Henrique Marinho, Professor de relações internacionais
De devedor a credor do FMI, a trajetória do Brasil no cenário global mostra conquista política e força econômica
Milhares de brasileiros nasceram e cresceram em um País caracterizado por forte vulnerabilidade econômica e social, detentor de uma dívida externa calculada em proporções astronômicas, atrasado científica e tecnologicamente em relação a muitas nações e ainda sem a menor expressão, seja ela política ou de qualquer outra natureza, no cenário externo. Para várias gerações esta parecia ser uma situação difícil de ser modificada. Entretanto, ao que tudo indica, o Brasil está destinado a desempenhar um futuro papel de relevo nos cenários evolutivos da governança global. De ator principal no processo de integração regional da América do Sul, começa a despontar também como importante “player” na ordem internacional.
E as circunstâncias que levam a tal conclusão não são poucas. Além de internamente o País ter feito o dever de casa e estar melhor preparado para turbulências econômicas externas como a que se vivência agora, ele tem modificado sensivelmente o eixo de sua política externa, priorizando as relações multilaterais.
Mais recentemente, aceitou ainda o convite feito pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para entrar no clube dos 47 países que são credores do Fundo — que financiam regularmente as operações conduzidas pela entidade —, chegando, inclusive, a ser reconhecido pelo diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, como ´um grande jogador do cenário mundial´, dada a liderança do presidente Lula.
Liderança
“O Brasil, pela sua força econômica e por sua democracia, tem se destacado como líder da América Latina e agora perante as outras lideranças mundiais tem-se credenciado a se tornar um ´player´ global´, corrobora o economista e professor de relações internacionais da Universidade de Fortaleza (Unifor), Henrique Marinho. Para ele, as posições brasileiras nos fóruns multilaterais, a exemplo da OMC (Organização Mundial de Comércio), onde discute negociações de comércio internacional no âmbito da Rodada de Doha; e ainda na ONU (Organização das Nações Unidas), nas discussões sobre seu Conselho de Segurança, tem projetado o Brasil como um líder emergente de suma importância para o equilíbrio do poder global nas relações internacionais.
Política externa
De fato, acrescenta o professor Antônio Walber Muniz, integrante da Academia Brasileira de Direito Internacional e do Núcleo de Estudos Internacionais da Unifor, o País tem se prontificado a mudar a si mesmo e com isso a sua posição no mundo. ´Por estas mudanças é visto e é melhor visto. Portanto, conceber o Brasil como ´player´ internacional é compreender sobre a concepção e articulação de sua política externa, principalmente a partir das diretrizes definidas pelo governo do Presidente Lula”, afirma.
Não é à toa, emenda o professor, que o eixo da política internacional brasileira mudou sensivelmente. “Deu-se prioridade às relações com a África, União Européia, Ásia e buscou-se fortalecer o Mercosul em vez de focar em demasia nas relações mantidas com os Estados Unidos”, explica ele.
Mas não é somente isso, argumenta: “o cerne desta questão é resultante de planejamento político estratégico feito pelo Brasil, de tímido no período do presidente Fernando Henrique Cardoso, onde o Itamaraty acolhia o patrocínio de instituições estrangeiras para discutir a nossa política externa, para mais agressivo no período do atual presidente”.
GRUPO SELETO
"O Brasil, pela sua força econômica e por sua democracia, agora se credencia entre as lideranças mundiais"
Enviado por Robério Soares do Diário do Nordeste de Fortaleza, edição de 03/05/2009
De devedor a credor do FMI, a trajetória do Brasil no cenário global mostra conquista política e força econômica
Milhares de brasileiros nasceram e cresceram em um País caracterizado por forte vulnerabilidade econômica e social, detentor de uma dívida externa calculada em proporções astronômicas, atrasado científica e tecnologicamente em relação a muitas nações e ainda sem a menor expressão, seja ela política ou de qualquer outra natureza, no cenário externo. Para várias gerações esta parecia ser uma situação difícil de ser modificada. Entretanto, ao que tudo indica, o Brasil está destinado a desempenhar um futuro papel de relevo nos cenários evolutivos da governança global. De ator principal no processo de integração regional da América do Sul, começa a despontar também como importante “player” na ordem internacional.
E as circunstâncias que levam a tal conclusão não são poucas. Além de internamente o País ter feito o dever de casa e estar melhor preparado para turbulências econômicas externas como a que se vivência agora, ele tem modificado sensivelmente o eixo de sua política externa, priorizando as relações multilaterais.
Mais recentemente, aceitou ainda o convite feito pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para entrar no clube dos 47 países que são credores do Fundo — que financiam regularmente as operações conduzidas pela entidade —, chegando, inclusive, a ser reconhecido pelo diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, como ´um grande jogador do cenário mundial´, dada a liderança do presidente Lula.
Liderança
“O Brasil, pela sua força econômica e por sua democracia, tem se destacado como líder da América Latina e agora perante as outras lideranças mundiais tem-se credenciado a se tornar um ´player´ global´, corrobora o economista e professor de relações internacionais da Universidade de Fortaleza (Unifor), Henrique Marinho. Para ele, as posições brasileiras nos fóruns multilaterais, a exemplo da OMC (Organização Mundial de Comércio), onde discute negociações de comércio internacional no âmbito da Rodada de Doha; e ainda na ONU (Organização das Nações Unidas), nas discussões sobre seu Conselho de Segurança, tem projetado o Brasil como um líder emergente de suma importância para o equilíbrio do poder global nas relações internacionais.
Política externa
De fato, acrescenta o professor Antônio Walber Muniz, integrante da Academia Brasileira de Direito Internacional e do Núcleo de Estudos Internacionais da Unifor, o País tem se prontificado a mudar a si mesmo e com isso a sua posição no mundo. ´Por estas mudanças é visto e é melhor visto. Portanto, conceber o Brasil como ´player´ internacional é compreender sobre a concepção e articulação de sua política externa, principalmente a partir das diretrizes definidas pelo governo do Presidente Lula”, afirma.
Não é à toa, emenda o professor, que o eixo da política internacional brasileira mudou sensivelmente. “Deu-se prioridade às relações com a África, União Européia, Ásia e buscou-se fortalecer o Mercosul em vez de focar em demasia nas relações mantidas com os Estados Unidos”, explica ele.
Mas não é somente isso, argumenta: “o cerne desta questão é resultante de planejamento político estratégico feito pelo Brasil, de tímido no período do presidente Fernando Henrique Cardoso, onde o Itamaraty acolhia o patrocínio de instituições estrangeiras para discutir a nossa política externa, para mais agressivo no período do atual presidente”.
GRUPO SELETO
"O Brasil, pela sua força econômica e por sua democracia, agora se credencia entre as lideranças mundiais"
Enviado por Robério Soares do Diário do Nordeste de Fortaleza, edição de 03/05/2009
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