terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Indústria cresce, varejo “sorri”

O fim do ano é simultaneamente promissor para a indústria e o comércio. Em outubro, os indicadores que medem o nível de atividade no setor fabril registraram expansão na comparação com setembro, sinalizando uma efetiva recuperação dos níveis de produção. Já no varejo, os lojistas estão otimistas e esperam faturar mais neste Natal em consequência do consumo aquecido e do maior poder de compra da população.

No setor industrial, os indicadores de faturamento, horas trabalhadas na produção, empregados e massa salarial cresceram em outubro frente a setembro, no dado com ajuste de sazonalidade (sem efeitos de períodos diferentes). E já há perspectiva que um deles, o que mede as vendas, mostre expansão em novembro.

A outra boa notícia, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), veio do indicador das horas trabalhadas, que havia sido a variável que menos se expandira desde meados do ano. Em outubro, a hora paga na indústria aumentou 1,4% ante setembro. Na comparação entre outubro deste ano e outubro do ano passado, porém, o indicador ainda ostenta a maior queda entre os números apresentados pela indústria: tombo de 8,6%.

O décimo mês do ano também mostrou altas importantes do emprego (0,6%) e do faturamento real (descontando a inflação), de 0,6% e de 1,8% no dado com ajuste sazonal. Foi a quarta variação positiva consecutiva do emprego, que havia mostrado até meados do ano o pior resultado desde o início da série histórica, em 2003. “De novembro do ano passado a junho deste ano, o emprego na indústria registrou oito meses seguidos de queda”, diz o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

No que se refere aos rendimentos pagos aos trabalhadores, a massa salarial real de outubro ficou maior 1,7% do que setembro. Foi a quarta variação positiva em 2009, o que, entretanto, não impediu que os rendimentos dos trabalhadores neste ano operassem no vermelho. De janeiro a outubro, na comparação com igual período do ano passado, esse indicador registra queda de 2%, o que é bem menor que as baixas sofridas em igual período nas variáveis faturamento real das indústrias (-7,1%), horas trabalhadas (-9%), e emprego (-3,5%).

Também em trajetória de recuperação, seguiu o indicador que mede a produtividade. Em outubro, a utilização da capacidade instalada marcou 82,5%, contra 81,7% em setembro. “O crescimento da utilização da capacidade instalada ocorre de forma gradual, afastando pressões de oferta (risco de inflação) em médio prazo”, avalia Renato da Fonseca. O indicador ainda está dois pontos percentuais abaixo do verificado em outubro de 2008, quando a indústria começou a sentir o baque da crise.

Vendas

No varejo, apenas as micro e as pequenas empresas ainda se apresentam cautelosas. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Expectativa Empresarial, 53% de todos os entrevistados disseram acreditar em um desempenho superior ao do ano passado, que indica que este será o segundo melhor Natal desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2005. Para os que apostam em números melhores, a expectativa é de incremento de 17% na receita. Já os empresários que acreditam em queda, a projeção é de um recuo de 18,5%.

Entre as grandes empresas, 84% esperam um fim de ano melhor. Em contraponto, nas micro e pequenas, as opiniões estão dividas, 48% projetam um Natal superior, 34% acreditam em manutenção dos resultados e o restante aposta em queda. “Manter o mesmo desempenho do ano passado é uma referência péssima porque foi o auge da crise. As grandes varejistas estão mais otimistas porque conseguem financiar seus clientes e alongar prazos”, pondera o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida. Na comparação entre os Natais de 2008 e de 2009, o otimismo aumentou 14 pontos percentuais.Correio Braziliense

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