domingo, 31 de outubro de 2010

Palestino faz campanha boca de urna para Dilma em Ramallah


A movimentação de eleitores brasileiros em Ramallah foi intensa, repetindo as marcas vistas no primeiro turno. Até 16h locais (14h em Brasília) pouco mais de 360 pessoas já haviam votado na cidade, localizada na Cisjordânia. O número foi parecido no dia 3 de outubro, quando ao todo 455 pessoas votaram.

Funcionários do escritório do Brasil na cidade tiveram que lidar com uma situação inusitada: um palestino, casado há 27 anos com uma brasileira, afixou pôsteres e um cartaz da candidata do PT, Dilma Roussef, no prédio que abriga o escritório. Ele também estava distribuindo adesivos de Dilma.

De acordo com o secretário Luiz Otávio Ortigão, o palestino foi orientado a retirar os cartazes, mas eles voltaram a aparecer em diferentes locais da fachada. No meio da tarde, eles estavam afixados em uma das entradas do edifício, mas foram retirados logo depois. A candidata petista teve maioria dos votos válidos no primeiro turno - 75%.

Muitos brasileiros, especialmente mulheres, votaram hoje em Ramallah. Uma delas é Samira Mohammed Abdallah, de Jataí (GO). Ela também votou no primeiro turno e em 2006, quando o escritório na cidade já estava funcionando. Antes, brasileiros na Cisjordânia não podiam votar, porque Israel não permite o acesso deles ao país.

Mesmo tendo votado nas duas vezes, Samira, que vive na cidade, disse que o fez "por ser obrigada" e completou que "detesta votar". Samira não quis revelar quem é o candidato, mas lembrou que foi à cerimônia de inauguração da Rua Brasil, em Ramallah, em março, quando o presidente Lula visitou a região.

Faixa de Gaza
De acordo com a chefe do escritório brasileiro em Ramallah, Ligia Maria Scherer, houve pedidos de brasileiros vivendo na Faixa de Gaza para participar nas eleições este ano. Não há, porém, números precisos de quantos brasileiros vivem no território palestino. Segundo Ligia, o TSE não aprovou o processo de cadastramento ou instalação de urnas na Faixa de Gaza, apenas na Cisjordânia. "Mesmo com toda a boa vontade, não pudemos", disse, acrescentando que há disposição para que isso venha a acontecer.Terra

Gabrovo, na Bulgária, torce por vitória de Dilma

Na pequena cidade de Gabrovo, no interior da Bulgária, há grande expectativa com a eleição brasileira. A cidade no meio das montanhas dos Bálcãs é o local de origem do pai de Dilma, Petar Russév, que deixou a Bulgária em 1930. Hoje, sofrendo com a saída diária de jovens e uma crise profunda, o prefeito da cidade, Nicolai Sirakov, aposta numa vitória de Dilma para transmitir a seus cidadãos a ideia de que a população da cidade tem do que se orgulhar. "Não ganhamos no primeiro turno por pouco. Tenho acompanhado diariamente o que ocorre no Brasil e acho que não há como Dilma ser derrotada."

Sirakov enfrenta eleições na pequena cidade em 2011 e precisa dar um ar de otimismo para uma região em recessão e com empresas fechando as portas. A imagem de uma "gabroviana" liderando um país de quase 200 milhões de pessoas cai como uma luva nesse projeto.

Encontro de evangélicos desmascara campanha de ódio contra Dilma

A pedido do presidente Lula e de Dilma, o senador Magno Malta (PR-ES) tem viajado o país desmascarando a campanha de ódio e mentiras contra a candidata petista à Presidência da República. Evangélico e conhecido pela contundência com que defende valores morais no Senado, Malta está acima de qualquer suspeita para defender Dilma da central de boatos inédita que se armou na internet para favorecer José Serra se utilizando de preconceitos religiosos.

Junto com ele, estiveram no Clube Homs, na Avenida Paulista, outras lideranças como o deputado federal bispo Robson Rodovalho (PP-DF), o prefeito de Osasco Emidio de Souza, os vereadores de São Paulo, Carlos Apolinário (DEM) e Jamil Murad (PCdoB), Ciro Moura, que foi candidato ao Senado pelo PTC, o vereador de Cotia, Toninho Kalunga (PT) e o deputado estadual José Candido (PT), entre outras lideranças.

O senador desmascara o cinismo de quem ativou a campanha contra Dilma, contando que, a partir de uma pesquisa qualitativa, perceberam que era possível empurrar José Serra ao segundo turno aumentando a votação de Marina, se utilizando de sua ligação com os evangélicos. “Foi aqui nessa avenida Paulista que fizeram isso. Enquanto nosso povo se digladia com mentiras contra a Dilma, eles tomam whisky e riem de nós”, afirmou Malta.

Embora não tenha ligação com o PT, o senador disse que entrou nessa disputa de idéias porque acredita no projeto do Governo de Dilma. “O que me move e me trouxe hoje aqui é o meu senso de justiça. Pensam que eu sou corajoso, mas não sou, tenho sede de justiça. É esse senso que me faz vencer os umbrais do medo”, afirmou. O senador disse que, assim que começaram os ataques baixos contra Dilma, Lula pediu que ele fizesse por ela o que fez por ele, cruzando o país “dessatanizando” o petista.

“Quando você vê um esfaqueado, você tem que ajudar. Não pode deixar de salvar porque tem medo de sujar o carro ou ter que depor na polícia”, disse. Malta contou que também é vítima de preconceito por ser filho de uma faxineria nordestina e negra, assim como por ser evangélico e nunca ter feito uma faculdade. “A elite do meu estado nunca engoliu minha eleição. Com tantos ricos, cultos e bonitos e elegem esse pé-rapado”, afirmou.

Malta ressaltou o modo heróico como Dilma tem levado a tortura pública que tem sofrido. “Mulher é mesmo mais forte que homem. O que essa mulher sofreu não é brincadeira. Homem é tudo frouxo. Pra aguentar o que essa mulher está aguentando, só sendo mulher!”

O senador lembrou aos cristãos presentes que “a boca que honra Deus, não desonra ninguém”, referindo-se às calúnias que muitos espalham contra Dilma sem verificar se são verdadeiras. “Quem fala pelo cotovelo é obrigado a desmentir com a boca”, intimou.

Alertou para o fato dos eleitores cristãos não estarem trabalhando para eleger um papa ou um pastor. “Os adversários levaram o debate para um viés religioso e não espiritual”, salientou. Ele distinguiu a solidariedade e a busca pela justiça como valores espirituais, diferente de temas ligados à doutrinas de igrejas.

O senador foi pródigo em exemplos do que ocorreu nesta eleição para destruir a reputação de Dilma. São tantos e tão absurdos que Malta brincou: “Aí, já é cansar muito”. Citou vários ataques específicos feitos à candidata e foi revelando a farsa de cada um, assim como sua irrelevância para o processo eleitoral. Malta chegou a questionar porque Serra e Marina não são questionados por contradições mais graves.

“A Marina não é meia boca não, ela é cristã mesmo, mas ninguém cobrou Marina sobre o apoio que deu a Gabeira, no Rio”, disse ele sobre o político do mesmo partido da acreana, que defende a legalização das drogas e o casamento homossexual. “Assistindo o programa de TV em que Marina defende Gabeira, se fechar o olho, você vai achar que ela está falando do apóstolo Paulo”, afirmo o senador, provocando risos. Ele defendeu a atitude da candidata, pois o partido é plural.

Malta reverenciou a luta de Dilma contra a ditadura, usada pelo adversário de forma subterrânea para desqualificá-la. “Foi a luta de pessoas como a Dilma que me deu, a mim o filho da faxineria do interior do nordeste, a possibilidade de ser senador da República”, afirmou, brincando que, se Dilma se convertesse a evangélica, haveria fila nas igrejas para ver a “ex-guerrilheira que Jesus salvou”.

Entre muitas outras considerações sobre o nível de baixaria que a campanha de Serra assumiu como estratégia eleitoral oficial e extra-oficial, Malta também falou dos inúmeros avanços do governo Lula contra os atrasos que representaram o governo de Fernando Henrique. Ele defendeu que são esses os verdadeiros argumentos a serem considerados pelos cristãos brasileiros na hora de votar. O evento encerrou-se com a oração: “Te agradecemos de ter nascido nesse Brasil abençoado. Dai-nos, ó Deus bendito, a Dilma presidente!”

Manifestações

Depois do senador Malta ter sido tão contundente e detalhista em sua defesa de Dilma, os demais participantes se restringiram a sucintas declarações:

“Deus nos deu um grande presente: um governo que é a resposta à oração. Um presidente sensível. Conheço Dilma e não vejo ela focada em nada que não seja trabalho. Esse governo na mão dela vai ser uma benção”, foi a fala do bispo Rodovalho.

