José Serra está em campanha...enquanto isso, Jd. Romano está alagado há 1 mês

A seis meses da largada para a campanha eleitoral permitida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as inaugurações de obras já estão servindo de palanque para que políticos aliados manifestem apoio à provável candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na disputa à sucessão presidencial. Nos dois últimos dias, a questão eleitoral foi mencionada quatro vezes em cerimônias de inaugurações de obras. Os autores dos discursos são, em geral, parlamentares e prefeitos.

Serra disse que considera “normal” as manifestações de caráter eleitoral em inaugurações. “Isso é normal no Brasil, tradicional. Não tem maior consequência. Nessa altura do campeonato não tem tanta importância”, avaliou. O governador ressaltou, no entanto, que não incentiva esse tipo de atitude. “É muito difícil chegar para cada pessoa e pedir ‘olha, não fale’. A gente faz isso, mas um ou outro escapa”, afirmou. O TSE proíbe qualquer tipo de campanha política antes do prazo oficial, que tem início em 6 de julho.

Ontem na inauguração de um parque na capital paulista, o deputado estadual Bruno Covas (PSDB), ao falar do trabalho d o governo Serra com a gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM), disse que tem “certeza que essa parceria se dará com o governo federal no ano que vem”. Pouco antes, a corrida eleitoral foi mencionada no palanque pelo vereador Gilberto Natalini (PSDB). “Grandes mudanças ocorrerão no Brasil neste ano. E isso está nas nossas mãos”.

Anteontem, no interior, as manifestações foram mais explícitas. Em entrega de uma unidade de saúde em Rio Claro, o prefeito Palmínio Altimari Filho (PMDB) foi direto ao assunto. “José Serra é um grande expoente na sucessão presidencial”. Em seguida, “nomeou” o prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB), ministro. “Torcemos para o companheiro Barjas voltar a ocupar espaço no cenário nacional”, disse. Negri foi titular da Saúde na gestão Fernando Henrique Cardoso. A outra menção do dia foi do deputado Aldo Demarchi (DEM). “Deus e a vontade da população poderão deixar que o senhor consolide a posição do Brasil no mundo”. JT