O Banco do Brasil vai estrear no programa habitacional do governo, Minha Casa, Minha Vida. A instituição vai financiar um empreendimento da Living, empresa de baixa renda da líder de mercado Cyrela, em Sorocaba (SP). Trata-se do primeiro financiamento do banco com recursos do fundo de garantia.
Inicialmente o Banco do Brasil vai atuar no financiamento à produção, disponibilizando recursos para as construtoras. Ainda não vai oferecer crédito para a pessoa física, que é, na verdade, o principal público do programa. "O financiamento à pessoa física vai acontecer em um segundo momento", afirma João Martins Felcar, gerente executivo de novos negócios. De acordo com o executivo, no dia 24 de agosto, o banco terá a definição de quando passará a atender o cliente final.
Quando estiver atuando junto com a Caixa Econômica Federal no atendimento ao comprador de imóveis, o Banco do Brasil pretende atender 10% da demanda do plano, cuja meta é atingir 1 milhão de casas, e financiar 100 mil moradias. "Nossa intenção é fazer um trabalho complementar ao da Caixa Econômica Federal", afirma.
O Banco do Brasil vai operar exclusivamente com imóveis novos para o público da faixa de renda de três e até 10 salários mínimos, que representam 600 mil unidades. A instituição avalia que exista em sua base de clientes público-alvo superior a quatro milhões de correntistas nessa faixa de renda. A faixa salarial de até três salários mínimos, onde o banco não vai entrar, representa 40% do Minha Casa, Minha Vida.
A entrada do BB no crédito imobiliário é recente: começou em 2007 com recursos próprios e em junho de 2008 com recursos da poupança. Tanto que sua carteira de crédito ganhou volume mais expressivo depois da compra da Nossa Caixa. Enquanto a carteira do BB é de cerca de R$ 430 milhões, a da Nossa Caixa atinge R$ 750 milhões.
A partir de novembro de 2008, o banco passou a ser habilitado para usar recursos do FGTS, mas ainda não havia formatado o produto. "Ajudamos o banco a desenhar o modelo de produto porque estamos bastante envolvidos com o pacote", diz Romeu Braga Neto, diretor de incorporação da Living. A companhia já tem 7 mil unidades aprovadas no programa Minha Casa, Minha Vida, das quais cerca de 2,5 mil lançadas. O objetivo é lançar 20 mil unidades este ano.
O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, disse ontem que que o banco planeja ampliar suas atividades no segmento de crédito imobiliário e pretende ficar entre os três primeiros colocados até 2013. De acordo com Bendine, o BB deve terminar 2009 com uma carteira superior a R$ 2 bilhões em financiamento imobiliário. O valor representa um aumento de mais de 60% sobre o volume atual, de R$ 1,2 bilhão.
Até 31 de julho, a Caixa Econômica Federal recebeu propostas para financiar 215.855 unidades (1.114 propostas). Desse total, foram contratadas 26,2 mil unidades (177 propostas), o que corresponde a R$ 1,66 bilhão.
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