O vereador Apolinário afirmou apenas que “quem quiser andar pra trás, vota no Serra”. O político que é da mesma base aliada de Serra afirmou que o Brasil que quer é Dilma presidente. “Com certeza vamos continuar tendo esse Brasil maravilhoso que tivemos com o presidente Lula”, reconheceu.

O presidente do PTC, Ciro Moura, declarou que o evento vem confirmar a vontade cristã de eleger Dilma. “Sou antigo, quase história viva, e quero dizer que nunca vi uma campanha tão agressiva. O nosso adversário deixou sua teórica educação para desrespeitar a Dilma com mentiras.” Ciro afirmou que se qualquer boato contra Dilma fosse verdade, o Partido Trabalhista Cristão não estaria com Dilma. “Quero alertar o seguinte: quem mente não merece o voto e nosso adversário está mentindo. O Lula foi um presidente bom? Foi o melhor presidente que conheci na minha vida. Dilma será a continuidade dele.”

O prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT) minimizou a força da boataria dizendo que, após o início do primeiro turno houve dúvidas, mas a boataria deu lugar à verdade. “Os cristãos, católicos e evangélicos, estão despertando para a verdade”, afirmou.

“A Dilma é uma mulher muito honrada que ajudou esse país que o Lula está fazendo”, ressaltou. Ele disse, ainda, que vivemos num país que tem valores e valorizar a família é o que a Dilma e o presidente Lula têm feito. “Todas as fases da vida têm que ser protegidas, desde a gravidez, até a juventude e a velhice.”

“Eu, como cristão, quero pedir que não se deixem levar pelas calúnias que se espalharam pelos subterrâneos da internet”, disse Emídio. Ele ainda pediu que, em vez de ficar respondendo mentiras que nunca acabam, resta-nos falar o que temos de bom na nossa candidata. “Não precisa falar mal de ninguém”, disse.

sábado, 30 de outubro de 2010

Dilma Rousseff deve ser eleita 1ª mulher presidente do Brasil



Homenagem a todas as mulheres que lutaram contra a baixaria de José Serra, para eleger Dilma!

Dilma Rousseff deve ser eleita 1ª mulher presidente do Brasil, aponta Datafolha


Dilma Rousseff (PT) chega ao dia da eleição com 55% dos votos válidos, segundo pesquisa Datafolha realizada ontem e hoje. Está dez pontos à frente de José Serra (PSDB), que pontuou 45%. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais.

O Datafolha entrevistou 6.554 pessoas neste sábado, um número maior do que o de outras sondagens recentes. A pesquisa foi encomendada pela Folha e pela Rede Globo e está registrada no TSE sob o número 37903/2010.

Se confirmar nas urnas o resultado do Datafolha, Dilma será eleita a 40ª presidente do Brasil. A corrida eleitoral tem se mantido estável nos últimos 15 dias, com os dois candidatos variando apenas dentro da margem de erro do levantamento.

Na última quinta-feira, Dilma tinha 56% e oscilou negativamente um ponto. Serra estava com 44% e deslizou um ponto para cima. Do ponto de vista estatístico, é impossível afirmar se houve ou não variação no período.

Quando se consideram os votos totais, Dilma tem 51% contra 41% de Serra. Ambos oscilaram positivamente um ponto cada de quinta-feira até ontem. O percentual de indecisos continua em 4%. E há também 4% de eleitores decididos a votar em branco, nulo ou nenhum.

A campanha de segundo turno agora em outubro mostrou uma recuperação de Dilma em todos os segmentos analisados ontem pelo Datafolha, com exceção de dois grupos: os eleitores da região Sul e os do interior do país.

No Sul, a petista começou o mês com 43% contra 48% de seu adversário tucano. Ontem, Dilma estava com 42% e ainda perdia para Serra, que pontuou 50%.

Entre os eleitores do interior, a candidata do PT ficou no mesmo lugar. Começou outubro com 50% e ontem tinha o mesmo percentual. Mesmo assim, está sete pontos à frente de Serra (43%).

A arrancada mais significativa de Dilma se deu nas regiões metropolitanas (de 44% para 52% neste mês) e no Sudeste (de 41% para 48%). O Sudeste concentra 45% dos eleitores do país. Serra, que é paulista e fez sua carreira política na região, tem 44%, o mesmo percentual do início do mês.

No Nordeste (25% dos eleitores brasileiros), a petista manteve neste mês sua liderança sobre o tucano. No início de outubro, tinha 62%. Ontem, segundo o Datafolha, Dilma estava com 63% e uma frente de 33 pontos sobre Serra, cuja pontuação na região foi de 30%.

O principal reduto do tucano é o Sul. Mas ele avançou pouco durante o mês, de 48% para 50%. Dilma, cuja carreira se deu no Rio Grande do Sul, não conseguiu se recuperar entre os sulistas _16% do eleitorado.

Nas regiões Norte e Centro-Oeste, os dos candidatos a presidente começaram o mês empatados tecnicamente: Serra com 46% e Dilma com 44%. Ao longo da campanha, a curva se inverteu. Ontem, a petista estava com 50% e o tucano com 42%.

A pesquisa Datafolha confirma a força de Dilma entre os eleitores com renda familiar de até dois salários mínimos (44% do total do país). A petista tem 56% nesse segmento contra 36% de Serra. Folha

Em Minas só dá Dilma

Belo Horizonte-Se depender da vontade dos mineiros, Dilma Rousseff (PT) será eleita presidente do Brasil amanhã, com 49% dos votos totais-17 pontos percentuais a mais que o adversário, José Serra (PSDB), que teria 32% da preferência do eleitorado. Mas ainda é grande o número de eleitores que estão indecisos no estado, segundo maior colégio eleitoral do país: 13%, o equivalente a mais de 1,8 milhão de pessoas. Ainda que o tucano conquistasse esses votos, não conseguiria mudar o quadro eleitoral em Minas Gerais. Na análise dos votos válidos, a diferença é ainda maior: 22%. A candidata petista aparece com 61% e o tucano, com 39%.

Os dados fazem parte da pesquisa realizada pelo Instituto EM Data, com1,1 mil eleitores, entre o dia 27 e ontem. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 37.853/2010. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Outra conclusão, a partir do levantamento, é que nem Dilma nem Serra conseguiram conquistar o voto de quem escolheu a senadora Marina Silva (PV) no primeiro turno das eleições-pelo menos se comparados os números ao resultado das urnas em 3 de outubro, quando  Dilma recebeu 46,98% dos votos e o tucano, 30,76%. Neste segundo turno, 7% declararam a intenção de votar nulo.

E o Serra mentiu, de novo.SP está sem radar que prevê chuva em meia hora


Equipamento da USP, o único da cidade, está quebrado desde abril

Radar poderia alertar, por exemplo, para a chuva de granizo que atingiu Guarulhos de surpresa, em setembro

O radar meteorológico usado para prever as típicas chuvas repentinas na capital durante o verão está parado desde abril. Faltam R$ 200 mil para a manutenção do equipamento, que apesar de móvel, funciona em Barueri, na Grande São Paulo.
"O projeto de pesquisa que financiava a manutenção do radar acabou. Estamos buscando uma nova fonte de recurso", diz Augusto Pereira Filho, professor da USP. A instituição é a dona do radar.

Na prática, sem o equipamento, São Paulo está mais vulnerável a temporais que se formam de última hora. Em setembro, por exemplo, uma tempestade de granizo atingiu Guarulhos sem que houvesse nenhum alerta.

"O radar consegue prever um temporal, em nível de quarteirões, com 30 minutos de antecedência", diz Pereira Filho. "Outras fortes chuvas [que se formam mais lentamente] podem ser detectadas com duas horas ou até dias de antecedência", afirma.

PRECISÃO

O radar da USP é o único do tipo a olhar para os céus da região metropolitana de São Paulo. O outro radar, mantido pelo Estado em Biritiba Mirim (Grande São Paulo), não consegue enxergar chuvas com uma precisão muito grande, só com três horas ou mais de antecedência. "Ele funciona bem. Mas as características são outras", diz Pereira Filho.

No último verão, quando chuvas históricas causaram 18 mortes em São Paulo, o radar da USP emitiu por volta de 50 alertas. "Essas informações são de domínio público. Elas chegam, por exemplo, ao CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), à Defesa Civil e à CET", diz o meteorologista da USP.

Mesmo com o dinheiro, a operação do radar não será totalmente normalizada antes de janeiro -depois, portanto, do início das chuvas.

"Temos condições de fazer uma funilaria primeiro. Mas a manutenção corretiva toda pode demorar até três meses, tempo que pode demorar para conseguirmos algumas peças", diz o pesquisador.

MAIS RADARES

O radar do Estado, que fica na barragem Ponta Nova, já passou dos 20 anos de uso. Por isso, o governo acabou de abrir uma licitação para a construção de um novo, que deve custar por volta de R$ 2 milhões. Os técnicos da Secretaria de Energia e Saneamento do Estado afirmam que esse equipamento será útil para o controle de cheias em São Paulo a partir de 2011. E defendem o projeto.

