quinta-feira, 6 de maio de 2010

Dilma rebate Serra quanto à ajuste fiscal e diz que foco continuará sendo no crescimento da renda e empregos

Dilma Rousseff concedeu entrevista à Agência Reuters, cujo tema foi economia.

O adversário demo-tucano, José Serra (PSDB/FHC), vem defendendo um "ajuste fiscal", o que significa ou aumento de impostos ou corte em despesas, com arrocho em salários do funcionalismo civil e militar, aposentadorias, demissões, corte em serviços públicos, como saúde, educação e segurança pública. O demo-tucano diz que "não cortará em programas sociais", mas não especifica o que ele entende por programas sociais, um assunto sobre o qual ele demonstra ter pouca compreensão, pois não sabe que o Bolsa-família conta com o apoio de programa de qualificação profissional, até hoje. Também "não cortar" não garante que não irá congelar os programas nos valores atuais sem dar os aumentos anuais que o governo Lula deu em seu mandato.

Dilma descartou fazer um ajuste fiscal, pois ele já foi feito. Ela defende fazer os ajustes de rotina, de aperfeiçoamento, de otimização das despesas, e profissionalização da máquina pública, em órgãos onde o serviço público ainda apresenta insatisfação no atendimento.

Segue os principais pontos da entrevista:

NOVO MINISTÉRIO

"O Brasil vai ter uma oportunidade única no empreendedorismo, na quantidade de brasileiros e brasileiras que vão ter suas empresas pequenas e médias. Se tem um único ministério que eu acredito que é importante, era um ministério para os pequenos e médios empresários industriais e de serviços."

"Penso seriamente, mas não vou falar em criação de ministério (agora)."

REFORMA TRIBUTÁRIA

"Acho que tem que acabar com a cascata de impostos, tem de simplificar, tem de equacionar essa questão seriíssima do ICMS, que no Brasil provoca distorções incríveis. Muitas vezes a empresa fica com créditos de ICMS que ela não tem como compensar."

AJUSTE FISCAL

Dilma descartou fazer um ajuste fiscal e mexer no custeio da máquina pública. "Para quê? Ele está feito. Eu não faria ajuste. Eu vou fazer modificações."

Ela provoca, questionando quais seriam os cortes que seus adversários promoveriam. "Será que eles vão cortar na segurança pública?"

O exemplo dado, no entanto, certamente não seria uma das escolhas de corte de seu principal adversário na disputa presidencial, o ex-governador José Serra (PSDB), que já prometeu inclusive criar o Ministério da Segurança Pública.

SUPERÁVIT PRIMÁRIO

"Concordo em gênero, número e grau em manter o superávit em 3,3 por cento. É porque a gente tem que reduzir a relação dívida/PIB para poder reduzir o superávit primário. O inverso é errado, o inverso é aventureiro."

"A estabilidade está justamente no fato de que você só pode reduzir o superávit primário, e portanto ter uma política de confluência do juro interno com o juro internacional, se a gente reduzir a relação dívida/PIB."

REFORMA ADMINISTRATIVA

"Acho que temos que sair da fase do ajuste fiscal e entrar na fase da reforma administrativa do Estado, porque não é ajuste fiscal que dá jeito na máquina pública brasileira. É uma grande reforma que faça com que se tenha meritocracia... e profissionalismo."

EXPORTAÇÕES

"Vamos ter de ter uma política clara de incentivo à exportação... temos que incentivar quem exportar valor agregado. Ao Brasil interessa exportar valor agregado."

RESERVAS INTERNACIONAIS

Não haveria, segundo ela, nenhuma alteração na atual política de acumulação de reservas internacionais --hoje em 248 bilhões de dólares-- gerenciada pelo Banco Central. "Para mais, pode. Para menos nós não vamos deixar."

SELIC

"Achei prudente da parte do Banco Central fazer isso (elevar a taxa para 9,50 por cento ao ano) . Mais do que prudente. Demos outro sinal ao mercado. Mostramos para o mercado que a gente não faz manipulação da realidade para ganhar eleição."

BANCO CENTRAL

"O Banco Central, como está conformado, fez um ótimo trabalho. Não vejo porque mudar isso."

FREIOS DA ECONOMIA

Ao contrário de avaliações do mercado, negou que a economia doméstica esteja "superaquecida". A expectativa de crescimento do PIB ronda hoje a casa dos 6 por cento. Segundo ela, o crescimento é sustentado porque o avanço da economia se dá por meio da alta dos investimentos.

