A construção e reforma de campos de futebol amador virou “moeda” política e eleitoral para vereadores. Desde 2007, a Prefeitura calcula ter gasto R$ 80 milhões em 300 campos. Do total, R$ 1 em cada R$ 4 partiu de emendas de parlamentares ao Orçamento.
No pacotão de reformas, campos ganharam alambrados, vestiários, sanitários e passaram a ser coordenados por diretorias de líderes de bairro - parte ligada a vereadores. Além disso, foram iluminados 61 equipamentos e 16 ganharam gramado sintético.
Os vereadores já contribuíram com 44 emendas. Considerando as 24 de 2009, a reforma de campos atinge 7,7% da verba de emendas liberadas pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) - R$ 8,7 milhões de R$ 110 milhões. Segundo parlamentares, o sucesso da iniciativa deve-se ao empenho pessoal de colegas que fazem o “lobby do futebol” nos gabinetes, apresentando conta bastante convincente: se no campo reformado houver nove turnos de partidas, em 22 dias por mês, conseguem pelo menos 3 mil votos.
Eleitores em potencial não faltam. São 480 equipes disputando o Campeonato de Futebol Amador promovido pela Prefeitura, mais 800 nos Jogos da Cidade - quase 30 mil jogadores. Ainda há cerca de 100 mil crianças que disputam campeonatos.
Mas alguns líderes comunitários reclamam que só conseguem melhorias quando se comprometem com parlamentares. O presidente da Associação Amigos do Jardim São Francisco, Manoel Carvalho, administra creche para 90 crianças e luta pela cobertura de quadra desde 2004, sem sucesso. “O problema é que não fecho com vereador”.
O campo do CDC Maria Caetano, na zona sul, teve reforma de R$ 147 mil . Ficou fechado seis meses. Fizeram o alambrado, mas não reformaram vestiário e banheiro prometidos. O diretor também diz que “faltou fechar com o vereador da região”. “Os que fecharam têm até grama sintética.”
A Prefeitura busca, ainda, apoio de parlamentares para construir quatro estádios de 5 mil pessoas. “Ficamos 30 anos sem investir no futebol amador, precisamos dar um salto e recuperar o tempo perdido”, defende o secretário de Esportes, Walter Feldman (PSDB).
Opiniões divididas
A destinação da verba de emendas divide opiniões. O cientista político Fernando Antonio Azevedo liga o ato ao clientelismo político. Segundo ele, a construção de campos “pode não nos tornar uma potência olímpica, mas levará os políticos ao pódio eleitoral.”
Mas a grama sintética tem apoio unânime de quem frequenta campos. “Dá para jogar na chuva e os jogadores sofrem bem menos contusões”, diz o técnico Wilson Pinto, 48 anos, que atua com futebol amador na Vila Maria.
Carlos Alberto Jr. (PSDB), que fez emenda para reformar clube, diz que “é simbólico levar a grama bonita ao equipamento público”. “Você aumenta a autoestima da população, que sempre teve campinho de terra e agora tem algo igual a clube de classe média”.
No pacotão de reformas, campos ganharam alambrados, vestiários, sanitários e passaram a ser coordenados por diretorias de líderes de bairro - parte ligada a vereadores. Além disso, foram iluminados 61 equipamentos e 16 ganharam gramado sintético.
Os vereadores já contribuíram com 44 emendas. Considerando as 24 de 2009, a reforma de campos atinge 7,7% da verba de emendas liberadas pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) - R$ 8,7 milhões de R$ 110 milhões. Segundo parlamentares, o sucesso da iniciativa deve-se ao empenho pessoal de colegas que fazem o “lobby do futebol” nos gabinetes, apresentando conta bastante convincente: se no campo reformado houver nove turnos de partidas, em 22 dias por mês, conseguem pelo menos 3 mil votos.
Eleitores em potencial não faltam. São 480 equipes disputando o Campeonato de Futebol Amador promovido pela Prefeitura, mais 800 nos Jogos da Cidade - quase 30 mil jogadores. Ainda há cerca de 100 mil crianças que disputam campeonatos.
Mas alguns líderes comunitários reclamam que só conseguem melhorias quando se comprometem com parlamentares. O presidente da Associação Amigos do Jardim São Francisco, Manoel Carvalho, administra creche para 90 crianças e luta pela cobertura de quadra desde 2004, sem sucesso. “O problema é que não fecho com vereador”.
O campo do CDC Maria Caetano, na zona sul, teve reforma de R$ 147 mil . Ficou fechado seis meses. Fizeram o alambrado, mas não reformaram vestiário e banheiro prometidos. O diretor também diz que “faltou fechar com o vereador da região”. “Os que fecharam têm até grama sintética.”
A Prefeitura busca, ainda, apoio de parlamentares para construir quatro estádios de 5 mil pessoas. “Ficamos 30 anos sem investir no futebol amador, precisamos dar um salto e recuperar o tempo perdido”, defende o secretário de Esportes, Walter Feldman (PSDB).
Opiniões divididas
A destinação da verba de emendas divide opiniões. O cientista político Fernando Antonio Azevedo liga o ato ao clientelismo político. Segundo ele, a construção de campos “pode não nos tornar uma potência olímpica, mas levará os políticos ao pódio eleitoral.”
Mas a grama sintética tem apoio unânime de quem frequenta campos. “Dá para jogar na chuva e os jogadores sofrem bem menos contusões”, diz o técnico Wilson Pinto, 48 anos, que atua com futebol amador na Vila Maria.
Carlos Alberto Jr. (PSDB), que fez emenda para reformar clube, diz que “é simbólico levar a grama bonita ao equipamento público”. “Você aumenta a autoestima da população, que sempre teve campinho de terra e agora tem algo igual a clube de classe média”.
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