quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Telefônica perdeu 149 mil clientes com falha no Speedy

A Telefônica perdeu 149 mil clientes com a proibição da venda de novas assinaturas do Speedy, seu serviço de internet banda larga. De acordo com o balanço do terceiro trimestre da operadora divulgado ontem, a base de assinantes de banda larga teve uma queda de 5,5% para 2,578 milhões de conexões. A redução foi atribuída pela empresa à suspensão das vendas do serviço, no período de 22 de junho a 27 de agosto, imposta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por causa das repetidas falhas no serviço prestado.

Para o consumidor, o mau resultado da Telefônica pode representar melhoras no serviço. Isso porque a companhia foi obrigada pela Anatel a investir na qualidade do produto oferecido, e foi seguida pelas concorrentes. “Após o que ocorreu com a Telefônica, outras operadoras se adiantaram e passaram a investir na qualidade do serviço”, diz o consultor Julio Püschel, do Yankee Group, especializado em telecomunicações.

Investir na qualidade significa prever o aumento da capacidade das assinaturas básicas de internet, algo que não vinha ocorrendo no Brasil. “O tráfego na internet cresceu acima do projetado, porque hoje o usuário acessa vídeos e conteúdos que aumentam o volume de informações demandadas”, diz. Por causa dessa elevação constante da necessidade de mais velocidade, os pacotes que hoje são básicos não vão atender às necessidades do futuro. “Hoje o plano mais vendido é de 1Mbps, mas daqui a 10 anos, será necessário no mínimo uma velocidade de 10 Mbps para se acessar os serviços básicos”, diz Püschel.

Descompasso

Os investimentos na melhoria do serviço não vinham acompanhando o crescimento do mercado de banda larga no Brasil, puxado pelo aumento da renda da população. “As operadoras começaram a entrar na classe C. Isso explica o enorme aumento da demanda que está ocorrendo”, diz Tude.

Atualmente o Brasil possui 11 milhões de conexões de internet banda larga fixa, de acordo com a Teleco. Esse número deve subir para 11,8 milhões até o fim do ano. A banda larga 3G, que pode ser usada diretamente por computadores ou telefones celulares também cresce num ritmo acelerado. Atualmente são 4,8 milhões de conexões desse tipo, número que deve subir para 5,9 milhões no fim do ano, segundo a Teleco.

A proibição da Anatel impediu a conquista de novos clientes por parte da Telefônica. “Normalmente as operadoras perdem e ganham clientes a cada trimestre, só que o saldo é positivo. Com a proibição, a Telefônica não teve como obter novos clientes”, diz Tude

Com a queda no número de clientes, a Telefônica foi ultrapassada pela NET, que assumiu o segundo lugar no ranking das maiores provedoras de internet do País. As receitas com transmissão de dados da Telefônica caíram 1,5% no terceiro trimestre comparado ao segundo trimestre. O serviço de TV por assinatura da operadora caiu 1,2% na mesma comparação, por causa da proibição do Speedy, já que o serviço é vendido em conjunto com a internet.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nota do moderador: Comentários preconceituosos, racistas e homofóbicos, assim como manifestações de intolerância religiosa, xingamentos, ofensas entre leitores, contra o blogueiro e a publicação não serão reproduzidos. Não é permitido postar vídeos e links. Os textos devem ter relação com o tema do post. Não serão publicados textos escritos inteiramente em letras maiúsculas. Os comentários reproduzidos não refletem a linha editorial do blog