A avidez com que o tucanato bandeou para o lado do vice-presidente Michel Temer reforçou a tese do governo, que vê golpe no processo de impeachment contra a presidente Dilma. O PMDB de está longe de ser um inocente em todos os fatos de que o Governo Dilma é acusado. Diretores da Petrobras e de outras estatais investigadas pela Polícia Federal foram indicados pelo partido de Temer, que é poder desde sempre – e esteve com a presidente na reeleição, ano passado. Ao ver no vice uma opção imediata, os tucanos mostram parecer desejar apenas o poder não conquistado nas urnas. Pode-se acusar as (ex)oposições na Argentina e Venezuela de tudo, mas formalmente mediram votos com as situações – e ganharam, na onda reacionária que varre o continente.
“Parte da opinião pública, envenenada pela mídia partidária e golpista, pode ter a ilusão de que o impeachment seja uma solução para os nossos problemas econômicos”, avalia o economista J.Carlos de Assis. “É preciso deixar muito claro para a sociedade que essa mesma mídia é abertamente favorável às políticas econômicas adotadas desde 2011, sob inspiração neoliberal, e aprofundadas nos anos recentes. E com maior radicalidade pelo ministro Joaquim Levy, com seu ajuste tresloucado, justamente para acalmar os neoliberais. Na confusão política, isso tem sido omitido.” Temer não se deviaria deste figurino. No documento “Uma ponte para o futuro”, do PMDB, destaca-se a proposta de desvinculação dos recursos orçamentários para Saúde e Educação, o que os reduzirá na prática, constituindo o primeiro ataque em larga escala depois de 1988 aos direitos sociais garantidos pela Constituição.
Prezada Helena,
ResponderExcluirSeus artigos em defesa da Presidente Dilma e mais ainda em defesa das instituições democráticas são muito contundentes. Como é que poderíamos fazer para termos um apoio, via tv especialmente, por parte da classe artística contra esse golpe descarado. Acho que alguns artistas têm muito peso, Chico Buarque, claro, mas Gilberto Gil que, inclusive votou no primeiro turno em Marina Silva. Temos que partir para ações mais concretas. Sabemos que estamos sofrendo retaliações, injúrias e até mesmo agressões, procedimentos muito comuns da direita truculenta. Muitas pessoas que apoiam a Presidenta Dilma ficam receosos até mesmo pela própria vida, mas temos que lutar, embora correndo riscos. Tade