Ontem, contrariando afirmações anteriores de que seria candidata, yeda disse em oletiva que, esta adiando a decisão e só será tomada em 2010.
O recuo reflete a preocupação da cúpula nacional e estadual do partido com o risco de contaminação da candidatura do governador de São Paulo, José Serra (ou de Aécio Neves, de Minas Gerais), à Presidência da República devido ao alto índice de rejeição de Yeda junto ao eleitorado gaúcho. A avaliação é que se até janeiro ou fevereiro ela não melhorar seus níveis de popularidade, deve ficar de fora da disputa pelo governo.
Na pesquisa de intenção de voto mais recente, realizada pelo Ibope no fim de setembro, o nível de rejeição a Yeda alcançou 60%. O PSDB fez um levantamento próprio e chegou a um índice médio no Estado de 38%, que sobe para 52% em Porto Alegre e na região metropolitana, e entende que para concorrer a governadora precisa diminuir essa marca negativa em pelo menos dez pontos percentuais.
Os tucanos também esperam a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que pode propor uma ação criminal contra Yeda nos tribunais superiores com base no processo movido pelo MPF na Justiça Federal no Estado. Os procuradores federais no Rio Grande do Sul acusaram a governadora de envolvimento no desvio de R$ 44 milhões no Detran, mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região entendeu que ela só poderia ser processada por crime de responsabilidade e a excluiu do processo.
Se a candidatura de Yeda se mostrar inviável, os tucanos admitem buscar um acordo para apoiar o PMDB no Estado, que, na verdade, é o cenário mais desejado por Serra e Aécio. Além de suavizar o impacto negativo da rejeição da governadora, a composição aprofundaria a divisão do PMDB gaúcho em seguir a orientação da cúpula nacional do partido de apoiar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto.
A governadora, porém, afirmou ontem que tem o apoio de Serra. Para ela, as notícias de que o ex-governador paulista Orestes Quércia (PMDB) estaria servindo de interlocutor do governador de São Paulo para costurar um acordo do PSDB com os pemedebistas gaúchos refletem "sinais" emitidos "por quem gostaria de ter o apoio de Serra".
Mas o eventual apoio dos tucanos na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul também enfrenta resistências entre os pemedebistas. Embora o partido participe do governo Yeda, boa parte da sigla e os dois nomes cotados para a disputa, o ex-governador Germano Rigotto e o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, preferem abrir mão dessa composição para não carregar todo o desgaste da governadora para a campanha.
O aliado preferencial do PMDB é o PDT, que também é disputado pelo pré-candidato do PT, o ministro da Justiça Tarso Genro. Os pedetistas estão fora da base de Yeda e já disseram que preferem apoiar Fogaça, porque a candidatura dele deixaria a prefeitura sob o comando do vice-prefeito José Fortunati, que é do PDT. "Fogaça parece um candidato com mais condições de disputar e contempla melhor uma visão estratégica do PDT", disse o presidente estadual da sigla, Romildo Bolzan Júnior, em entrevista à rádio Gaúcha, de Porto Alegre, na terça-feira.
Na entrevista coletiva de ontem, chamada pela governadora para destacar o "divisor de águas" representado pelas decisões do TRF e da Assembleia Legislativa, ela disse que agora se sente "livre" para percorrer o Estado e esclarecer as "dúvidas lançadas no seio da sociedade pelos segmentos radicais da oposição" quanto à sua "honradez".
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