"O melhor seria comprar outros dois iguais ao nosso [da USP], ao custo de R$ 700 mil cada, e instalá-los em pontos estratégicos, como Praia Grande e Mogi das Cruzes", diz o pesquisador da USP. "Vai ser mais eficiente e também muito mais barato."

A maior parte das chuvas que atingem a cidade durante o verão é fomentada pela brisa que vem do mar. Então, dizem os técnicos em meteorologia, colocar radares nesse trajeto é fundamental.

Para o meteorologista da USP, o fato de a previsão mostrar menos chuvas para o próximo trimestre não significa muita coisa. "Existe uma média de 19 grandes cheias na cidade, número que deve ser registrado mais uma vez."Folha

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Programa na TV da Dilma de encerramento nesta sexta-feira (29/10)

Classes C e D pagam mais com dinheiro


As classes de menor renda ainda preferem pagar suas compras com dinheiro, mostra estudo encomendado pela MasterCard ao Instituto Ipsos. A razão, segundo a pesquisa que foi feita em sete municípios brasileiros, é que 46% das classes C e D ainda não têm acesso ao sistema bancário. A grande maioria das pessoas dessa renda não possuem qualquer tipo de cartão. Apenas 27% dos entrevistados têm cartão de débito, enquanto 25% detêm apenas o cartão de crédito.

Ainda segundo o levantamento, entre as pessoas desta parcela da população que têm acesso a bancos, a maioria tem um plástico de débito ou crédito. A pesquisa do Instituto Ipsos aponta ainda que 80% das pessoas das classes C e D bancarizadas possuem o cartão de débito e 49% o cartão de crédito.

Para tentar ganhar parte dos pagamentos feitos em dinheiro, a MasterCard promoverá uma série de ações para estimular o cartão de débito. Entre elas está a mudança da marca usada para o segmento “MasterCard Maestro” para “MasterCard”. Além disso, sorteará até dezembro 12 carros zero quilômetro para os clientes que fizerem ao menos três transações com cartões de débito por semana, de qualquer valor.

Já com os clientes de outras bandeiras (Cielo, Redecard e Santander), a operadora desenvolverá ações para estimular a expansão da aceitação dos cartões de débito para segmentos que apresentam grande potencial de crescimento, como o de saúde, educacional e serviços.

Está mais fácil comprar um carro zero-km

Há sete anos, nem adiantava sonhar com a compra de um carro zero quilômetro se a renda da família estivesse abaixo de R$ 2.666 mensais. Hoje tudo ficou mais fácil. Com uma renda de R$ 1.979 já é possível sair da concessionária dirigindo um automóvel novo. Tudo porque o valor da parcela do financiamento caiu 25%.

O cálculo foi feito pela economista Luiza Rodrigues, do departamento de pesquisa econômica do banco Santander. Segundo ela, a ideia do estudo era exemplificar como o poder de compra do brasileiro aumentou nos últimos anos. Pois aí está a prova: em sete anos, a renda necessária para comprar um carro foi reduzida em R$ 687.

No período de junho de 2003 a agosto de 2010, o preço de um automóvel 1.0 subiu 12,2%, mostra o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-IBGE). A inflação geral ficou em 43,85% no mesmo período.

Com o real valorizado, a modernização do parque das montadoras e maior concorrência no setor, a indústria automobilística conseguiu segurar os preços e permitiu que o produto se tornasse mais acessível para população com o passar dos anos.

Em paralelo a isso, a renda média familiar brasileira cresceu 49,9%. “Com mais dinheiro no bolso, o consumidor começou a achar o carro barato”, afirma Luiza. “Pagar por um automóvel demanda menos esforço hoje do que no passado.”

Ela exemplifica dizendo que se, há sete anos, uma família quisesse hipoteticamente gastar 100% de sua renda com o pagamento da parcela do carro, a dívida levaria quase 12 meses para ser quitada. Hoje, seriam necessários menos de nove meses.

Mas o principal fator que contribui para que os brasileiros realizem o sonho do carro zero foi o crédito. Com aumento dos prazos e redução de 50% nos juros do financiamento, a prestação caiu de R$ 799,82 para R$ 593,68 – uma economia de R$ 206.

Por tudo isso, de 2003 para cá, 14,2 milhões de famílias passaram a poder comprar um carro popular novo. Nem todas usaram seu dinheiro para este fim, é claro. Mas as que usaram ajudam a explicar porque a indústria automobilística brasileira não para de bater recordes.

Mais de 2,3 milhões de veículos foram vendidos até setembro. E a estimativa é de que 18% dos compradores estejam adquirindo um carro pela primeira vez – a média era de 10% há nove anos, dizem as montadoras.

“Está mais fácil comprar um carro hoje. Temos prazos maiores para pagar e se você não tem dinheiro, o banco oferece crédito”, afirma Cláudio Wesley Dutra Moreira, pastor evangélico, de 43 anos, que veio do Rio para visitar o Salão do Automóvel (que ocorre no Anhembi até dia 7 de novembro).Estadão

Só fato de grande repercussão muda tendência pró-Dilma


A ampliação da vantagem de Dilma Rousseff (PT) na reta final do segundo turno dificulta muito a tentativa de José Serra (PSDB) de virar a eleição na última hora. O tucano briga contra a inércia do eleitorado. A esta altura, só um fato novo de grande repercussão lhe daria chance de mudar a tendência do voto.

A petista se distancia do tucano em praticamente todos os segmentos importantes de renda, escolaridade e faixa etária. Nas maiores regiões, ela consolidou a proporção de 2 votos para 1 no Nordeste, e aumentou para dez pontos sua diferença no maior colégio eleitoral, o Sudeste.

O fator religioso, principal responsável por levar a eleição para o segundo turno, foi neutralizado. Dilma tirou a vantagem de Serra entre os evangélicos, ampliou sua diferença entre os católicos e recuperou parte dos eleitores agnósticos, ateus e de religiões não-cristãs.

A recomendação do papa aos bispos para que atuem politicamente no Brasil contra quem defenda o aborto poderia ser o fato novo esperado pelos partidários do tucano?
Para surtir efeito eleitoral, a manifestação de Bento 16 precisaria chegar rapidamente aos seguidores da Igreja e com força suficiente para reverter a preferência de 55% dos católicos pela petista. No primeiro turno, Dilma perdeu quatro pontos entre os católicos nos últimos dias de campanha.

Uma queda nessas proporções entre os católicos agora implicaria diminuir de 14 para 9 pontos a vantagem de Dilma no total. Sem contar o eventual efeito inverso que isso poderia resultar entre os evangélicos e eleitores anti-clericais.

Com a questão moral de lado, o bolso voltou a ser soberano na eleição. No começo do segundo turno, os programas sociais do governo federal brecaram a queda de Dilma e impediram que o tucano empatasse.

Mas foi no eleitorado não-bolsista que ela cresceu nas últimas duas semanas. Ele tem sido o responsável por aumentar sua diferença sobre Serra. Hoje, segundo o ibope, 2 em cada 3 eleitores da petista não participam de nenhum programa federal.
E por que esse eleitor declara voto nela? Muito provavelmente pelo bom momento da economia, que expande o emprego, a renda e, principalmente, o crédito para o consumo. Um indicador indireto disso é a avaliação do governo Lula.

Entre o terço de eleitores que dá nota 10 à atual gestão, Dilma tem 78% do total de votos. Entre os 15% que dão nota 9, ela tem 2 em cada 3 votos. O divisor de águas é a nota 8, que compreende 23% do eleitorado.

Nela, Serra chegou a empatar com Dilma no começo do segundo turno: 47% a 47%. Agora, a petista voltou a abrir uma pequena diferença, e lidera por 48% a 43%. De 7 para baixo, o tucano vence por larga margem, mas esses eleitores são apenas um quarto do eleitorado.por Jose Roberto de Toledo,jornalista do Estadão

TSE permite veicular frase retirada de propaganda de Dilma

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira (28), por 4 votos a 3, permitir a veiculação da frase "está atrás nas pesquisas" na propaganda eleitoral da candidata petista à presidência, Dilma Rousseff. O termo havia sido retirado por decisão anterior do mesmo tribunal.

Para o relator do recurso no TSE, ministro Joelson Dias, a divulgação da frase deveria, necessariamente, ser seguida por dados correspondentes à pesquisa. Joelson Dias lembrou que qualquer publicação de resultados de pesquisas em propagandas deve contar informações como margem de erro e instituto responsável. "Principalmente nesta fase final da campanha, em que só há dois candidatos, é notório que a frase se refere ao candidato do PSDB", disse.

