terça-feira, 3 de agosto de 2010

Governador tucano já admite volta do PCC em São Paulo. Agora só falta a imprensa dar destaque aos ataques

O governador paulista Alberto Godman do PSDB admitiu ontem que os ataques contra a tropa de elite do estado, a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), foi cometidos pelo crime organizado, mas não citou o nome da facção criminosa PCC que atua dentro dos presídios há quase 20 anos que também o PSDB governa São Paulo. O governador Alberto Goldman (PSDB), que no domingo descartara uma ação coordenada da facção criminosa que atua de dentro dos presídios, mudou de tom ontem e afirmou que "todos (os criminosos) fazem parte de uma organização criminosa". Mas disse que os ataques não preocupam tanto quanto em 2006, quando dezenas de policiais foram mortos em diversos atentados.

Nada que nos preocupe no mesmo nível de 2006. Hoje, eles não têm absolutamente condições de chegar ao que se chegou em 2006 - disse Goldman.

O secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto, disse que o crime organizado tentou matar o comandante da Rota, o tenente-coronel Paulo Telhada:

O coronel foi vítima de um atentado e só pode ser do crime organizado. O crime organizado aqui de fora - disse o secretário, afirmando que "é lógico que tem" crime organizado em São Paulo que não esteja infiltrado nos presídios: - No combate ao crime organizado, a Rota preocupa. Ela tem sido muito eficiente, o que acaba incomodando a marginalidade.

Ferreira Pinto descartou uma suposta retaliação de policiais afastados pelo comandante, e disse que, em 2006, o quadro era "completamente diferente":

- O sistema penitenciário vivia uma crise de autoridade. Hoje, a situação está sob controle.

Depois de escapar dos tiros, o comandante Telhada ainda teve de levar uma bronca dos superiores. Ele concedeu entrevistas sem permissão, afirmando que já havia um suspeito do atentado. Segundo a assessoria de imprensa da PM, o comandante da Rota "deveria ter sido preservado" depois do incidente.

O ex-governador José Serra, candidato a presidente, defendeu a segurança pública:

- Os índices de segurança mostram a continuidade da melhora nessa área. A taxa (de homicídio) é inferior a dez, patamar semelhante ao de países mais desenvolvidos. O trabalho da Secretaria de Segurança continua sendo feito com firmeza na repressão dura contra o crime. Respeitando os direitos individuais e humanos, sempre.

A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, criticou:

Mesmo São Paulo, que tem 20 anos do mesmo governo e é o mais rico da federação, paga um dos piores pisos salariais para os policiais e tem problemas de descontrole com a segurança.

Candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff deu uma estocada em São Paulo:

Lamento profundamente que isso tenha ocorrido. Nós temos no Rio uma política que deu muito certo - não é que ela acabe com a violência, mas ela dificulta que o crime organizado utilize as cadeias como plataforma para agir -, a transferência de presos para presídios de segurança máxima.

O "Brasil Urgente", da Band, ressaltou no final que "Governador não descarta que ataque seja de facção" _com repórter questionando Alberto Goldman sobre PCC e a repercussão na campanha de Serra. A home do jornal "O Estado de S. Paulo", que já havia dado os ataques como ação do PCC na capa de papel, fechou o dia com a submanchete "Questionado por ataques do PCC, Serra vê melhora na segurança".

Um comentário:

  1. A solução é enviar novamente o secretário tucano do governo de São Paulo, até as penitenciárias, conversar com os mandantes e atualizar os acordos feitos, como na época do Marcolla.
    http://easonfn.wordpress.com

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