segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Joana d'Arc rebelde

Sobre o processo da ditadura contra Dilma Rousseff noticiado pela Folha no sábado, "New York Times" e "Washington Post" postaram, da Associated Press, "Passado guerrilheiro da presidente eleita do Brasil é descrito". Os textos "indicam que supervisionava um arsenal de armas", mas "muito da informação vem do interrogatório de torturados". A agência anota que ela era vista como "Joana d'Arc do movimento".
Na France Presse, "Presidente eleita foi "Joana d'Arc" rebelde". No título do argentino "La Nación", "Novas revelações sobre o passado de Dilma", com o correspondente enfatizando a expressão "Joana d'Arc da subversão". Já no título do espanhol "ABC", "Dilma foi torturada durante 22 dias na ditadura".
No título do inglês "Telegraph", a partir de notícia do "Globo" na sexta, "Próxima presidente do Brasil foi cérebro por trás dos revolucionários radicais".

VATICANO & DILMA
O jornal "semioficial" da Santa Sé, "L'Osservatore Romano", deu no sábado o texto "Com Dilma Rousseff, intervenção mais forte do Estado na economia". Diz que ela "não abandonará a política liberal de Lula, mas prosseguirá no acréscimo do peso das empresas públicas". Dá como sinal de continuidade a confirmação de Guido Mantega, "nascido em Gênova".
Um dia antes, a Folha noticiou a carta de Dilma a Bento 16, dizendo esperar "relações fecundas".
E o "New York Review of Books" postou análise de Lilia Schwarcz, anotando que Dilma, "que é bastante secular, fez tentativas desajeitadas de cortejar os votos católicos". E que o papa, três dias antes da eleição, "endossou implicitamente seu rival, José Serra".

RISCO? QUE RISCO?
John Authers, colunista e editor da seção Lex do "Financial Times", publicou no sábado que o "Risco começa a deixar as economias emergentes". Pergunta se chegou a hora de parar de chamar o investimento "em China, Brasil e outros" como "risco". Mais: "Será que o mundo emergente agora é o destino para aqueles que buscam segurança?".
Argumenta com "números precisos" para o custo percentual do seguro contra moratória hoje no mercado. O risco chinês está abaixo do francês e no nível do britânico. O risco brasileiro está abaixo do italiano e é metade do espanhol. "Este julgamento relativo do mundo emergente se reverteu completamente nos últimos dois anos."
Na mesma linha, o consultor em commodities Donald Coxe, de Chicago, fala ao "Barron's" que hoje "o esquisito é que os únicos fatores de risco são na nossa parte do mundo _não nos mercados emergentes".

NO ATLÂNTICO SUL
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, dias depois da eleição de Dilma, atacou a estratégia de EUA e Otan para o Atlântico Sul, como destacou a Folha.
E ontem, em meio à cúpula da Otan na Europa, "O Estado de S. Paulo" deu que a "Marinha vai ter seis submarinos atômicos e mais 20 convencionais até 2047". Seria "a mais poderosa força dissuasória" da região. Ecoou em jornais da Argentina ao Chile -e por agências de EUA e Europa, estas sublinhando que, segundo o almirante Neto Moura, "a defesa do pré-sal e a nova posição do Brasil no contexto mundial são fatores que reforçam a necessidade da dissuasão". Lula "visita as obras" do estaleiro no Rio no mês que vem.

Lula & Honduras
O site RT noticiou no final da semana que o presidente Porfírio Lobo declarou que o deposto Manuel Zelaya "pode regressar" a Honduras. E que em dezembro Lobo e Lula se encontram na República Dominicana "para avaliar garantias para o regresso".

Obama vs. Cuba
Jim Sciutto, correspondente da ABC, escreve na "New Republic" que "Cuba está se abrindo", mas "a América vira as costas". Diz que até "proposta modestas", como permitir visitas de americanos a eventos religiosos, "estão paradas na mesa de Obama".Nelson de Sá

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