Espera por condução chega a 1 h em Paraisópolis

Segunda maior favela da capital, Paraisópolis (zona sul de SP) tem apenas uma linha de ônibus e quatro de lotação para atenderem um universo de 60 mil moradores. Diariamente, entre as 6h e as 7h, a maioria dos veículos já sai lotada dos pontos de partida, o que obriga passageiros a esperar até 1 h para embarcar, diz a reportagem de Léo Arcoverde, do jornal Agora

Nem ônibus, nem metrô

Os piores problemas do transporte público em São Paulo podem ser testemunhados, diariamente, em Paraisópolis.A segunda maior favela da capital, onde moram mais de 60 mil pessoas, conta apenas com uma linha de ônibus e quatro de lotações.

Quem vai trabalhar, logo de manhã cedo, só encontra veículos lotados. Muita gente espera pelo menos uma hora para poder embarcar.Foi o caso, anteontem, da babá Marlene Gomes da Silva, de 33 anos. Ela só conseguiu pegar o oitavo lotação que passou pelo ponto, e acabou chegando atrasada ao trabalho.

Mas muito pior, segundo ela, é o fato de o filho raramente conseguir chegar à escola na hora certa.

Também não é fácil recorrer ao metrô. A estação mais próxima fica a 4 km. A de trem, a 6,5 km.

Como todo mundo sabe, são ainda muito pequenas e precárias as redes de transporte sobre trilhos na capital mais rica do país.Paraisópolis está no traçado da futura linha 17-ouro do metrô, que ligará a linha 1-azul ao Morumbi.No plano original, ela deveria ser inaugurada até o ano de 2013. Mas, com a exclusão do estádio do Morumbi da Copa de 2014, ninguém mais sabe quando vai entrar em funcionamento.

Enquanto isso, os moradores têm que se virar com o serviço de ônibus. Não seria um problema, caso o principal meio de transporte coletivo da cidade suprisse as necessidades.Mas isso, infelizmente, não acontece, em especial nas favelas e nos bairros das periferias. Como bem se vê no caso de Paraisópolis.