Citada como modelo a ser seguido no processo de recuperação da matriz, a General Motors do Brasil anuncia, na quarta-feira, investimentos de R$ 2 bilhões (US$ 1 bilhão) para o desenvolvimento local de uma nova família de veículos. Os dois primeiros modelos, um deles um popular mais barato que o Celta, serão produzidos em Gravataí (RS). O montante, a ser aplicado até 2012, virá de recursos próprios da empresa e de créditos de bancos.
A subsidiária aguardou o anúncio do fim da concordata da matriz nos Estados Unidos para confirmar o novo investimento. Atualmente, o grupo trabalha com um plano de US$ 1,5 bilhão iniciado em 2007. A maior parte foi gasta no desenvolvimento da família Viva, cujo primeiro produto, o Agile, será lançado no último trimestre, e na construção da fábrica de motores em Joinville (SC).
O anúncio do novo programa será feito pelo presidente da GM do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, ao Presidente Lula em Brasília. Depois, o executivo seguirá para o Rio Grande do Sul, onde se reunirá com a governadora Yeda Crusius. Uma parte do investimento será destinada ao centro de desenvolvimento e engenharia de São Caetano do Sul (SP).
"Toda a nova família será desenvolvida no Brasil", afirmou Ardila, sem dar detalhes. Segundo ele, a empresa consultou vários bancos e ainda analisa se recorrerá a empréstimos. Informações de mercado dão conta de que a GM receberá recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
Ardila declarou estar "aliviado" com o fim da concordata da GM nos EUA. "Foram os dias mais difíceis da história da GM e, particularmente, da minha carreira." Para ele, o grupo tem agora "um compromisso enorme de responder às expectativas do mercado e ao voto de confiança que os contribuintes nos deram. Não vamos perder essa segunda oportunidade".
O executivo, de 54 anos - 25 deles na GM e há dois à frente da filial brasileira -, disse que teve apoio de fornecedores, revendedores e clientes mas, algumas vezes, sentia ter perdido o controle da situação. "Sabíamos que estávamos bem aqui - embora alguns duvidassem -, mas não tínhamos o controle do que ocorria nos EUA."
O executivo disse que a companhia global seguirá estratégia semelhante à brasileira, "de ter respostas rápidas, ser menos burocrática e tomar decisões focadas no cliente e no desenvolvimento de produtos".
Ele reconheceu que a GM brasileira está atrasada em relação aos concorrentes, mas disse que os novos produtos deixarão a empresa, hoje com 19,4% de participação no mercado, em pé de igualdade para competir. Para a família Viva estão previstos ao menos mais dois produtos. Já a nova família ainda não tem nome.
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