Agora, é público. Ontem, o Presidente Lula admitiu, em entrevista à Rádio Globo AM, que trabalha pela candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. Lula foi além. E sugeriu que a “mãe do PAC” seja o nome não apenas do PT, mas da coalizão governista, formada por 14 legendas. “Fazer a minha sucessão é uma tarefa gigantesca. Todo mundo sabe que eu tenho a intenção de fazer com que a companheira Dilma seja candidata do PT e dos partidos. Agora, se ela vai ganhar, é uma tarefa que vai depender do trabalho de cada brasileiro e de cada brasileira”, disse o presidente.
Ontem, o presidente também reforçou a promessa de não disputar um novo mandato em 2014. “É bobagem imaginar que daqui a quatro anos a gente pode voltar. Rei morto, rei posto, meu caro”, declarou. “Eu tenho que me contentar em agradecer a Deus porque já fui presidente por oito anos, reeleito com mais de 60% dos votos, e só tenho que torcer para que quem seja eleito faça muito mais do que eu, faça com mais competência, faça melhor. E que o povo não tenha saudade de mim.”
Aliança
Desde o ano passado, Dilma age para estreitar laços com os petistas e as demais siglas governistas. Trata-se de um trabalho de “formiguinha”, que obrigou a “gerente da máquina” a abrir espaços em sua agenda oficial, tomada pelo Programa de Aceleração do Crescimento, para encontros com políticos e bancadas do Congresso. Na terça-feira à noite, por exemplo, a ministra se reuniu com deputados federais petistas. Convidada pelo líder Cândido Vaccarezza (PT-SP), discorreu sobre a crise econômica mundial e as medidas adotadas pelo governo. Em seguida, colocou-se à disposição para debater, azeitando o relacionamento com os correligionários.
No mesmo dia, Dilma conversou com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves Se depender de Lula, os peemedebistas indicarão o vice na chapa da ministra. Entre os cortejados estão o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. “Para aqueles que convivem no governo, a preferência de Lula por Dilma não é novidade”, disse Alves. Para o vice-líder do governo na Câmara e segundo vice-presidente do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS), a entrevista do presidente da República pode fortalecer a campanha deflagrada pelo Planalto a fim de unir os integrantes do chamado bloco de esquerda — sobretudo PSB, PDT e PCdoB — a Dilma.
“A opinião do presidente é sempre muito relevante. Agora, os partidos precisam ter liberdade para fechar posição”, declarou Albuquerque. Por enquanto, PSB e PDT não estão alinhados a Dilma. Os socialistas trabalham a pré-candidatura do deputado Ciro Gomes (CE), que divulga pelo país as ideias da legenda. A prioridade do PDT também é a candidatura própria, conforme o deputado Vieira da Cunha (RS), presidente em exercício da sigla. O nome sobre a mesa é o do senador Cristovam Buarque (DF). “Estar com a Dilma é uma possibilidade. Agora, nossa alternativa número um é a candidatura própria.” (Correio)
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