O ritmo de vendas da indústria automobilística no país seguiu forte em fevereiro, com número recorde de emplacamentos para o mês em toda a história do setor, e deve mostrar mais vigor ao longo de março, quando se encerra o período de redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros com motor flex. No mês passado, segundo dados preliminares fornecidos por fonte da indústria, o número de licenciamentos de carros, comerciais leves, ônibus e caminhões chegou a 220.988 no país, com expansão de 3,6% frente ao registrado em janeiro e alta de 10,8% em relação aos 199.366 veículos emplacados em fevereiro de 2009. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o crescimento foi de 9,44%, para 434.300 unidades.
Até o fim do mês, segundo fontes de diferentes montadoras, as vendas de automóveis no país deverão ganhar novo impulso diante da proximidade do fim da redução do IPI, como já ocorreu com os carros movidos a gasolina, cujas alíquotas foram recompostas em janeiro. Até o dia 31, carros com motores de 1.000 cilindradas flex têm IPI de 3%, percentual que retorna a 7% em abril. Já os veículos de até 2.000 cilindradas seguem com alíquota de 7,5% até o fim do mês, quando voltará a valer o percentual de 11%. Caminhões permanecem isentos até junho e então voltam ao IPI de 5%.
O primeiro anúncio de incentivo fiscal à industria automobilística foi feito pelo governo em dezembro de 2008, no auge da crise financeira, e era válido inicialmente por três meses. O fim dos descontos foi postergado algumas vezes com o objetivo de estimular a economia, mas o governo já sinalizou que 31 de março deve ser o prazo máximo para a concessão do benefício. Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontra-se com diretores da Anfavea, entidade que representa as montadoras, em reunião durante a qual o setor poderá pedir compensações pelo término do IPI reduzido.
Além da aposta na manutenção de vendas aquecidas neste mês, a indústria prevê concorrência apertada entre as montadoras nas últimas semanas de IPI reduzido e muitas promoções. De acordo com o diretor comercial da Fiat, Lélio Ramos, a redução de preços deve ser superior ao desconto do IPI no carro zero. "O mercado está bastante agressivo", afirmou. A disputa acirrada pelo cliente final fica evidente no ranking de vendas das montadoras. A Fiat manteve-se na liderança do mercado, com fatia de 21,6%, seguida de perto pela Volkswagen, com participação de 20,5%. Terceira no ranking, a GM se aproximou das duas primeiras, com 19,9% dos emplacamentos, e a Ford manteve-se na lanterna da disputa, com 11,3%. Juntas, as três primeiras colocadas responderam por mais de 60% dos emplacamentos realizados no primeiro bimestre. No ano passado, o mercado total de veículos no país ficou em 3,14 milhões de unidades e deve alcançar 3,4 milhões em 2010, segundo a Anfavea.Valor Econômico
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