sábado, 14 de março de 2009

Protógenes foi usado: Lula e Dilma são o alvo da "reportagem" da revista Veja - II

No último dia 10 publicamos aqui que a Revista Veja está usando Protógenes para tentar derrubar Lula e Dilma.

Naquela nota dissemos:

  • O velho esquema pré-2006 envolvendo FHC, Serra, Dantas, DEMos, Tucanos, Veja, Globo, CPI's que estava meio combalido, e está de volta, recauchutado.
  • Estão querendo fabricar um novo "mensalão".

Nesta semana a revista confirma o que previmos.

Volta à carga, sem a "sutileza" da semana passada.

Na semana passada a "reportagem" foi cínica, colocando o governo Lula "como vítima" de um "louco", porém, nas entrelinhas, levantando a dúvida sobre o próprio governo.

Nessa semana, a reportagem sem sutileza nenhuma quer incriminar diretamente o governo Lula, e colocar o impeachment na pauta, mesmo que seja para dar em nada: o objetivo é desgastar, no velho formato usado durante o "mensalão", ou seja, ligar a máquina de forjar golpes da Veja -> Globo -> CPI's.

A revista volta com a velha ladainha do "Estado Policial", do teste de hipótese, onde o governo estaria fazendo uma investigação ilegal e clandestina, à revelia das leis, contra o "pobre e oprimido" Daniel Dantas, fantasia que seria suficiente para levar o presidente ao impeachment, e salvar Dantas da cadeia.

É fácil identificar as digitais dos operadores de José Serra/FHC e Daniel Dantas na reportagem:

Dantas sempre foi um dos braços financeiros do projeto demo-tucano de poder.

Dantas tentou primeiro capturar o governo Lula. Recebeu um rotundo NÃO representado na operação Chacal, logo no começo do primeiro governo.

Desde então procura derrubar o governo Lula, e alçar os antigos amigos demo-tucanos ao poder. Fracassou em 2006, volta à carga em 2010.

Dantas quer derrubar Lula e Dilma para colocar Serra no Planalto. Os demo-tucanos agradecem e se engajam na empreitada.

Serra não quer nem pensar em Dantas sofrendo longa condenação e se tornar um homem-bomba que não tem nada a perder. Se Dantas cair em situação onde sua única saída vantajosa seja uma delação premiada, Serra, FHC e os demo-tucanos em peso terão que pedir exílio em Cayman.

Todo cuidado é pouco com golpistas sem escrúpulos, mas felizmente, a "reportagem" dessa semana é uma piada, como arma contra o governo.

É muito fácil desconstruí-la pelas contradições que apresenta:

Reparem neste trecho do depoimento de Protógenes (a revista deveria publicar a íntegra para evitar que trechos isolados tirem o contexto do depoimento, mas vamos em frente assim mesmo):

"que tal operação [Satiagraha] era uma missão determinada pela Presidência da República ao DPF Paulo Lacerda, tendo em vista informações repassadas pela ABIN".

Ora, a ABIN em si é órgão da Presidência da República, na hierarquia de governo (subornidada ao Gabinete de Segurança Institucional). Logo, falar em "missão determinada pela Presidência República", ou determinada pela ABIN cabe a mesma coisa.

Além disso, o termo "tendo em vista" na frase acima demonstra uma dedução de Protógenes, e não o testemunho de um fato.

Por outro lado, está claro nos autos do judiciário, que a Satiagraha foi determinação do Procurador Geral da República, conforme página 6 da decisão do juiz De Sanctis na primeira ordem de prisão de Dantas:

  • Por meio de manifestação exarada em 04.05.2006 nos autos n.º 2245/2005 em trâmite perante o Colendo Supremo Tribunal Federal (inquérito relativo ao caso denominado "Mensalão"), o Exmo. Sr. Procurador-Geral da República requereu ao Eminente Relator, Ministro Joaquim Barbosa, autorização para remeter às Procuradorias da República documentação pertinente a fatos relacionados à ocorrência de crimes eventualmente praticados por agentes sem foro por prerrogativa de função.

