O fisioterapeuta Renato de Souza Melo, 28 anos, é um dos que prefere fazer pagamentos à vista. Ele não tem conta em banco. Já tentou fazer duas vezes, mas "demorou muito", então desistiu. "Pensei em fazer uma conta corrente para tentar poupar mais, porém continuaria a comprar com dinheiro. Acho cartão muito ilusório, mostra uma facilidade de compra que nem sempre é real. Pagando com dinheiro dá para ter mais controle", explica. O caso de Melo não é pontual. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, encomendada pela MasterCard, mostra que dinheiro é a forma de pagamento preferida pelas classes C e D no Brasil.
Foram analisados consumidores entre 18 e 60 anos de sete municípios: Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, São José do Rio Preto, Feira de Santana, Porto Alegre e Goiânia. Os resultados: apenas 46% desta parcela da população é bancarizada, 27% possui somente cartão de débito e 25% têm apenas cartão de crédito. A preferência pelo pagamento em dinheiro pode ser explicada por outro destaque do estudo: 55% dos bancarizados e 98% dos não-bancarizados recebem seus rendimentos em dinheiro. Segundo o Banco Central do Brasil, 77% dos pagamentos de pequenas compras do dia-a-dia são feitos em dinheiro.
"O cartão de crédito é usado para compras maiores, que podem ser parceladas", comenta o vice-presidente do Segmento de Produtos da MasterCard Brasil, Maurício Alves. "Há muitas pessoas não-bancarizadas e o público bancarizado pode usar mais os produtos financeiros", completa. O vice presidente analisa, ainda, que as principais barreiras para o crescimento do débito no Brasil estão relacionas a fatores culturais, como o costume de andar com dinheiro no bolso, falta de conhecimento de taxas e tarifas e o receio de perder o controle dos gastos. Alves defende que "comprar com cartão é mais prático e seguro, já que não precisa carregar dinheiro. Além disso, essa forma de pagamento pode ser uma boa saída para as compras inesperadas".Folha de Pernambuco
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