Dias, no entanto, foi voto vencido. O ministro Marcelo Ribeiro foi o primeiro a discordar do relator, afirmando que "as pesquisas às quais a propaganda se refere são públicas e notórias", não sendo necessária, portanto, a identificação dos dados referente a elas.Terra

Governos de esquerda da AL torcem por Dilma


Eleições: Argentina, Bolívia, Paraguai e Venezuela acompanham a disputa presidencial com mais ansiedade

Com receio de ver seus interesses com o Brasil afetados, quatro governos esquerdistas da América do Sul preferem uma vitória da candidata do PT, Dilma Rousseff. Para esses países, a eleição do tucano José Serra é associada, em maior ou menor grau, a possíveis atrasos ou reversões na agenda bilateral com o Brasil.

O Valor ouviu parlamentares dos partidos que estão no governo em nove nações da região, além de diplomatas e outras autoridades, a respeito das expectativas sobre as relações de cada país com o Brasil a partir de 2011. Os governos que parecem acompanhar o resultado da disputa com mais expectativa são os da Argentina, Bolívia, Paraguai e Venezuela. Nos quatro, a preferência é por Dilma.

No Uruguai e no Equador - ambos também com presidentes de esquerda - integrantes dos governos não têm manifestado publicamente ou a interlocutores brasileiros interesses específicos na vitória do PT ou do PSDB.

O mesmo vale para os governos da Colômbia, Peru e Chile, que embora sejam comandados por presidentes de centro-direita não revelam claramente preferências por uma ou outra candidatura.

No caso do governo da Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, as reservas a Serra foram tornadas públicas antes do primeiro turno, quando o tucano acusou a gestão do presidente Evo Morales de ser cúmplice do tráfico de cocaína para o Brasil.

Em maio, Serra declarou durante uma entrevista: Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disso. Quem tem que enfrentar essa questão é o governo federal. O candidato completou dizendo que se o governo [da Bolívia] não fizesse ao menos corpo mole, o fluxo de cocaína que cruza a fronteira seria menor.

A afirmação foi rebatida por La Paz. Na ocasião, o senador Fidel Surco, presidente da Comissão de Política Internacional do Senado, disse à reportagem que Serra é um candidato da direita que repete o que diz os EUA contra Evo. Surco é do MAS, o partido de Morales. Para ele, a relação entre Bolívia e Brasil com Dilma seria mais fácil. por haver mais proximidade ideológica entre os partidos.

Segundo uma autoridade brasileira que mantém contatos frequentes com parlamentares e membros do Executivo boliviano, eles deixaram de se mostrar preocupados quando as pesquisas mostraram que Dilma teria uma vitória na primeira rodada. Depois do primeiro turno, ficaram mais receosos com a possível eleição de Serra e principalmente sobre como seriam as relações bilaterais em torno de três pontos, diz a fonte. A questão do narcotráfico, o financiamento e os estímulos dados a empresas brasileiras para investirem na Bolívia e a questão do pagamento das chamadas partes nobres do gás [aceita pelo governo Lula e que eleva o valor pago pelo Brasil ao gás boliviano].

Assim como na Bolívia, a sensação manifesta no Paraguai por integrantes do governo do presidente Fernando Lugo e por parlamentares dos partidos que estão no poder, é que o governo Lula atendeu e aceitou negociar algumas demandas sensíveis ao país. E que com um governo de José Serra, a situação seria outra.

No Paraguai, há uma visão de que o acordo firmado pelos dois governos sobre o preço da energia de Itaipu só foi possível porque o presidente Lula tem uma empatia com o Lugo, disse um diplomata brasileiro ouvido sob a condição de não ter seu nome publicado.

Em julho de 2009, Brasil e Paraguai firmaram um acordo que prevê, entre outros pontos, o aumento do preço pago pelo Brasil à energia de Itaipu que adquire do Paraguai. O acordo precisa da aprovação do Congresso. Uma das preocupações deles é como será essa votação caso Serra seja eleito.

Ricardo Canese, parlamentar paraguaio do Mercosul e coordenador da comissão de negociação sobre Itaipu do Ministério das Relações Exteriores paraguaio, disse ao Valor que crê que iniciativas de integração são políticas de Estado e que quem quer que seja eleito, não ignorará o acordo.

Talvez haja maior ou menor vontade política. Entendemos que Dilma terá mais vontade política de fazer avançar o acordo. Num governo Dilma há ainda uma questão filosófica, de integração regional mais ampla.

Entre os sul-americanos talvez o único presidente que tenha dito textualmente que torce pela vitória da candidata do PT foi o venezuelano Hugo Chávez. Ele não sugeriu, mas disse diretamente que queria que a companheira Dilma ganhasse, disse à reportagem o deputado Roy Daza, presidente da Comissão de Exterior da Assembleia Nacional venezuelana. Daza é do PSUV, partido de Chávez.

Toda nossa expectativa é quem vai ganhar as eleições, disse, acrescentando, que apesar das preferências e das identidades entre o PT e Chávez, a Venezuela tem relações externas excelentes com a esquerda e com direita. Há que não se ideologizar tanto as relações internacionais. A Venezuela não tem pendência importante a ser aprovada pelo Congresso brasileiro. A proposta de adesão da Venezuela ao Mercosul - criticada pela oposição - já foi aprovada.

Daza lembra que as relações de Chávez com o Brasil começaram com o Fernando Henrique Cardoso. Com Lula e se aprofundaram e hoje são excelentes. Uma eventual vitória da oposição não deve mudar a intensidade das relações, diz. Mas a preferência é clara: Temos há anos vínculos com o PT. Prefiro um partido de esquerda, como o PT. Seríamos hipócritas se disséssemos o contrário.Valor Econômico

15 dos 27 dos diretórios do PV apoia Dilma


No segundo turno da disputa presidencial, o PV, seus dirigentes e os eleitores de Marina Silva se dividiram. O partido e a candidata que recebeu 19,6 milhões de votos nas urnas assumiram uma posição independente e não se engajaram na campanha do PT nem do PSDB. Livres para escolher um candidato, 15 dos 27 diretórios do PV optaram pela candidatura petista, de Dilma Rousseff, e 7 pelo tucano José Serra. Já os eleitores de Marina tendem a aderir majoritariamente à candidatura tucana, de José Serra, segundo o Datafolha. De acordo com o instituto de pesquisa, 60% dos eleitores que votaram no PV no primeiro turno disseram que votarão no tucano no domingo, na contagem das intenções de votos válidos.

Marina e seu partido levaram duas semanas após o primeiro turno para definir não declarar apoio a nenhum dos candidatos no segundo turno. A candidata entregou a Dilma e Serra um documento com 43 propostas e obteve acenos tanto do PT quanto do PSDB, mas não recebeu garantias de compromisso com os pedidos. O programa de governo de Dilma passou ao largo das propostas do PV e Serra ainda não apresentou oficialmente seu programa.

Com a decisão do comando nacional do PV de manter-se independente, dirigentes em todo o país fizeram suas escolhas. O apoio da máquina partidária a Dilma e a Serra segue a tendência de voto dos candidatos no primeiro turno. A petista tem a preferência de quase todos os diretórios do Nordeste, enquanto a maior adesão ao tucano está no Centro-Oeste.

O Valor ouviu presidentes, coordenadores regionais e lideranças do PV em todos os 26 diretórios estaduais e o no Distrito Federal. O balanço do apoio às candidaturas revela a predileção por Dilma.

O primeiro diretório a declarar apoio a um dos candidatos foi o do Paraná, que optou por Dilma. Historicamente sempre estivemos do lado do PT. Não tem como apoiar Serra, diz o presidente do PV estadual, Antonio Jorge Melo Viana. No Estado o partido tem cerca de 20 mil filiados. No Rio Grande do Norte, a presidente do PV e prefeita da capital, Micarla de Sousa, que apoiou Rosalba Ciarlini (DEM) na disputa estadual e Agripino Maia (DEM) na campanha pelo Senado no primeiro turno, está agora com o PT na corrida presidencial. No Distrito Federal, o PV optou por apoiar o candidato Agnelo Queiroz (PT) na disputa pelo governo e, assim, decidiu aderir à campanha de Dilma. Marina venceu Dilma e Serra no DF no primeiro turno.

As condições impostas pelo diretório nacional do PV aos estaduais foram a de não usar símbolos partidários na campanha presidencial do segundo turno, nem declarar voto em nome da sigla. No Espírito Santo, o diretório achou uma forma de driblar as proibições ao engajar-se na campanha de Dilma. Os dirigentes fizeram adesivos verdes com a frase Agora é 13, sem citar o PV, e a presidente do estadual, Cidineia Maria Fontana, pediu licença do cargo para ir às ruas defender a petista.

Em Rondônia, os dirigentes decidiram por apoiar Serra. Segundo o presidente do diretório estadual, Antenor Kloch, o partido não tem boa relação com o PT no Estado. Não é um voto ideológico, mas sim de rejeição ao PT, diz. O país está no rumo certo, afirma. O tucano foi vitorioso no primeiro turno em Rondônia e Marina obteve uma de suas menores votações percentuais no país , 12%. Nossa cultura é pelo desmatamento e há muitas críticas sobre a política ambiental, comenta Kloch.

