sexta-feira, 12 de março de 2010

O Brasil atendeu o pedido de Lula durante a crise

O consumo das famílias cresceu 4,1% em 2009 e revelou-se o mais resistente e importante dos componentes da demanda brasileira diante da crise econômica global. Enquanto a indústria despencava, investimentos eram cancelados e o comércio exterior sofria quedas superiores a 10% tanto das exportações quanto das importações, os brasileiros prosseguiram comprando, impulsionados pela expansão do crédito, pelo aumento da massa salarial e pelas isenções tributárias.

Em 2009, houve um aumento de 3,3% da massa salarial em termos reais, e uma expansão nominal de 19,7% nas operações de crédito para as pessoas físicas no segmento de taxas livres.

O consumo das famílias vem se revelando um componente de grande fôlego e regularidade. Na comparação com o trimestre anterior, em base dessazonalizada, com exceção do quarto trimestre de 2008, quando recuou 1,8% (para uma contração do PIB de 3,5%), o consumo das famílias cresce ininterruptamente desde o terceiro trimestre de 2003.

Na comparação com os mesmos trimestres dos anos anteriores, o consumo das famílias completou, de outubro a dezembro de 2009, o vigésimo-quinto crescimento trimestral seguido. O avanço de 7,7%, ante a base deprimida do último trimestre de 2008, foi o terceiro maior desse longo período de bonança dos consumidores brasileiros.

"O consumo das famílias voltou a crescer no mesmo patamar anterior à crise", comentou Rebeca Palis, gerente de Contas Trimestrais do IBGE. Ela se referiu ao fato de que, entre o quatro trimestre de 2008 e o terceiro de 2009, houve desaceleração do crescimento do consumo das famílias, que, mesmo assim, permaneceu em níveis significativos, considerando a intensidade da crise global.

A força do consumidor deixou marcas no padrão de desempenho setorial da economia em 2009. Na indústria, por exemplo, que sofreu uma queda dramática, os poucos setores que se saíram bem estão diretamente ligados ao consumo, como os eletrodomésticos, beneficiados pelas isenções, e os produtos farmacêuticos e de perfumaria, higiene e beleza.

Nos serviços, o subsetor de intermediação financeira, o de maior crescimento em 2009 (6,5%), está ligado à forte expansão do crédito, e também ao desempenho dos seguros e planos de saúde. Os serviços de informação, que cresceram 4,9%, incluem a telefonia celular, em processo contínuo de crescimento.

Mesmo o comércio, que teve um recuo de 1,2%, ainda registrou desempenho muito superior ao de fatias importantes do PIB, como agropecuária, construção civil e indústria de transformação, que caíram mais de 5%.

A crise global também foi sentida nos impostos sobre a produção, que recuaram 0,8% em 2009, puxados pela queda de 11,9% no Imposto de Importação e de 2,9% no IPI - em consonância com o recuo da indústria e das importações. No quarto trimestre, porém, com a recuperação desses setores, os impostos sobre os produtos cresceram 6,2%.AE

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