domingo, 17 de outubro de 2010

Salto de qualidade

Estudo mostra que brasileiro está comprando produtos mais sofisticados

O brasileiro está consumindo mais alimentos e itens de higiene e limpeza sofisticados. O gasto com produtos tidos como supérfluos cresce a um ritmo que chega a ser quase o dobro do registrado com itens básicos. Ganho de renda, emprego formal crescente, crédito farto e preços estáveis explicam o aumento de produtos no carrinho de compras. Os supermercados comemoram a tendência, pois obtêm maior lucro com esses itens.

Entre alimentos e artigos de higiene e limpeza considerados não básicos, como sorvete, fralda descartável e detergente líquido para roupas, por exemplo, o desembolso médio aumentou 19% no primeiro semestre em relação a igual período de 2009, aponta pesquisa da Kantar Worldpanel. Enquanto isso, o gasto médio com produtos básicos, como óleo, açúcar e sabão em pó, cresceu 10%.

Segundo a pesquisa, que visita semanalmente 8,2 mil domicílios em todo o País para avaliar o comportamento de compras de 65 produtos, dos quais 23 básicos e 42 não básicos, o movimento de sofisticação do consumo é generalizado. "Todo mundo está sofisticando o consumo, mas especialmente as camadas de menor renda", afirma a diretora comercial da Kantar Worldpanel, Christine Pereira.

CLASSES

As classes D e E ampliaram em 23% as compras de itens supérfluos em valor no primeiro semestre na comparação com 2009, diz ela, enquanto os estratos A/B aumentaram a compra desses produtos em 17%. Na classe C, a alta foi de 19%.

Já a expansão do gasto com produtos básicos foi de 10% para todas as classes no mesmo período. A pesquisa considera como classes A/B as famílias com renda média mensal entre R$ 2 012 e R$ 9.733, a classe C com rendimento médio de R$ 1.587 e as classes D/E com renda média mensal familiar de R$ 950.

"Não há mais grandes paredões de sacos de arroz nos supermercados como no passado", diz o vice-presidente de Relações Corporativas do Grupo Pão de Açúcar, Hugo Bethlem. Ele confirma que, com o ingresso de cerca de 25 milhões de brasileiros na classe C, os consumidores passaram a buscar um cardápio mais diferenciado. Bethlem conta que a venda média na sua empresa cresceu nos últimos tempos tanto em número de itens como em valores absolutos.

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, ressalta que o consumo de arroz e feijão não tem crescido no mesmo ritmo de outros alimentos industrializados. A economista do Santander, Luiza Rodrigues, explica que é normal que os produtos básicos não aumentem de forma acelerada quando há ganhos de rendimento. "A renda excedente tende a ser direcionada para outros setores do comércio", diz ela. Para a economista, o que sustenta essa mudança é o emprego e a renda. Em agosto, a taxa de desemprego foi a menor em 15 anos, segundo o IBGE.Jornal de Brasilia

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