Às vésperas de 2011, a Petrobras proclama a descoberta de 6,5 bilhões de barris de óleo e gás natural para a exploração comercial. Dessa forma, as reservas brasileiras do pré-sal alcançariam 8,3 bilhões de barris com a nova denominação de área Lula em homenagem ao ex-presidente da República.
A quantidade divulgada pela nossa principal estatal, caso concretizada, fará que o Brasil tenha 22 bilhões de barris viáveis de extração superando a China e ficando bem perto do Catar. A Arábia Saudita possui a maior reserva provada do universo (265 bilhões de barris) e, em seguida, temos a Venezuela (172), Irã (137), Iraque (115), Kuweit (101) e Emirados Árabes (98). O resto da produção mundial provém das regiões dispersas com pequena quantidade.
Desde 1859, quando foi aberto nos EUA o 1º poço produtivo e, em 1860, com a 1ª refinaria, deu-se origem a uma indústria, talvez, ainda, a mais importante do universo. Existe quem assevere que, com a petroquímica, utilizando matérias-primas derivadas do petróleo, deu-se início a uma 2ª Revolução Industrial. Nos dias atuais, a partir desses hidrocarbonetos, fabricam-se produtos artificiais, que substituíram, progressivamente, os similares e materiais moldáveis em substituição a papel, louças, madeira, metais, lã, seda, algodão, couro, tintas, fertilizantes e tantos outros, com expansão vertiginosa em todo o mundo e desempenho de papel decisivo na economia das nações mais industrializadas.
Quase todo o petróleo brasileiro encontra-se em áreas que excedem a 8 mil metros abaixo do leito do mar, as quais terão características inéditas, seja pela grande distância da costa terrestre, seja pela profundidade do reservatório. Técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) afirmam que a somatória da reserva alcançaria até 80 bilhões de barris, o que conduziria a nação à invejável condição de sexto maior produtor mundial. Outros especialistas, mais conservadores, preferem aguardar as avaliações completas para a definição do volume efetivo das reservas do óleo.
A crise financeira global de 2008 elevou o barril (160 litros) a US$ 147 e as cotações, no encerramento de 2010, estão perto de US$ 94/barril. Nos últimos 12 meses, a elevação foi de 20% e, em 2009/2010, a valorização excedeu 117%. Analistas conceituados já mencionam a hipótese de que a commodity supere a marca dos US$ 100/barril em 2011.
O ano novo começa com a demanda mundial de 85 milhões de barris diários e crescente consumo nos povos emergentes, com pequena diminuição nos desenvolvidos economicamente. A produção brasileira é de 2 milhões de barris/dia para um consumo que já supera o total extraído. Para a Agência Internacional de Energia (AIE) poderá suplantar 2,4 milhões de barris/diários, em 2011.
Continuará o petróleo sendo a principal fonte de energia em todo o mundo. A tendência é prosseguir aumentando, dado que a utilização de outros recursos começa a estacionar. Em relação ao Brasil, haverá o maior uso do petróleo bruto, gás natural, nafta, GLP, diesel e outros derivados, eis que a economia permanece aquecida. Dessa forma, serão aumentadas as importações, pois a capacidade de refino da Petrobras está esgotada e os novos poços do petróleo do pré-sal somente serão utilizados, possivelmente, na próxima década, confirmadas as estimativas.
Muitos países aprovaram, sem sucesso, programas de substituição do combustível fóssil por energia renovável e limpa, sem êxito, com exceção do Brasil. O país já produz nas indústrias canavieiras mais de 31 bilhões de etanol (álcool) ano/safra e foram exportados 3,4 bilhões de litros em 2009. Com o etanol e o petróleo brasileiro, a nação poderá alcançar a independência energética, o que significa, cada vez mais, a soberania nacional.
Demanda diária de 85 milhões de barris. Corrijam.
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