segunda-feira, 7 de junho de 2010

Serra está desesperado com o crescimento de Dilma em Minas, reduto tucano

Pré-candidato tucano retorna ao estado para tentar colocar um freio no movimento favorável à petista Dilma Rousseff e ao governador tucano Antonio Anastasia

O pré-candidato à presidência da República José Serra (PSDB), acompanhado do ex-governador Aécio Neves e do governador Antonio Anastasia, retorna a Minas Gerais nesta segunda-feira, quando visitará Montes Claros, onde terá encontro com lideranças regionais. A expectativa é de que a presença de Aécio — que fará sua primeira aparição pública ao lado do ex-governador paulista desde que retornou de viagem ao exterior — sirva de impulso para o engajamento dos prefeitos tanto na campanha de Serra como no trabalho para a reeleição de Anastasia. Mas existe uma ameaça de divisão dos chefes de executivo em relação ao candidato a presidente do PSDB.

A ameaça é representada pela “Dilmasia”, movimento que defende o apoio casado à reeleição do atual governador e à pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. O presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), Valmir Morais (PTB), disse que cerca de 50 a 60 prefeitos deverão participar do encontro com os pré-candidatos tucanos. Segundo Morais, a maioria dos prefeitos norte-mineiros já declarou adesão à campanha para a reeleição de Anastasia e apoio à candidatura de Aécio ao Senado. Para o dirigente, o apoio ao tucano não será difícil. “Não vejo dificuldades para os prefeitos assumirem a candidatura do Serra. Vai depender da posição do Aécio”, afirma Morais. “Basta o Aécio pedir para que o Norte de Minas possa abraçar também a candidatura do PSDB para a Presidência da República”, acrescenta o presidente da Amams, que reúne 92 prefeitos.

Serra fará hoje a sua quinta viagem ao estado desde que se desincompatibilizou do governo de São Paulo, no início de abril, para concorrer ao Palácio do Planalto. Ele esteve duas vezes em Belo Horizonte e visitou Uberlândia e Uberaba, mas será a primeira viagem a Montes Claros, cidade de 364 mil habitantes, e importante centro universitário. Em 2002, quando também disputou a Presidência da República, Serra fez poucas visitas ao estado e não foi ao norte, apesar de a região ter cerca de dois milhões de votos. Nesta segunda-feira, Serra vai receber um documento com reivindicações, intitulado de Plano de Desenvolvimento do Norte de Minas, elaborado em encontro de lideranças políticas e empresariais, organizado pela Amams.

Apesar da informação do presidente da Amams, uma boa parte dos prefeitos norte-mineiros deverá apoiar Anastasia para governador e Dilma, para presidente da República. A observação é do prefeito de Salinas, José Prates (PTB), um dos cabeças da “Dilmasia”. Seria algo semelhante ao “Lulécio”, liderado pelo próprio José Prates em 2006, quando uma frente de prefeitos apoiou as reeleições de Aécio Neves para o governo de Minas e de Luiz Inácio Lula da Silva para o Palácio do Planalto. A diferença desta vez é que os prefeitos também deverão votar em Aécio para o Senado. Prates disse saber que um número expressivo de prefeitos, `no estado inteiro, incluindo filiados ao PSDB e ao PT”, que vão apoiar Dilma e Anastasia, mas não revela quem seriam eles. “Não posso falar os nomes porque não sou porta-voz deles”, justificou.

DIVISÃO MINEIRA
» Ao contrário do anunciado, terminou sem acordo o encontro entre PT e PMDB, realizado ontem à tarde, no qual se pretendia definir entre o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel o cabeça-de-chapa para disputar o governo de Minas. O PT, porém, pegou de surpresa os peemedebistas que consideravam a partida ganha com Hélio Costa, para a disputa do governo mineiro. Em reunião pela manhã, petistas e representantes do PR, PCdoB e PRB, aproveitaram a ausência do PMDB, para anunciar nova chapa, esta encabeçada por Fernando Pimentel, tendo como vice Clésio Andrade, presidente do PR de Minas, e Hélio Costa como candidato único para o Senado.

Marina reduz agenda

A convenção do Partido Verde na próxima quinta-feira é o principal motivo para a agenda reduzida de compromissos nesta semana da senadora Marina Silva, que será aclamada no evento como a candidata da legenda ao Palácio do Planalto. A agenda da pré-candidata prevê apenas a participação hoje no prêmio Top Etanol, realizado pela União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), em São Paulo.

Nesta semana, entretanto, Marina, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) estarão empenhados em fazer um bom discurso nas convenções partidárias. O prazo estabelecido pela Justiça eleitoral para a realização das convenções inicia-se nesta semana e o Partido Verde será o primeiro a dar a largada. A convenção que aclamará a chapa Marina Silva e Guilherme Leal ocorrerá no Brasil 21, em Brasília. A expectativa é reunir 1,5 mil pessoas no salão principal, mas os outros espaços devem ser utilizados para acomodar os simpatizantes da candidatura da senadora. Após a convenção nacional, Marina deve ainda participar de algumas convenções do PV nos estados, principalmente no Rio, Minas e São Paulo.

Depois do evento de hoje, em São Paulo, a intenção é que Marina se concentre no discurso para a próxima quinta. O PV está empenhando em evitar a polarização do debate das eleições presidenciais entre PSDB e PT e tenta, sempre que possível, garantir a participação de Marina em eventos onde o ex-governador José Serra e a ex-ministra Dilma Rousseff também estejam. A convenção tucana ocorrerá em Salvador e a do PT, em Brasília — ambas no fim de semana.

Foi assim, por exemplo, em congresso de saúde realizado no fim de maio, em Gramado (RS). Dilma foi ao evento e, na última hora, a assessoria de Serra também confirmou sua presença. Marina, com a agenda já comprometida, não pôde ir no mesmo dia que os concorrentes. Mas nem por isso deixou de marcar presença: no dia seguinte, a senadora também prestigiou o congresso.Correio Braziliense

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