terça-feira, 10 de novembro de 2009

"A gente até aguentaria mais 5 anos"


Os principais nomes colocados para a corrida presidencial do ano que vem deram uma trégua nas críticas e se juntaram na noite de ontem em uma plateia montada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para homenagear o vice-presidente José Alencar. Na cerimônia em que o vice recebeu o título de presidente emérito da entidade, dividiram espaço a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e os governadores tucanos José Serra, de São Paulo, e Aécio Neves, de Minas Gerais, além do deputado Ciro Gomes (PSB-CE).

Em geral, o tom de homenagem guiou os discursos. Ainda assim, coube ao Presidente Lula reservar espaço em sua fala para alguns apartes sobre temas eleitorais. O Presidente, chorou ao lembrar a parceria com Alencar, brincou sobre a possibilidade de um terceiro mandato. "A gente até que aguentaria mais uns cinco anos."

Serra e Lula - únicos a discursar além de Alencar e do presidente da Fiesp, Paulo Skaf - se revezaram em elogios ao vice. Serra recorreu ao discurso sobre o perfil trabalhador e empreendedor de Alencar. Já Lula descreveu o vice como sua "cara-metade". "Foi uma dádiva de Deus ter te encontrado", disse.

No discurso, contudo, Lula encaixou uma alfinetada discreta em Serra. Após o governador tucano ter cumprimentado as autoridades presentes em seu discurso, o presidente abriu sua fala dizendo que não reverenciaria a todos, pois não tinha em mãos uma nominata. "Mas como não sou mais candidato nem preciso cumprimentar muita gente", emendou.

Lula também arrancou lágrimas de Alencar ao relembrar o convite que lhe fez para compor a chapa presidencial de 2002. "Quem sabe se a gente tivesse se conhecido há muito mais tempo, eu não tivesse perdido tantas eleições", disse Lula. "Eu já estava cansado de ter sempre 30% dos votos."

O Presidente disse ter sido indagado por Alencar se o PT o aceitaria na Vice-Presidência. "Eu é que estava aceitando, que estava precisando."

Serra procurou dizer que Alencar se aproximou do povo paulista. "Essa proximidade com São Paulo parece até uma coisa de predestinação", afirmou, ao lembrar que o local de nascimento do vice, em Minas, costumava se chamar São Paulo do Muriaé.

Alencar, por sua vez, também não economizou nos afagos a Lula. "Ninguém vota no vice-presidente. Vota no titular. Eu procurei não atrapalhar as duas campanhas e acho que não atrapalhei, porque nós ganhamos", disse. E, reconhecendo que passou bastante tempo no exercício da Presidência, lembrou que achava que Lula não viajaria muito para o exterior. Ainda assim, o vice garantiu em seu discurso ao menos uma brincadeira tradicional. Ao falar do crescimento econômico, observou: "Não é graças aos juros altos não. É apesar deles."

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