No Rio e em São Paulo, dois expoentes do PV, o deputado Fernando Gabeira (RJ) e Fabio Feldman, candidato derrotado ao governo paulista, declararam voto em Serra. A tendência dos dirigentes dos dois Estados é seguir esse apoio. Os dois diretórios são representativos tanto pelo número de filiados, como pela força política.

Em cinco Estados, não houve consenso. Nesses casos, o comando partidário estadual declarou-se neutro ou está dividido entre os candidatos. No Amazonas, o presidente do diretório estadual, prefeito Angelo Figueira, e seu grupo político apoiam Serra, mas o restante do diretório está com Dilma. No Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Sul, a decisão foi de seguir a orientação do nacional e mantiveram-se independentes. O partido está dividido e escolhemos não declarar voto, diz Marivaine Alencastro, presidente do PV-RS.

A exemplo dos diretórios estaduais, a bancada do partido na Câmara, apoia a petista, apesar de ter também apoiadores de Serra. Majoritariamente governista, tem nomes de peso ao lado de Dilma, como o deputado José Sarney Filho (MA). A divisão das preferências, no entanto, pode ser exemplificada com dois parlamentares da Bahia: o líder do partido na Câmara, Edson Duarte, está com a candidata do PT, mas Luiz Bassuma, derrotado na disputa deste ano pelo governo baiano, deve votar em Serra.

O apoio dos eleitores que votaram em Marina no primeiro turno parece seguir um rumo diferente. De acordo com o Datafolha de 26 de outubro, 44% disseram que preferem o tucano e 30% a petista. O número de indecisos e dos que declararam voto nulo ou em branco ainda é grande e corresponde a 26% dos eleitores. Nos votos válidos, isto é, sem as intenções de voto em branco, nulo e os indecisos, o placar fica 60% para Serra e 40% para Dilma.

Entre os eleitores que declararam que o PV é o seu partido de preferência, 55% disseram votar em Serra no segundo turno e 19% em Dilma. Outros 19% que preferem o partido declararam voto em branco ou nulo e 7% não sabe em quem votar. Nas intenções de votos válidos, o percentual chega a 75% a Serra e 25% a Dilma.Valor Econômico

Pernambuco é Dilma!

Patrus Ananias militando pela vitória de Dilma em Minas Gerais

O ex-ministro Patrus Ananias, coordenador da campanha de Dilma Rousseff em Minas Gerais, acha que o empenho do ex-governador Aécio Neves (PSDB) no Estado não será suficiente para uma virada do presidenciável José Serra (PSDB). O tucano dedica boa parte da sua agenda na reta final de campanha ao Estado. Hoje, por exemplo, fez uma turnê no Estado.
Para o petista, Dilma vai vencer em Minas. Porém, como bom mineiro, diz que "dorme no chão para não cair da cama". A declaração do Papa Bento XVI em relação ao aborto, diz Patrus, não será suficiente para reacender o tema na campanha.
Em conversa com o Estado, o ministro admite, ainda, que programas sociais precisarão ser aperfeiçoados num eventual governo Dilma.
Veja abaixo os principais momentos da entrevista:
Promessa de Dilma de erradicar a miséria
Estou convencido de que isso é extremamente possível. Sobretudo ampliando a integração das políticas sociais.
O Bolsa Família está tendo o êxito que tem exatamente porque não é um programa isolado. Está dentro de um conjunto de ações e políticias públicas. No Ministério há políticas públicas de assistência social, por exemplo o Benefício de Prestação Continuada, com valores superiores ao investimento do BF. Garante o benefício mínimo a todas as pessoas com mais de 65 anos e deficientes incapacitados para o trabalho que sejam pobres.
Temos os centros de referência e assistência social, que são os CRAS, implantados nas comunidades pobres e interagindo com todas as famílias que recebem o Bolsa Família. Tem o Pró-Jovem Adolescente que trabalha com adolescentes de 16 e 17 anos que trabalha com os jovens que recebem Bolsa Família. Estamos ainda integrando o Bolsa Família com o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Temos ainda os programas de segurança alimentar, os restaurantes populares, as cozinhas comunitárias. Quem os frequenta, na grande maioria, são pessoas vinculadas ao programa. Estamos ainda integrando cada vez mais o Bolsa Família a programas de apoio à agricultura familiar, através do PAAG - Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar. Temos ainda as condicionalizantes, em que as famílias se comprometem a cuidados com a escola e com a saúde. Portanto, há um conjunto de ações e de obras sociais que interagem com o Bolsa Família que possibilitam a potencialidade do programa. Claro que o compromisso que a Dilma assumiu é de ampliar isso, de buscar cada vez mais a ampliação dos programas sociais.
Já estamos acabando com a fome no Brasil. Hoje a fome é pontual. Há pontos ainda, até porque a pobreza muitas vezes é oculta. Mas a fome endêmica, a vergonhosa que o Brasil tinha até recentemente, aquelas multidões no Nordeste, no Norte de Minas, quando se criavam aquelas frentes de trabalho sem nenhum critério e nenhuma interlocução com políticas públicas, isso não existe mais.
Capacitação profissional de beneficiários do Bolsa Família
Acompanhei o início do programa Primeiro Passo no ministério. A proposta é correta, de capacitar pessoas beneficiárias do programa dentro das possibilidades que o País está abrindo, como obras do PAC, construção civil, turismo, jogos olímpicos, copa do mundo, considerando o crescimento do turismo. No início do programa tivemos sim algumas dificuldades que acho que podem ser perfeitamente corrigidas. Pode haver uma ação mais integrada, por exemplo, com as prefeituras. Todas as nossas políticas sociais, de maneira republicana, são implantadas em parcerias com os governos estaduais e municipais, que estão na ponta. Acho que também tivemos problemas com a capacitação. Temos que avaliar isso, se a capacitação deve ser dada e terceirizada pelas empresas, Senai, por exemplo, ou se deve ser dada diretamente, pelo próprio sistema de políticas sociais. Ou se envolvemos aí também o Sistema S. Mas é um desafio importante e estou convencido de que o programa tem todas as condições de superar os entraves iniciais.
Aécio Neves e a votação de Serra em Minas
Pelas pesquisas a Dilma está liderando em Minas. Mas, como bom mineiro, sou daqueles que dorme no chão para não cair da cama. Claro que o ex-governador tem realmente uma liderança forte no Estado. Mas o presidente Lula tem também um reconhecimento muito forte. Estamos trabalhando com a perspectiva de que a Dilma ganhará em Minas e também em Belo Horizonte. Estamos na frente, mas sem nenhuma arrogância. Temos a convicção de que estamos numa eleição bastante disputada.
Aécio e o assédio a prefeitos
A relação do Lula com os prefeitos foi uma das conquistas mais importantes que tivemos nos últimos anos. Implantamos todas as nossas políticas sociais em parceria com as prefeituras. No caso do Bolsa Família, por exemplo, que faz o cadastro são as prefeituras. O Lula aumentou o repasse do FPM, para compensar a crise econômica. Todas as ações de saúde, do SUS, na assistência social, na educação, tudo é integrado com as prefeituras. Nunca houve uma relação tão construtiva. No final do governo FHC os prefeitos foram recebidos com cachorros. Nos oito anos do governo Lula tivemos um diálogo permanente. O presidente sempre pediu que criássemos espaço na agenda para recebermos os prefeitos. O que eu vejo em Minas é o contrário: prefeitos do PSDB e do DEM que, pela correção do governo, dão apoio à candidatura da Dilma.
Eleitores de Marina em Minas e Belo Horizonte
Estamos trabalhando para conquistá-los. Temos o apoio do candidato do PV (ao governo do Estado), o José Fernando. O deputado federal Fábio Ramalho (PV), muito bem votado, também manifestou apoio. Outras entidades, lideranças, como o Apolo Lisboa, ligado ao projeto Manuelzão, de revitalização do Rio das Velhas, e muitas lideranças do PV ou não partidárias, de ONGs voltadas para a questão ambiental, estão apoiando a Dilma. A candidata já incorporou de forma criteriosa questões importantes para esse setor. Estamos ampliando a votação da Dilma no campo dos eleitores da Marina. Há ainda lideranças nacionais importantes que apoiaram Marina, como Leonardo Boff, que estão absolutamente comprometidos com a campanha da Dilma.
A campanha vem crescendo, que algumas questões foram esclarecidas. A campanha muito negativa que ocorreu, de vincular questões religiosas, foi superada. Penso que a campanha está crescendo. A militância do PT está indo para a rua, com determinação, tendo uma participação muito mais ativa.
Minas e a definição do processo eleitoral
Não gosto de coisas muito peremptórias. O enfático tem que ser sempre relativizado. Mas é um dado objetivo. Minas é um Estado muito importante do Brasil e tem posição geopolítica estratégia. Tem uma importância histórica, simbólica. Talvez seja o Estado síntese do Brasil, vários autores tratam disso, como Jacques Lambert. Minas representa o Brasil. O que acontece em Minas tende a acontecer no Brasil e vice-versa. Claro que a posição de Minas pesa e muito. Por isso estamos trabalhando para que o Estado eleja a Dilma.
Papa, aborto e campanha eleitoral
Não acredito mais nisso (que o tema voltará à campanha). Fiz um texto sobre a questão do aborto, que enviei para vários bispos em Minas. Está muito clara a posição da Dilma. Tentaram criar um clima. Mas ficaram muito claros os compromissos dela. Tivemos um governo por oito anos e não alteramos a lei (vigente sobre o aborto). Mandei uma carta para vários bispos e religiosos e me deram um retorno muito positivo. (Do Estadão)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Veja quem declarou voto em Dilma