"A utilização dessa palavra superaquecida leva imediatamente a alguém pensar `vamos botar um freio nisso'. Não está correto botar um freio quando temos condição de mudar porque estamos crescendo sustentadamente."

ORGANISMOS MULTILATERAIS

"Temos que ter uma posição firme nos organismos multilaterais, como a OMC. Temos que combater os subsídios indevidos, as barreiras comerciais, que são completamente impróprias e ocorrem em todos os países, e a manipulação cambial alheia, que coloca nas costas de alguns países um preço que não é nosso, que é do processo de reconstrução desses países."

Ela não quis apontar nenhum país que manipule o câmbio.

MERCOSUL

"Acho também que vamos ter de ter políticas bilaterais. Por isso, quero destacar a importância do Mercosul. Uma potência regional, como é o Brasil, não pode estar cercada de pobreza por todos os lados."

CONTRATOS

"Tenho um histórico de provas de que respeitei contratos, alguns contratos extremamente desagradáveis. Se você não respeita contratos, faz uma devastação no país. Um país não pode querer ser líder se não respeitar os contratos dos governos que o antecederam. Não é sério um país que não respeita contrato."

4 comentários:

  1. VAI PRA CIMA, PT!

    Blog Tijolaço, do Brizola Neto, dá tudo "mastigadinho" para o PT revidar

    O TSE vai ter dois pesos e duas medidas?
    quinta-feira, 6 maio, 2010 às 12:43


    Eu não vou entrar no mérito da discussão jurídica. Mas acho que a direção do PT, diante da ação judicial do PSDB para impedir que o seu programa em rede de televisão seja exibido, como previsto, no dia 13 de maio, deve imediatamente pedir que se faça o mesmo com o programa dos tucanos, cuja exibição está prevista para junho.

    Com o insólito apoio da procuradora Sandra Cureau, os tucanos pedem a suspensão do programa petista, porque Lula e Dilma teriam usado o tempo da propaganda partidária no semestre passado para promover a pré-candidatura da petista.

    Coloco aí em cima o programa partidário dos tucanos, levado ao ar do dia 3 de dezembro, uma semana antes do programa do PT. Àquela altura, os tucanos tinham dois pré-candidatos, José Serra e Aécio Neves. Juntos, eles ocupam oito minutos e meio dos dez minutos de programa. Mostram o que fizeram, o que dizem que fizeram e o que dizem que vão fazer.

    Não é o que estão usando para tentar censurar o programa do PT? Então peguem representação do PSDB, troquem o nome dos partidos e já está pronta a ação. Está tudo mastigado, dá até para baixar o programa tucano no Youtube.

    Agora, se ficarem sem reagir, mesmo que seja improvável que o Tribunal acolha a temeridade do PSDB, corre o risco de ficar de mãos atadas, como ficou no ataque tucano à pesquisa do Sensus. O PSDB faz terrorismo usando a justiça e a gente fica inerte

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  2. Dilma x Serra: segurança pública

    http://chicaodoispassos.blogspot.com/2010/05/dilma-x-serra-seguranca-publica.html

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  3. DEU NO "o GLOBO"

    OS PAPERS DE SERRA
    De Ilimar Franco - "O Globo"

    11h02m
    A oposição está sendo orientada diariamente pelo comando da campanha de José Serra (PSDB) sobre como deve atacar a candidata do governo, Dilma Rousseff (PT).

    Um paper é enviado de São Paulo, por e-mail, para os líderes do PSDB, do DEM e do PPS, e depois repassado para todos os parlamentares, sugerindo que eles usem os argumentos em entrevistas, artigos, discursos e debates.

    Sobre a intenção do presidente Lula de desconstruir Serra, diz: "Serra não se ajusta ao figurino de vilão que o PT aplicou em FHC, assim como o de Lula-herói, pai dos pobres, não se ajusta a Dilma".

    Sobre o confronto, afirma: "Dilma não suporta um debate de conteúdo com Serra. Por isso, o PT quer que derive para o jogo adjetivo, colando na testa do adversário, como foi feito com Alckmin, o rótulo de direitista, reacionário, candidato dos ricos".

    O texto recomenda: "O PSDB deve denunciar a criminalização da campanha, que o obriga a bater às portas do Judiciário, para defender padrões elementares de legalidade".

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  4. Pessoal pelo amor ao Brasil se manifestem. Vejam http://edu.guim.blog.uol.com.br/ “Não culpem a justiça eleitoral” Sobre que o PSDB recorreu contra o programa do P/t de 13/05 e em
    http://www.tijolaco.com/?p=14075 O TSE vai ter dois pesos e duas medidas” sobro o mesmo assunto

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