A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (10) uma operação para prender sete prefeitos de municípios baianos e outras 39 pessoas suspeitas de envolvimento num suposto esquema de desvio de verbas federais e fraude em licitações.
A Operação Carcará da Bahia, que contou com o apoio da CGU (Controladoria-Geral da União) e do MPF (Ministério Público Federal) na Bahia, deve cumprir até o final do dia 82 mandados de busca e apreensão e 46 mandados de prisão (27 deles foram cumpridos até as 10h). Entre os suspeitos há também funcionários públicos e empresários.
Segundo a PF, os suspeitos fraudaram licitações com uma divisão do mercado entre as empresas envolvidas, utilizaram notas fiscais frias e superfaturaram preços de produtos e serviços. Há indícios de desvio de verbas federais que seriam usadas para a compra de merenda escolar, medicamentos e obras públicas em 20 municípios baianos.
A CGU estima que os prejuízos aos cofres públicos cheguem a R$ 60 milhões. A investigação teve início há mais de um ano, a partir de denúncias envolvendo a empresa Sustare Distribuidora de Alimentos Ltda, sediada em Itatim (BA), e outras empresas do grupo.
A investigação apontou Edison dos Santos Cruz, que comanda o grupo de empresas, como o mentor do suposto esquema. Ele é o único que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Os outros foram presos temporariamente. A reportagem não conseguiu localizar o advogado dele.
Os suspeitos poderão responder por crimes como peculato e emprego irregular de verbas públicas, estelionato, formação de quadrilha, fraude a licitação, modificação ilegal do contrato ou pagamento antecipado e corrupção ativa e passiva.
O material apreendido durante a operação será analisado pela PF e pela CGU e deve ser anexado ao inquérito, ainda não concluído.
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