5 bilhão em abril contrasta com resultados recentes. Em novembro de 2008, no auge do nervosismo do mercado financeiro, US$ 7,1 bilhões deixaram o País em apenas 30 dias. Entre setembro de 2008 e março de 2009, saíram US$ 18,3 bilhões. A mudança de sentido recente no fluxo cambial foi sustentada pela recuperação do saldo comercial.
Em meio à melhora das exportações e à forte queda das importações, o comércio exterior respondeu por US$ 4,9 bilhões que ingressaram no Brasil em abril, a melhor marca desde setembro de 2008 e o quarto mês seguido de aumento da entrada pelo fluxo comercial.
A conta financeira, no entanto, continua no vermelho. Em abril, investidores e empresas remeteram US$ 3,48 bilhões ao exterior. Apesar do resultado negativo, o que chama atenção é a concentração das remessas nos dois últimos dias de abril, quando saíram US$ 2,6 bilhões.
"Empresas com dívida no exterior podem ter remetido dólares para pagar os compromissos. Acredito que o movimento desses dois dias tenha sido pontual", diz Agostini. Sem os dois dias, o fluxo financeiro teria saída 74% menor, de US$ 884 milhões. Para o economista, as perspectivas são positivas.
"O estrangeiro está entrando aos poucos, e esse tipo de investidor respondeu por boa parte da recuperação da Bovespa, que saiu dos 29 mil pontos e já está em 51 mil", diz Agostini. Para ele, é provável que mais estrangeiros entrem no mercado brasileiro nas próximas semanas, o que deve reduzir a saída ou até inverter a tendência da conta financeira.(Agência Estado)
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