quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PSDB abandona aliado e DEM cobra caso Yeda



A decisão do PSDB de abandonar o governo de José Roberto Arruda irritou o comando nacional do DEM. Os tucanos aderiram à debandada em massa dos aliados do governador e anunciaram sua saída, em reunião de sua Comissão Executiva Nacional. Para o DEM, o PSDB, como principal aliado nacional, poderia ter esperado o resultado do processo de julgamento interno de Arruda para tomar sua decisão.

Na avaliação dos dirigentes do DEM, a decisão tucana serviu para aumentar o desgaste político do partido, que ficou isolado na administração do escândalo. Foi o suficiente para que o presidente da sigla, deputado Rodrigo Maia (RJ), atacasse o PSDB, fazendo referências às denúncias contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, que precisou usar sua força política regional para evitar o sucesso de uma CPI contra seu governo.

"Respeito a decisão de qualquer partido. Mas nós do DEM somos o único partido que está investigando as denúncias contra um filiado. O PSDB poderia ter investigado a governadora Yeda Crusius, mas não fez. Nós faremos investigação", criticou. Maia foi mais além e se irritou com a possibilidade de o partido supostamente perder a vaga de vice numa chapa presidencial encabeçada pelos tucanos por conta do escândalo. "Se for levar em conta escândalos para definir vaga em chapa, talvez o PSDB nem pudesse lançar candidatura presidencial", atacou.

NOTA

Em meio à debandada de aliados que marcou as últimas horas de Arruda desde que o escândalo do "mensalão do DEM" veio a público no fim de semana, ontem foram os tucanos que decidiram sair dos cargos que ocupavam na administração local. Em uma nota oficial de apenas cinco linhas, a Executiva Nacional do PSDB determinou "o afastamento imediato do governo do Distrito Federal de todos os membros do partido".

"A Comissão Executiva Nacional do PSDB considera gravíssimos os fatos ocorridos no Distrito Federal e espera que as denúncias sejam apuradas com toda a energia", disse a nota, assinada pelo presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE). Na segunda e última frase da nota oficial, o tucanato determinou, "face ao exposto, o imediato afastamento" de seus filiados.

A nota não citou nomes, para evitar que algum tucano que eventualmente ocupasse uma diretoria ou assessoria do governo do DF, sem o conhecimento da direção partidária, permanecesse no cargo.

No bastidor da reunião, no entanto, ficou claro que a determinação tinha endereço certo: os três filiados que estavam à frente de secretarias de Estado. Referiram-se ao secretário de Obras e dirigente do PSDB do DF, Maurício Machado, ao secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, e ao titular da Fazenda, Valdivino de Oliveira.

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