A ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu a atuação do Banco Central durante a crise financeira, depois que a instituição foi criticada pelo pré-candidato do PSDB, José Serra, para quem a autoridade monetária perdeu a oportunidade de reduzir a taxa básica de juros durante a crise financeira internacional.
"Não vou deixar de reconhecer a quantidade de acertos, dos muitos acertos que o BC teve no enfrentamento da crise", frisou Dilma, que participou do seminário Brazil Infrastructure Summit, organizado pelo Valor Econômico e pelo jornal britânico "Financial Times", no Rio de Janeiro. Convidado a participar do seminário, o pré-candidato tucano não compareceu.
Dilma ressaltou que o Banco Central promoveu a redução do compulsório e liberou crédito de forma a garantir o financiamento dos exportadores. "O fato é que o BC acertou na política monetária e no enfrentamento da crise", ponderou Dilma.
Dilma rebateu as acusações do ex-governador de São Paulo de que seria "terrorismo" vincular a figura dela à continuidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Isso é apenas uso de expressões, de palavras", minimizou Dilma. "Qualquer ser humano pode raciocinar comigo. Participei diretamente de cada um dos grandes projetos do governo Lula. Em cada um deles, uma parte é meu trabalho", frisou Dilma. "Não tem terrorismo nenhum em acharmos que quem representa melhor a continuidade somos nós", acrescentou.
Um integrante da coordenação da campanha de Dilma disse que Serra tem que decidir o que quer. "Será que ele acha que em 2008, quando o Brasil importava uma inflação brutal de commodities, não deveria ter aumentado os juros? Depois, quando o BC baixou os juros, ele criticou também." Para essa fonte, "a oposição deve achar que é possível conviver com um pouco de inflação. Não dá. Não há como negar que o Brasil teve um comportamento exemplar durante a crise".
A senadora Marina Silva, pré-candidata do PV à Presidência, também defendeu a autonomia do Banco Central e disse que foram os instrumentos da política e econômica que ajudaram o país a sair da crise econômica. "A experiência brasileira mostra que foi acertada a autonomia do BC. É uma autonomia não institucionalizada. A não institucionalização é boa para evitar o que aconteceu na Argentina", afirmou a senadora, lembrando que a inflação atinge principalmente os mais pobres. Marina, no entanto, evitou comentar a recente decisão do BC de aumentar a taxa de juros de 8,75% para 9,50%.
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