domingo, 3 de janeiro de 2010

Começaram as previsões para 2010

O sociólogo Rudda Ricci, que está escrevendo um livro sobre o lulismo - considerado por ele como um neogetulismo, referindo-se ao potencial político eleitoral do carisma do ex-presidente Getúlio Vargas, que prevaleceu sobre o PTB - acredita que só haverá uma outra reconfiguração política, sem a volta de Lula ao Planalto, se houver aproximação entre PT e PSDB, o que já foi admitido tanto por Lula quanto pelo governador Aécio Neves (PSDB).

"Se Aécio Neves se eleger senador este ano e o Serra não vencer as eleições, há grandes chances de aproximação entre PT e PSDB no futuro. Não seria uma fusão, mas uma nova configuração política, com uma aliança entre os dois partidos que polarizam a cena há mais de 10 anos. O PSDB não paulista tem tudo para se aproximar do lulismo e teremos uma nova configuração política em que Aécio pode até ser o presidente", arrisca.

Para ele, a aproximação será facilitada se o PT mineiro não vencer as eleições para o governo. "Para que este cenário de aproximação aconteça são muitas as variáveis. O Patrus Ananias (ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) precisa perder a disputa interna para o Fernando Pimentel (ex-prefeito de Belo Horizonte), que é mais próximo de Aécio. Depois, o PT precisa perder o governo mineiro para o PSDB ou para um PMDB ligado a Aécio, e Serra precisa perder a disputa presidencial. Pelos cenários apresentados até agora, todas as variáveis são mais do que possíveis", argumenta.

Matriz

Já a cientista política Rachel Meneguello, estudiosa do PT, não acredita em aproximação com o PSDB. "Não vejo uma junção possível. Os partidos têm matriz de formação distinta, têm projetos de poder distintos, agendas políticas de governo com diferenças importantes", argumenta.

Para Meneguello, a principal herança de Lula deverá ser avaliada pelas urnas, na capacidade dele de transferir votos para a candidata do PT. Mesmo sem ser o candidato em 2010, Lula continua como referência para os filiados que devem vestir a camisa de Dilma Rousseff.

O efeito sobre o restante do eleitorado, é difícil de prever. "Para dentro do PT, a aderência entre Lula e o candidato do governo terá um caminho natural. Para o eleitor , essa aderência é potencial, mas incerta. É o que precisamos dimensionar já na campanha", avalia. Correio

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