quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Vídeo de deputado tucano defendendo investigado agita MP



Na rede interna de computadores do Ministério Público do Estado de São Paulo circula um vídeo do deputado estadual e promotor Fernando Capez (PSDB) defendendo um político alvo de investigações do Ministério Público.

No vídeo, com 11 minutos e 39 segundos de duração, Capez, que foi reeleito no pleito do último domingo com 306.268 votos, marca histórica na Assembleia Legislativa de São Paulo, aparece empolgado em comício da campanha do então candidato a prefeito de Taubaté (SP), o tucano José Bernardo Ortiz Junior, que foi eleito naquela ocasião, em 2012. Também aparece no palanque o pai de Ortiz Jr., José Bernardo Ortiz.

Amigo do governador Geraldo Alckmin, Ortiz presidiu a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), braço da Secretaria de Estado da Educação e, na época, era alvo de uma sequência de investigações do Ministério Público de São Paulo, instituição à qual Fernando Capez pertence.

A Promotoria acusou Ortiz de envolvimento em suposto esquema de fraudes, superfaturamento e formação de cartel para compra de 3,5 milhões de mochilas escolares ao preço global de R$ 34,9 milhões. Foram abertas investigações criminal e por improbidade administrativa.

Na época em que Capez subiu ao palanque, a Promotoria requereu judicialmente o afastamento cautelar de Ortiz da presidência da FDE e o bloqueio de seus bens. A Promotoria afirmou que o sobrepreço alcançou um terço do montante do desembolso, ou R$ 11,5 milhões. No palanque de Taubaté, Capez saiu em defesa de Ortiz e de Ortiz Jr.

O deputado tucano seguiu em seu discurso, apontando para o ex-presidente da FDE. "Esse homem, se fosse acomodado, se fosse covarde, se se escondesse, se resolvesse não enfrentar os lobbies e as situações, se tocasse com a barriga a burocracia, não teria sido incomodado, não teria sido ferido. Mas ele tinha e tem o espírito público. O que ele fez. Uma mochila de material escolar que é comprada por prefeituras a mais de 30 reais a unidade, com uma qualidade discutível, é só pegar e olhar, pegar a mochila que custa 34 reais para prefeituras, e mostrar a qualidade da mochila que você (Ortiz) comprou para os alunos da rede pública estadual. Uma qualidade muito superior. Então, é natural que custe mais que 34 reais. Só que ela custou menos. Por essa mochila de qualidade superior, ele (Ortiz) pagou menos de 10 reais a unidade, pagou nove reais e 30 centavos." Estadão


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