A decisão do PSDB de abandonar o governo de José Roberto Arruda irritou o comando nacional do DEM. Os tucanos aderiram à debandada em massa dos aliados do governador e anunciaram sua saída, em reunião de sua Comissão Executiva Nacional. Para o DEM, o PSDB, como principal aliado nacional, poderia ter esperado o resultado do processo de julgamento interno de Arruda para tomar sua decisão.
Na avaliação dos dirigentes do DEM, a decisão tucana serviu para aumentar o desgaste político do partido, que ficou isolado na administração do escândalo. Foi o suficiente para que o presidente da sigla, deputado Rodrigo Maia (RJ), atacasse o PSDB, fazendo referências às denúncias contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, que precisou usar sua força política regional para evitar o sucesso de uma CPI contra seu governo.
"Respeito a decisão de qualquer partido. Mas nós do DEM somos o único partido que está investigando as denúncias contra um filiado. O PSDB poderia ter investigado a governadora Yeda Crusius, mas não fez. Nós faremos investigação", criticou. Maia foi mais além e se irritou com a possibilidade de o partido supostamente perder a vaga de vice numa chapa presidencial encabeçada pelos tucanos por conta do escândalo. "Se for levar em conta escândalos para definir vaga em chapa, talvez o PSDB nem pudesse lançar candidatura presidencial", atacou.
NOTA
Em meio à debandada de aliados que marcou as últimas horas de Arruda desde que o escândalo do "mensalão do DEM" veio a público no fim de semana, ontem foram os tucanos que decidiram sair dos cargos que ocupavam na administração local. Em uma nota oficial de apenas cinco linhas, a Executiva Nacional do PSDB determinou "o afastamento imediato do governo do Distrito Federal de todos os membros do partido".
A nota não citou nomes, para evitar que algum tucano que eventualmente ocupasse uma diretoria ou assessoria do governo do DF, sem o conhecimento da direção partidária, permanecesse no cargo.
No bastidor da reunião, no entanto, ficou claro que a determinação tinha endereço certo: os três filiados que estavam à frente de secretarias de Estado. Referiram-se ao secretário de Obras e dirigente do PSDB do DF, Maurício Machado, ao secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, e ao titular da Fazenda, Valdivino de Oliveira.
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