    Após o deferimento do pedido, e com o envio de documentos à Procuradoria da República de São Paulo em 15.05.2006, procedeu-se à autuação da aludida documentação, que deu origem aos autos n.º 2006.61.81.007302-2 distribuídos livremente a 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo, aos 28 dias do mês de junho de 2006. Ali foram mencionadas pessoas físicas e jurídicas as quais seriam aparentemente beneficiárias do esquema intitulado "Valerioduto" dada a existência de indícios de que as empresas de publicidade de Marcos Valério tenham servido como veículo ou elo de intermediação de recursos entre fontes públicas ou privadas abastecedoras do aludido
    esquema e os beneficiários finais, alguns deles já denunciados perante o Supremo Tribunal Federal, nos autos do então Inquérito n.º 2245/2005.
O Procurador Geral da República, o ministro do STF Joaquim Barbosa... todos são totalmente ignorados pela revista (propositalmente para proteger a corrupção de Daniel Dantas, e para atender aos propósitos políticos de José Serra/FHC).

Há de se notar que tal processo iniciou-se no tribunal do Juiz De Sanctis em 2006, antes das eleições, sem que ninguém soubesse quem seria o próximo presidente da República, e que, Paulo Lacerda ainda era diretor-geral da Polícia Federal, e não da ABIN, nesta época. Tudo isso ignorado pela revista.

Por fim, há as contradições com os fatos:

Se, conforme o teste de hipótese da revista Veja, Protógenes estivesse fazendo uma investigação fora da lei a mando do Planalto, ele não estaria brigando com desafetos na Polícia Federal, nem estaria passeando pelo Brasil ao lado de políticos do PSOL, de oposição ao governo federal.

Por tudo isso, podemos ficar tranquilos. Esse teste de hipótese é muito fraco, e pouco crível.

Ao que tudo indica, nem o governo Lula tem o que temer, nem Portógenes tem nenhuma "tenebrosa máquina", e tudo aquilo que está nos autos da Satiagraha está coberto pelo manto da legalidade e das ordens judiciais.

Arquivos pessoais, denuncias recebidas por email de terceiros (falsas ou verdadeiras), spams, anotações pessoais em arquivos de computador de Protógenes, nada tem a ver com o inquérito policial da Satiagraha. Tem a ver com a estratégia dos advogados de Dantas de causar confusão para dar sumiço de provas nos processos, e afastar juízes e procurados do caso.

Nenhum grampo legal, feito com ordem judicial, pelos sistemas legais da Polícia Federal, pode ser desconsiderado como prova, mesmo que no computador de Protógenes houvesse grampos do telefone vermelho de Bush.

Destruir provas é crime. Ignorá-las em um processo, também.

Em situação de desespero, Dantas e a oposição partiram para o tudo ou nada, e, sem querer, está jogando a imagem da Veja e de Serra ao lado de Dantas e de Gilmar Mendes, e jogando a do governo Lula ao lado de Protógenes e de Paulo Lacerda.

A oposição é realmente um desastre, que está ficando com a cara da revista Veja: persegue os bons, e protege os maus, é preconceituosa, anti-nacionalista. Um lixo.

A boa notícia, é que tudo isso significa que Dantas está realmente a caminho de uma condenação exemplar, a ponto de partir para o tudo ou nada, num ataque atabalhoado destes.

E a oposição está tão sem rumo que se alia a isto e afunda junto.

2 comentários:

  1. "Satiagraha era uma missão determinada pela Presidência da República"

    Isso é um tiro no próprio pé da oposição e do PIG. Afinal o povo está do lado do Protógenes e do DeSanctis. E só mostra que o governo Lula não tem medo do Daniel Dantas.

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  2. E o Dório Ferman? Vai junto com o Daniel Dantas ou vai ficar segurando a grana de grandes grupos que ele, Dório, administra, embora só o Dantas apareça, como testa-de-ferro?

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