segunda-feira, 6 de julho de 2009

Recuar para avançar


A bancada do PT no Senado se reúne amanhã para tentar fechar questão em torno do afastamento ou da permanência do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Na semana passada, a maioria dos 12 senadores petistas defendeu que o peemedebista se licenciasse do posto por 30 dias. Um dia depois, porém, o partido foi "enquadrado" pelo Presidente Lula recuou. "A situação de Sarney tem piorado a cada dia. Entendemos e nos preocupamos com a governabilidade, mas também tem a questão moral. O PT tem uma história pela qual zelar", disse ontem o senador João Pedro (AM). João Pedro, desta vez, acha que o melhor caminho seria a saída de cena, ainda que temporária, do presidente do Senado.

Dos 12 senadores petistas, apenas três têm se posicionado claramente em defesa da continuidade de Sarney no cargo: Delcídio Amaral (MS), Serys Slhessarenko (MT), que é integrante da Mesa Diretora, e a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (SC). A exemplo do último encontro, a reunião desta semana deverá contar com a presença do presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).

Oposição vai pressionar por comissão e Conselho de Ética

Inconformada com a intervenção do Presidente Lula para manter José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado, a oposição volta ao Congresso hoje disposta a organizar uma ação conjunta para reagir ao Palácio do Planalto e desestabilizar o presidente da Casa. "O DEM não se dá por vencido diante da interferência do Lula.

Vamos continuar defendendo a licença de Sarney", disse o líder do partido, José Agripino (RN). Além de mobilizar a própria bancada, ele vai sugerir ao PSDB, ao PDT e a dissidentes de partidos da base governista que se reúnam para acertar uma tática comum que comece "centrando fogo" na instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás.

A avaliação geral é de que a gravidade da situação não comporta movimentos individuais e de que cabe aos partidos dar o primeiro passo. A oposição planeja uma ofensiva para criar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) aposta que não será difícil mobilizar os insatisfeitos, porque o desconforto é grande até no PT. "A partir desta semana, haverá um movimento dos senadores que não aceitam o comando de Sarney", prevê o pedetista.

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