As duas últimas semanas de campanha foram realizadas às cegas no Paraná. A coligação "Novo Paraná", que tem o tucano Beto Richa como candidato ao governo do Estado, conseguiu barrar na Justiça a divulgação de resultados de pesquisas, alegando falhas nas informações. A coligação "A união faz um novo amanhã", do oponente Osmar Dias (PDT), criticou a medida. Mas aproveitou a situação para alardear desde a semana passada, em comício feito em Curitiba com a presença do presidente Lula e de Dilma Rousseff, que havia virado o jogo, mas sem ter números a apresentar.
Mesmo sem dados recentes sobre a opinião de eleitores, não há como negar que a disputa no Paraná termina de maneira diferente da apresentada no início.
Richa começou a campanha em vantagem, mas a presença constante do presidente Lula nos programas do horário político, nos discursos de Dias e em visitas ao Estado parece ter favorecido o pedetista. No último debate, na terça-feira, antes de responder à primeira pergunta, o candidato falou que havia recebido um telefonema de boa sorte de Lula.
Na primeira pesquisa Datafolha divulgada após o início do horário eleitoral, Richa tinha 47% das intenções de voto e Dias estava com 34%. Na última pesquisa do mesmo instituto, do dia 16 de setembro, os dois estavam tecnicamente empatados - o tucano com 45% e o pedetista com 40% (a margem de erro para a amostra era de três pontos percentuais para mais ou para menos). O número de indecisos somava 11%.
É a segunda vez que Richa disputa o governo. A primeira foi em 2002, quando ficou em terceiro lugar, com 17% dos votos válidos (888 mil votos) e foram para o segundo turno Alvaro Dias (que estava no PDT e hoje é do PSDB) e Roberto Requião (PMDB). Osmar Dias tentou ser governador em 2006, mas Requião conseguiu ser reeleitocom uma pequena vantagem de 10.479 votos.
Nos últimos anos, Richa e Dias uniram forças em campanhas para o governo e para a prefeitura de Curitiba, mas os dois romperam relações porque ambos decidiram concorrer ao cargo de governador. Dias conseguiu apoio do PT e do PMDB e teve de fazer as pazes com Requião, que agora disputa uma vaga no Senado na mesma chapa.
Richa e Dias têm perfis diferentes.
Richa, embora tenha nascido em Londrina, Norte do Paraná, é mais conhecido na capital e esforçou-se para ganhar votos no interior. Ele é engenheiro civil e tem 45 anos.Dias é de Quatá (SP) e sempre teve bom relacionamento com o homem do campo.
Tem 58 anos e é agrônomo. Na largada da campanha, o foco de ambos estava no interior, depois voltou-se para a capital. Na reta, final intensificaram-se agressões pessoais, com os dois dizendo-se arrependidos por parcerias do passado. O senador Alvaro Dias, irmão de Osmar, que chegou a ser cotado para a vaga de vicepresidente na candidatura de José Serra, manteve o voto em secreto por um tempo, mas acabou declarando voto no pedetista.
Para o Senado, Requião largou na frente, mas foi alcançado pela petista Gleisi Hoffmann. Os dois são da chapa de Osmar Dias e aparecem empatados na última pesquisa do Datafolha, bem à frente dos concorrentes, com 44% das intenções de voto. Na chapa de Richa, o candidato Gustavo Fruet (PSDB) tem 21% e Ricardo Barros (PP) tem 18%.Valor Econômico
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