Dilma é a mais preparada para este Brasil


Sob Lula, autoridades e a sociedade foram convidadas a construir políticas públicas de forma conjunta; Dilma é a certeza dessa continuidade

Neste domingo, o Brasil irá escolher entre dois modelos bem diferentes de governo, representados por Serra e Dilma.

De um lado, o Estado "mínimo", regulado pelos interesses do mercado. Do outro, o Estado forte, articulador do crescimento com inclusão social. Dilma representa de forma muito clara esse modelo.

Como ministra da Casa Civil, Dilma coordenou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um grande instrumento de gestão e estímulo ao desenvolvimento do país.

O PAC e a dinâmica que ele enraizou nos entes federativos representam uma nova etapa na história política do Brasil: é a volta do planejamento de Estado, que os tucanos tanto desprezam e desqualificam.

Essa é uma das diferenças marcantes entre Dilma e Serra. É bom destacar que Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha e, mais recentemente, China, Índia e Coreia construíram Estados atuantes, planejadores, conhecedores de suas realidades e indutores de crescimento. Alguns desenvolvem um modelo com mais igualdade social do que outros, mas nenhum deles tem Estado pequeno, fraco e despreparado para o futuro.

Fui prefeito de Diadema por 12 anos e governei durante as gestões Itamar, FHC e Lula. Com os dois primeiros, as prefeituras eram chamadas a propor projetos pontuais e ao sabor das conveniências dos governantes. Perdeu-se a capacidade de elaborar projetos estruturantes e de longo prazo.

Sob Lula e Dilma, essa realidade começa a mudar. Mas, em 2007, o Brasil entrou, de fato, em uma nova fase. As políticas sociais mais vigorosas e o acesso ao crédito colocaram mais lenha na locomotiva brasileira. Com isso, foi necessário ampliar os investimentos em infraestrutura, para acelerar o desenvolvimento e reduzir as desigualdades.

O PAC 1 cumpriu esse papel. Todos nós, prefeitos e governadores, fomos levados a desenvolver projetos em duas áreas essenciais para mudar a qualidade de vida do povo mais pobre: habitação e saneamento básico.

O primeiro momento não foi fácil para ninguém. O longo período de ausência de planejamento público fez com que as prefeituras, governos estaduais e setores da iniciativa privada parecessem um paciente que havia saído de uma longa internação hospitalar.

Isso explica por que o PAC, em seu início, apresentou uma inércia maior do que o desejável. Isso foi um aprendizado essencial.

É sabido que o bom planejamento pressupõe a construção de pactos entre os entes envolvidos, de forma democrática.

Sob Lula, autoridades e sociedade civil, por meio de conferências e seminários, foram convidadas a debater e a construir políticas públicas de forma conjunta. Dilma é a certeza dessa continuidade.

Serra parece ter aversão ao modelo de Estado plural e integrado.

Constatei isso enquanto prefeito. O Grande ABCD conta, desde 1990, com o consórcio intermunicipal, que reúne as sete cidades para debater e propor soluções para questões regionais.

Quando governador, Serra desestruturou a Câmara Regional do ABCD, não apoiou o consórcio e, quando prefeitos de diversos partidos tentaram se mobilizar para uma pauta comum, alegou ser um movimento político contra ele. Ao contrário de Lula, que sempre recebeu os municípios, Serra desdenha da discussão e refuta o debate para planejar as ações do Estado.

Dilma é a maior responsável e a grande gerente deste esforço de reestruturação e fortalecimento do Estado brasileiro. Ao colocar o planejamento no cerne da máquina pública, estimulando a participação dos entes federativos e da sociedade civil, ela é a mais preparada para coordenar o próximo ciclo de desenvolvimento do Brasil.

JOSÉ DE FILIPPI JÚNIOR

Marilena Chauí vê 'armação' tucana

Quando parecia que o bate-boca na campanha eleitoral há havia reduzido sua intensidade, uma nova denúncia promete esquentar a reta final da campanha. Ideóloga do PT, a filósofa Marilena Chauí diz que a campanha do PSDB pretende fazer uma armação no comício de Serra no próximo dia 29. A idéia é que militantes tucanos usem camisas do PT e comecem a simular brigas e confusão.

Em texto publicado no portal Rede Brasil Atual, mantido por sindicatos filiados à CUT, a professora da USP acusa o plano, que estaria sendo articulado para se tornar “um novo caso Abílio Diniz”, em alusão à prisão dos sequestradores do empresário, em 1989. Na ocasião, houve denúncia de que policiais os obrigaram a usar camisetas do PT, em plena campanha presidencial, na qual Lula acabou sendo derrotado.

"A campanha tucana passou do deboche para a obscenidade e recrutou o que há de mais reacionário, tanto na direita quanto nas religiões", disse Marilena Chauí ao portal. A denuncia ocorreu durante encontro entre estudantes e professores universitários e políticos, na USP.

José Serra faz papel de coitado e fala mal do Presidente Lula

Na visita que fez ontem a Recife, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, reforçou o discurso de vítima do que ele classifica de "central de mentiras do PT" e desqualificou os institutos de pesquisas que apontam vantagem da sua adversária na corrida pelo Palácio do Planalto, Dilma Rousseff (PT). Em entrevistas a rádios locais, o tucano disse que tem gasto tempo tentando desfazer boatos criados contra ele.

Serra chamou  Antônio Pallocci, de chefe de quadrilha, mas esqueceu de Eduardo Azeredo e Paulo Preto

Serra não poupou artilharia contra o presidente Lula. Disse que o chefe da nação "passou dos limites" ao parar de governar para eleger a aliada a todo custo.

O tucano fez questão de rebater as perguntas relacionadas a suas dificuldades eleitorais no Nordeste. Afirmou que as pesquisas estão "furadas" e que acredita que a disputa está tecnicamente empatada. "A gente não tem que pensar em pesquisa. Eu nem olho. O que tem que se pensar é em que é melhor para votar". Ele disse que institutos como CNT/Sensus e Vox Populi trabalham para o governo e que, por isso, estão contaminados. Ressalvou, porém, que o Datafolha é o mais confiável. Lembrou ainda que, no primeiro turno, houve muitos erros. "Nenhum instituto previu a existência do segundo turno". Depois, afirmou que o país precisa rediscutir a regulamentação de divulgação de pesquisas.

Dianteira petista

Na última terça-feira, pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que a petista tem 37 pontos percentuais de dianteira no Nordeste. São 64% contra 27% de José Serra. No primeiro turno, ele obteve 5,5 milhões de votos na região. Recebeu 22,38% dos 24,7 milhões de votos válidos. Dilma ficou com 64,69%, o equivalente a 15,9 milhões de votos. Em Pernambuco, o tucano recebeu 773,3 mil votos no primeiro turno (17,37%). Foi o terceiro colocado. A petista, primeira colocada, totalizou 2,7 milhões, ou 61,74% dos válidos no estado.

O presidenciável afirmou que o governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), estará melhor com ele do que com Dilma. "Eduardo sabe disso. Ele fala isso (que estará melhor com Dilma) porque é pressionado", frisou. Serra ressaltou que sua história mostra que ele não discrimina gestores que estejam em partidos de oposição e que, se eleito, tratará todos os estados de modo igualitário. Disse que Eduardo receberá o mesmo tratamento que seria dado aos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB), Sérgio Guerra (PSDB) ou outro político de seu partido. "Ou a gente desenvolve junto ou não desenvolve", afirmou.

Cenário é governista

O segundo turno no Piauí está marcado pelo forte embate e pela troca de farpas entre o governador Wilson Martins (PSB) e o ex-prefeito de Teresina Sílvio Mendes (PSDB). As pesquisas mostram uma vantagem média de oito pontos do candidato à reeleição frente ao adversário tucano, que renunciou à prefeitura para concorrer ao governo, mas os ânimos andam acirrados.

