quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Se fingindo de morto


Cresce na cúpula do PSDB a preocupação com o fato de o partido não ter um eixo de intervenção na cena política, como se a volta da legenda ao poder fosse ocorrer por gravidade. No DEM e no PPS, a preocupação é a mesma, haja vista a falta de convergência programática e um discurso unificado da oposição ao governo Lula. Embora com pose de futuros ministros de Estado, parlamentares tucanos também não escondem a apreensão com o imobilismo do governador de São Paulo, José Serra. Favorito nas pesquisas para a sucessão de 2010, o governador paulista se finge de morto para não despertar a ira dos petistas, como se a atual vantagem na opinião pública fosse o sinal inequívoco de que a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no papo.

No xadrez político, Serra se movimenta com extrema cautela e não dá sinais de que busca uma grande composição política com o governador de Minas, Aécio Neves. Este, por sua vez, insiste nas prévias para escolha do candidato a presidente da República do PSDB. Rechaça a possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa para ser vice. Prefere concorrer ao Senado se não for o candidato do PSDB. Serra também não dá segurança aos aliados do PMDB, como o senador Jarbas Vasconcelos (PE) e o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (RS), fortes concorrentes aos governos de Pernambuco e Rio Grande Sul, respectivamente. Enquanto isso, o presidente Lula catapulta a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), que pôs o pé na estrada. Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV) também já foram à luta.

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