Deputado federal por três mandatos,Wilson Martins foi eleito vice-governador em 2006, na chapa de Wellington Dias (PT), e herdou a chefia do estado em abril, quando o petista deixou o governo para se candidatar a uma cadeira no Senado. Dias foi eleito com quase um milhão de votos e é o principal cabo eleitoral deMartins.

No primeiro turno,Wilson Martins conquistou 46% dos votos, contra 30% de Sílvio Mendes. João Vicente (PTB) ficou em terceiro lugar, com 21,5% da preferência. O petebista declarou apoio ao governador neste segundo turno, o que reforçou o favoritismo de Martins. Outra importante adesão à campanha foi a do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), eleito senador com 700 mil votos.

No primeiro turno, ele havia apoiado João Vicente.

Ao Correio, Ciro Nogueira descreveu que o cenário é favorável a Wilson Martins. "Ele conta com o apoio de quase toda a bancada de parlamentares eleita no Piauí.

Dois senadores eleitos, oito dos dez deputados federais e 25 dos 30 eleitos para a Assembleia Legislativa, além da maior parte dos prefeitos do interior", frisou.

O senador eleito explicou que a decisão de apoiar o atual governador no segundo turno seria a mais natural, já que, desde o início do pleito, ambos fazem campanha para a presidenciável Dilma Rousseff (PT) no estado, enquanto Sílvio Mendes é o principal cabo eleitoral de José Serra (PSDB) em terras piauienses.

"Fazíamos parte de uma mesma base que rachou na eleição. Não tivemos divergências pessoais.

Como o JoãoVicente saiu do páreo, o natural seria apoiar oWilson", justificou Ciro.

Há duas semanas, Dilma e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaram de um comício que reuniu 20 mil pessoas em Teresina. Para o governador, a visita do presidente e da ex-ministra representou a "arrancada para o segundo turno". A expectativa da campanha é que a petista atinja 70% dos votos do estado neste domingo. A avaliação de lideranças locais, porém, é de que os 11% dos eleitores que votaram em Marina Silva (PV) no primeiro turno tendem a votar em Serra. No último dia 3, o tucano conquistou menos de 21% dos votos do Piauí.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sensus: Dilma tem 58,6% das intenções de voto contra 41,4% de Serra

Pesquisa do Instituto Sensus encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transportes) e divulgada nesta quarta-feira (27), aponta a candidata do PT, Dilma Rousseff com 51,9% das intenções de voto contra 36,7% do tucano José Serra. Brancos e nulos totalizaram 4,7% e indecisos, 6,8%.

Na análise apenas dos votos válidos (que excluem nulos e brancos), Dilma ficou com 58,6% ante 41,4% de Serra. A margem de erro é de 2, 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Na pesquisa espontânea, em que os candidatos não são identificados aos entrevistados, Dilma teve 50,4% das intenções de votos e Serra obteve 35,7%. Outros nomes citados pontuaram 0,3% e o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ainda foi citado por 0,2% dos entrevistados. Os votos brancos e nulos somaram 4,6% e os que não sabem ou não responderam correspondem a 8,9%.

Na avaliação do presidente da CNT,  a retomada de Dilma nas pesquisas se deve à mudança na discussão entre os candidatos nos últimos dias. “A discussão de valores, como o aborto, perdeu força e voltou a discussão de propostas. Dilma ganhou vantagem com isso”, afirmou.

Realizada entre os dias 23 e 25 de outubro, a pesquisa entrevistou 2.000 eleitores em 24 Estados, com sorteio aleatório de 136 municípios, e foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número 37609/2010, no dia 20 de outubro.

Rejeição e expectativa de vitória

Com relação ao índice de rejeição, Serra tem 43% ante 32,5% da ex-ministra-chefe da Casa Civil.

“Essa é a maior rejeição de Serra desde o início da pesquisa deste pleito”, destacou Clésio Andrade, ao comparar o número com o levantamento da CNT/Sensus feito entre 11 e 13 de outubro, quando a rejeição de Serra era de 37,5% contra 35,4% da petista.

Questionados sobre a expectativa de vitória, 69,7% dos entrevistados disseram acreditar que a candidata petista ganharia a eleição presidencial. contra 22,3% acreditam que o tucano seria o vencedor do segundo turno. Indecisos somam 8,1%.

Com relação ao levantamento feito entre os dias 11 e 13, a expectativa de vitória de Dilma aumentou quase 10 pontos percentuais (era de 59,6%) enquanto a do tucano apresentou queda (era 29%), assim como o número de indecisos, que era de 11,4%.

Como a pesquisa foi realizada entre sábado (23) e segunda (25), a repercussão do mais recente debate televisivo entre os presidenciáveis, promovido pela Rede Record no último domingo, não foi medido.

Votos por região

Em comparação com o levantamento da CNT/Sensus feito entre os dias 18 e 19 de outubro e divulgado no último dia 20, a candidata Dilma Rousseff apresentou aumento na expectativa de votos em todas as regiões do país, com exceção do Sul, onde o tucano José Serra ainda mantém a liderança.

No Norte e Centro-Oeste, que representam 15,1% do eleitorado, Dilma obteve 50,7% das intenções de voto contra 40,4% de Serra. No levantamento anterior, Dilma  tinha 42,1% contra 52,6% do tucano.

No Nordeste, onde estão 28% do eleitores, Dilma aparece com 66, 3% e Serra com 25,5%. Na avaliação anterior, Dilma tinha 57,5% e Serra, 34,8%.

No Sudeste, onde que concentra 42,4% do eleitorado,  Dilma recebeu 48,4% das intenções de votos ante 36,7% de Serra. Na pesquisa passada, Dilma tinha 44,2% e Serra, 41,6%.

E no Sul, que possui 14,6% dos eleitores, o candidato do PSDB cresceu mais: passou de 45,1% para 54%, enquanto Dilma  caiu de 38,2% para 35,4%.

Com Petrobrás, superávit bate recorde

Receita de R$ 31,9 bi com a capitalização da estatal levou governo a registrar o maior superávit primário mensal da história, de R$ 26,06 bi

Turbinadas pela manobra contábil envolvendo a Petrobrás, as contas do Governo Central (Tesouro Nacional, INSS, Banco Central) apresentaram em setembro o maior superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida) da história: R$ 26,06 bilhões.

Não fossem os R$ 31,9 bilhões de receitas extraordinárias com a capitalização da estatal petrolífera, o Governo Central teria registrado déficit primário de R$ 5,8 bilhões, e seria o pior resultado em um ano. Em outras palavras, a engenharia contábil da equipe econômica serviu para escamotear o fato de que o governo, às vésperas do primeiro turno das eleições, manteve o pé no acelerador do gasto público.

A receita extra foi obtida porque, de um lado, o governo recebeu R$ 74,8 bilhões pela venda (cessão onerosa) de 5 bilhões de barris de petróleo à Petrobrás e, de outro, pagou R$ 42,9 bilhões para comprar ações da estatal. A diferença de R$ 31,9 bilhões é tratada como "receita de concessão". Para a União ampliar sua participação na empresa, o BNDES (com quase R$ 25 bilhões) e o Fundo Soberano do Brasil (FSB) compraram o restante das ações até o valor da cessão onerosa. Ao defender a operação, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse que "não houve nem haverá, até o fim do ano, manobra fiscal".

Por causa das despesas com parte do décimo terceiro salário de aposentados, setembro tende a ter um desempenho fiscal mais fraco do que outros meses. Em agosto, por exemplo, o Governo Central teve superávit primário de R$ 4 bilhões. Em setembro de 2009, o déficit foi de R$ 7,8 bilhões, embora esse resultado também reflita a retração econômica e política de saída da crise implementada pelo governo.

No acumulado do ano até setembro, incluída a Petrobrás, as contas do Governo Central registram superávit de R$ 55,71 bilhões, o equivalente a 2,14% do Produto Interno Bruto (PIB) e R$ 40,1 bilhões acima de 2009.Valor

Quatro dias

Comparando o primeiro turno com a situação de agora, de uma coisa podemos ter certeza: o eleitorado não

disporá da opção de um terceiro nome. Em outras palavras, não haverá uma Marina Silva e todos serão obrigados a escolher em função do cardápio oferecido

Contando hoje, restam quatro dias até a eleição. Tudo o que aconteceu nos últimos dois anos na vida política brasileira e muito do que vai acontecer nos próximos depende deles.

Dilma chega a esta quarta-feira com uma frente razoável nas pesquisas, maior que 10 pontos. Em nenhuma ela está atrás, e sempre acima das margens de erro. Sua intenção de votos, hoje em 49%, segundo a última pesquisa Vox Populi, não foi alcançada ontem, e é de 93% a proporção de seus eleitores que se diz"decidida e não pretende mudar de ideia".

Nos 38% que Serra tem, há eleitores um pouco menos "firmes". Os decididos, em seu caso, são 86%. Ou seja: enquanto ela teria apenas 7% de eleitores in- certos, os dele seriam o dobro.

Os completamente indecisos, aqueles que dizem não saber em quem votar, são 8% na espontânea e 7% na estimulada, o que sugere quão adiantado está o processo de tomada de decisão das pessoas. E há 6% que dizem que vão votar em branco ou anular (no primeiro turno, esses votos somaram perto de 8,5%, sendo preciso lembrar que alguns eleitores anulam seu voto não intencionalmente).

Aceitando esses números pela aritmética (coisa sempre arriscada em se tratando de pesquisas de opinião), o pior cenário possível, para Dilma, seria perder todos seus eleitores incertos e ver a totalidade dos indecisos migrar para Serra. Nessa hipótese, ela ficaria com 46% e ele com 45%. Se, além disso, todos que saíssem de Dilma fossem para Serra, ele iria a 48% e a ultrapassaria, ainda que por poucos pontos, permanecendo a uma distância dentro da margem de erro.

Inversamente, na melhor possibilidade para ela, Dilma poderia somar a seus 49% os indecisos, indo a 56% e, se Serra perdesse o voto de seus eleitores não firmes, e ela os recebesse, alcançaria uma dianteira de mais de 25 pontos sobre ele.

Pelo que conhecemos de eleições passadas, nenhuma dessas hipóteses extremas deve acontecer. O mais provável é que os dois preservem suas intenções de voto em proporções parecidas e que os indecisos se repartam de forma equilibrada.

Isso, é claro, se a famosa premissa do "nada mais se alterando" se mantiver. Nas projeções baseadas em pesquisas, é sempre assim que se trabalha. Se um fato novo acontecer, elas precisam ser refeitas. E o que pode acontecer de relevante de hoje a domingo?

Comparando o primeiro turno com a situação de agora, de uma coisa podemos ter certeza: o eleitora- do não disporá da opção de um terceiro nome, por meio do qual os descontentes com as duas candidaturas principais se expressem. Em outras palavras, não haverá uma Marina Silva e todos serão obrigados a escolher em função do cardápio oferecido.

Serão, portanto, os quatro dias finais da eleição polarizada que iniciamos há tanto tempo e da qual saímos nas semanas que antecederam o primeiro turno, quando uma parte minoritária - mas relevante - do eleitorado buscou uma terceira via.

Agora, voltamos às velhas escolhas que cada lado apresenta ao país. Do lado de Dilma, entre continuar o governo Lula ou retroceder aos tempos em que Fer- nando Henrique era presidente e Serra, seu ministro. Do lado de Serra, entre sua vasta biografia ou a inexperiência eleitoral e o currículo limitado de Dilma. Um puxando para o plebiscito Lula vs. FHC, o outro para a batalha das biografias.

O que vimos no primeiro turno é que nenhum dos dois conseguiu convencer mais da metade do país que a sua era a opção a fazer. No segundo, pouca coisa trouxeram de novo.

De hoje a sábado, são três dias de propaganda eleitoral, o debate na Globo e uma intensa cobertura da mídia. Na propaganda, é pouco provável que tenhamos novidades, talvez apenas a despedida emocional de Lula. Da mídia, podemos esperar o que vimos ao longo da campanha inteira, uma clara preferência (ainda que crítica, em alguns jornais) por Serra.

Resta o debate. É nele que os candidatos mais poderão fazer para convencer os poucos indecisos que existem.Marcos Coimbra

Serra e a corrupção no metrô

A campanha de Dilma Rousseff (PT) elegeu como novo calcanhar de aquiles de José Serra (PSDB) a fraude em licitação do Metrô de São Paulo.

"Além do caso Paulo Preto, Serra terá que explicar a denúncia divulgada ontem pela Folha", diz a peça publicitária.

A reportagem em questão revelou que desde abril já se sabia as empreiteiras vencedoras da licitação -aberta no governo Serra e concluída na gestão Alberto Goldman.

Com a indefectível "trilha sonora de denúncia", o programa mostra imagens do jornal e destaca que está em jogo "um negócio de R$ 4 bilhões".

Tucanos vinham desmerecendo o uso eleitoral de Paulo Vieira de Souza, engenheiro acusado de fugir com R$ 4 milhões da campanha serrista.

Dilma cresce entre mulheres e evangélicos

Dilma Rousseff (PT) melhorou sua situação neste mês entre eleitores mulheres e os que se declaram evangélicos pentecostais.No início do mês,  Dilma tinha 43% e estava empatada tecnicamente com os 44% de José Serra (PSDB) no voto feminino (52% do total do país).

Ontem, Dilma oscilou de 45% para 46% entre mulheres. Já o tucano desidratou ao longo deste mês. Na semana passada já estava com 41%. Agora, pontuou 39%.No caso dos eleitores evangélicos pentecostais (18% do total do país), Serra liderava com folga no início do mês. Tinha 49% contra 40% de Dilma. Essa foi a época em que o noticiário estava dominado pelo debate sobre temas religiosos e liberalização da lei do aborto.

Depois de quase um mês, Serra acumulou uma perda de seis pontos entre os pentecostais, numa queda lenta e gradual. Na semana passada, estava com 44% e no Datafolha de ontem pontuou 43%.

Dilma começou o mês com 40% e agora tem 42% no segmento pentecostal. Do ponto de vista estatístico, empatou com Serra.

Quando são analisadas as regiões do país, a única variação relevante foi a oscilação para baixo do tucano no Sudeste: de 43% para 40% -dentro da margem de erro. Dilma está na frente com 44%.

O Datafolha perguntou aos eleitores quais atributos são considerados relevantes na hora de escolher o candidato. Houve poucas variações em relação a levantamentos anteriores.

Uma nova pergunta foi sobre "ter um passado político conhecido". Para 70%, esse é uma atributo "muito importante". Outros 28% consideraram "pouco importante" ou "nada importante".

Sobre "nunca ter se envolvido em casos de corrupção", 87% responderam que essa é uma condição "muito importante" para postulantes à Presidência. Há três anos, em 2007, o percentual foi 91%.

Metrogate

Surpreendido pelo "metrogate", o PSDB se apressou em unificar o discurso em defesa de Serra. Os tucanos creditarão eventual fraude na licitação de lotes da linha 5 aos consórcios de construtoras e se empenharão em afastar a encrenca do Palácio dos Bandeirantes. Em outra frente, darão visibilidade máxima à investigação -na Corregedoria e no Ministério Público.

Kassab (DEM) corta vaga de bebês para atender criança de 4 e 5 anos

A Prefeitura de São Paulo decidiu transferir vagas hoje oferecidas a bebês em creches para crianças de quatro e cinco anos na pré-escola.A medida já valerá em 2011 e vai criar um efeito cascata. Lei federal prevê a obrigatoriedade de vagas em escolas para crianças a partir de quatro anos -hoje é aos seis.

O prazo para cumprimento da regra acaba em 2016. Como já há deficit de 41 mil vagas na pré-escola (que hoje atende crianças de três a cinco anos), a prefeitura transferirá as de até três anos e 11 meses para as creches, onde já há 125 mil na fila de espera.

O contingente de crianças na faixa etária de três anos a três anos e 11 meses ocupará lugares de bebês, na faixa de um ano. Para essa idade, será reduzida a oferta de vagas, hoje em 19 mil

O número de postos cortados para bebês e o aumento para crianças mais velhas só serão definidos após a matrícula: as escolas poderão adequar suas vagas à demanda. Reduzindo o número de bebês, as creches poderão atender, com a atual estrutura, mais crianças. Isso porque um educador é responsável por sete bebês. Mas, para crianças na faixa de três anos, as turmas podem ter até 25 alunos.

"Precisamos nos adequar à legislação", disse ontem à Folha o secretário da Educação, Alexandre Schneider. "Acho que a maioria das mães vai ficar feliz. Haverá mais crianças na creche, que possui jornada maior." A jornada diária na creche é de dez horas. Na pré-escola, fica entre quatro e seis.

MOMENTO
Para educadores, o problema no ensino infantil paulistano é a falta de vagas. "Como o cobertor é curto, é preciso fazer escolhas esdrúxulas", diz Salomão Ximenes, um dos coordenadores da ONG Ação Educativa e do movimento Creche para Todos. Neste momento, porém, ele entende que a decisão foi certa. "Criança de três na pré-escola é ilegal."

Mesma opinião tem a pesquisadora da USP Tizuko Morchida Kishimoto. Para ela, no entanto, a prefeitura criou um novo problema.

"Como o espaço é o mesmo e o dinheiro também, estão tirando as crianças pequenininhas. Estudos mostram a importância do estudo de zero a três anos."
Cesar Callegari, do Conselho Nacional de Educação, considera a medida correta, mas diz que a prefeitura precisa "acelerar os esforços" para atender a demanda. Folha